
Marconi PerilloMorreu às 18 horas de ontem o escritor e presidente da Academia Goiana de Letras (AGL), Modesto Gomes da Silva, 77, vítima de câncer de pulmão. Ele ficou internado 26 dias na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Jardim América. Modesto deixa sete filhos e a mulher, Ana Ferreira, 76. O sepultamento está previsto para hoje, às 12 horas, no Cemitério Parque Memorial de Goiânia, onde o corpo é velado.
O tumor havia sido descoberto há um mês. A doença evoluiu rapidamente e atacou outros órgãos. O irmão Vicente Gomes da Silva conta que há dez anos o escritor lutou contra um câncer na próstata. Antes disso, há aproximadamente 30 anos, Modesto foi vítima de infarto. Episódios superados sem seqüelas. “Modesto era respeitado em todos os meios”, disse.
O escritor goiano nasceu em Paraúna em 26 de fevereiro de 1931. O intelectual deixa importante legado cultural para o Estado. Colaborou nos últimos anos como articulista do DM, onde também foi um dos idealizadores do caderno especial de Literatura. Cursou Direito na Universidade Federal de Goiás (UFG) e Filosofia na Universidade Católica de Goiás (UCG). Em outubro do ano passado, foi eleito presidente da AGL. Uma de suas lutas no cargo foi ampliar a sede da entidade por meio da aquisição de imóvel localizado ao lado. A edição de domingo do DM publicou que o prefeito Iris Rezende doará R$ 350 mil para a compra do local. “Tenho certeza que este é um sonho que ele realizou”, diz o neto Victor Hugo Gomes Lopes.
“Para a família, é muito difícil. O que nos conforta é que meu avô se incorporou ao patrimônio cultural do Estado”, conforma-se. Ex-presidente da Academia Goiana de Letras, Geraldo Coelho Vaz destaca a importância de Modesto. “Goiás perde um grande administrador cultural, e o Brasil perde um grande intelectual”, afirma Vaz.
Augusta Faro, escritora e membro da AGL, afirma que Modesto foi um presidente competente e íntegro. “Modesto é querido por todos os acadêmicos e funcionários da AGL. Sempre procurou garantir o respeito e a credibilidade da academia.” Comovida, a também escritora Lêda Selma narra como era Modesto: “Um homem de bem com a vida. O mestre dos trocadilhos. Uma pessoa digna e respeitosa.”O escritor Bariani Ortêncio o descreveu como um homem otimista e um escritor completo. “Dos escritores aqui em Goiás, era um dos melhores.” Luiz de Aquino, também escritor e membro da AGL, lembrou o colega: “Era um homem da prosa. O texto dele tinha ironia, humor e entusiasmo (transcrito, sem adaptações, do jornal Diário da Manhã [Goiânia-GO] - Matheus Álvares Ribeiro/Marcos Coelho, de 27/10/08).”
“2010 começa hoje.” É assim, indo direto ao ponto e assumindo a estratégia abertamente, que o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen (SC), entende o resultado geral das urnas. Reforçados pela vitória do prefeito Gilberto Kassab em São Paulo, que o PSDB do governador José Serra também toma como sua, tucanos e DEM começam a construção conjunta do palanque da sucessão presidencial. Junto ao PPS, que se consolidou na parceria, PSDB e DEM passam a operar com um objetivo estratégico: atrair o PMDB.
“A conquista do PMDB é a tarefa política do Brasil nos próximos dois anos”, afirma o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), ao ressaltar que essa legenda “é fundamental por sua relevância parlamentar e pelo seu tamanho eleitoral”. Bem-sucedido na administração da aliança paulistana e suas crises, o triunvirato composto por Serra, Bornhausen e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participará da linha de frente da operação.
O comando, porém, será entregue a Guerra e Kassab, esse na condição de presidente do conselho político do DEM. Na montagem inicial da aliança PSDB-DEM-PPS, Kassab foi coadjuvante. Mas o reforço da dupla vitória - contra dissidentes tucanos e contra o PT - e o estatuto do partido, que confere a tarefa de conduzir o processo eleitoral de 2010 ao presidente do conselho político, não à Executiva Nacional, garantem ao prefeito lugar de destaque na negociação.
Líderes do PSDB advertem, contudo, que essa montagem terá de incluir outro personagem: o governador de Minas, Aécio Neves, cuja candidatura a presidente nenhum tucano ousa descartar a dois anos da eleição. É fato que a aliança local de Serra com o DEM, depois da luta interna do PSDB, mostrou-se mais sólida e consistente do que a aliança geral montada por Aécio em Belo Horizonte.
A parceria mineira, que colocou PT e PSDB como alicerces de uma candidatura do PSB, mostrou pouca solidez e o resultado também não foi o esperado porque o governador não rachou o PT mineiro, como gostaria. Ainda assim, o tucanato adverte que a questão está muito longe de ser resolvida no PSDB: o que saiu das urnas foi um PMDB mais forte, embora sempre dividido, e um DEM menor. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo (Transcrito, sem adaptações, do jornal Diário da Manhã On-line [Goiânia-GO]/da Agência Estado [São Paulo-SP], de 27/10/08).
Aos poucos, no estilo discreto, sereno e pragmático do chefe, aliados goianos do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, começam a se filiar ao PP do governador Alcides Rodrigues e do secretário de Infra-Estrutura do Estado, Sérgio Caiado. Um dos filiados é proprietário de jornal e da cota pessoal de amigos de Meirelles. Outros meirellistas começam a procurar o PP para se filiarem.
Não fosse a crise financeira, que degenerou para uma crise econômica, Meirelles teria se filiado ao PP em outubro. Há quem acredite que o presidente do BC vá se filiar em novembro deste ano, porque não quer deixar a filiação para a última hora. A filiação, se acontecer mesmo, será feita em Goiânia, no Diretório Regional da Rua 26, no Setor Marista, mas Meirelles chegará ao partido pelos braços do PP anapolino, de Atair Pio, e com o apoio de um líder de outro partido, o deputado federal Rubens Otoni (PT). O deputado Sandro Mabel, do PR, também integra a aliança. Detalhe: Meirelles pode se filiar agora, pois não há nenhum empecilho legal.
A decisão de se filiar ao PP, se não significa que Meirelles será, necessariamente, candidato a governador de Goiás, sugere que, sim, está disposto a disputar e está pondo no seu nome à disposição do partido.
Em várias conversas com aliados, o ex-deputado Sérgio Caiado afirma que Meirelles será o nome do PP, porque, além de mostrar que o partido tem alternativa política, até por ser poder, o presidente do BC, em 2010, representará o novo - enquanto Marconi poderá ser colhido pelo discurso da “panelinha do tempo novo”. O ex-deputado federal Barbosa Neto (PSB) concorda com Sérgio Caiado: “Meirelles representa o novo e o consistente. Ao mesmo tempo, poderá capitanear uma frente com partidos sólidos, como PP, PR, DEM, PT, PC do B, PTN e PSB”.
Barbosa Neto diz que os apoiadores de Meirelles retardaram o debate por conta da crise financeira internacional. “No momento, Meirelles fala mais de economia do que de política, mas, no momento apropriado, vai discutir política e sucessão.” O ex-deputado avalia que, sem Meirelles, Iris vai crescer ainda mais.
O Jornal Opção entrevistou três petistas do primeiro time. Todos disseram que Meirelles é um nome que, “além de forte, poderá ter o apoio do presidente Lula”. “O PT de Rubens Otoni prefere fechar com Meirelles, já o de Neyde Aparecida e Osmar Magalhães prefere ficar com o prefeito Iris Rezende”, revela um petista que participou da Articulação.
Os pepistas dizem que a “rachadura” na base é mais forte do que imaginam os tucanos. Um líder do PP pergunta: “O que adianta juntar mas não unir? Veja o exemplo de Goiânia. Os tucanos não se empenharam na campanha de Sandes Júnior”.O Jornal Opção perguntou a pepistas: “Há alguma possibilidade de apoiar Marconi?” Eles hesitaram, mas responderam mais ou menos o seguinte: “Há, desde que, do outro lado, o candidato seja o prefeito Iris Rezende”. Trata-se de um apoio “por exclusão” (Transcrito, em 26/10/08, sem adaptações, do Jornal Opção [Goiânia-GO], coluna Bastidores, editada por Euler Belém, de 26/10 a 1º/11/08).
O presidente do PTN, Francisco Gedda, comemora o crescimento do partido em Goiás. “Nós fomos muito bem nas eleições. O PTN não pode ser chamado de partidinho - trata-se de um partido de fato. Elegeu 38 vereadores, três prefeitos e seis vice-prefeitos. Não tinha nenhum prefeito. Elegemos vereadores em cidades como Goiânia, Rio Verde, Aparecida de Goiânia e Caldas Novas.”
Gedda diz que seu projeto, a partir de agora, é instalar o PTN em pelo menos 220 municípios. “O partido vai marchar com o governador Alcides em todos os seus projetos para desenvolver Goiás.”
Os políticos podem ter uma surpresa em relação à prorrogação dos mandatos do presidente Lula e dos governadores. “Tenho informações de que eleições gerais vão ser realizadas em 2012. Sou contra a reeleição, pois sou favorável à alternância de pessoas no poder. Sei que alguns parlamentares pensam num mandato de seis anos, mas avalio que cinco anos são suficientes.”
Instado a avaliar o quadro de 2010 (ou 2012), Gedda diz que há poucos cenários. Iris Rezende pode disputar contra Marconi Perillo ou Henrique Meirelles pode disputar contra Marconi. “Não acredito na candidatura de Iris Rezende, pelo menos não a governador, e aposto que só haverá duas candidaturas, pois ninguém quer ficar no meio do fogo cruzado. O prestígio de Meirelles está em alta, pois tem competência reconhecida, sua credibilidade impressiona mais fora do que dentro de Goiás. Se vier, terá o apoio do PT, do PMDB, do PP, do PR e do PTN. Não podemos errar na escolha do Executivo. O País é emergente e tem tudo para se tornar uma grande potência, mas precisa de governantes ajuizados e competentes.”
Meirelles quer mesmo ser candidato a governador? “Meirelles quer ser governador do Estado em [que] nasceu.” Marconi ficará só com o apoio do PTB? “É cedo para dizer. Já Sandro Mabel, do PR, não apóia Marconi.”
Sobre o governo do Estado, que até agora não deslanchou, Gedda garante que “Alcides vai surpreender os goianos, principalmente os políticos. O governador enxugou a máquina, reduziu a estrutura do Estado, e já está fazendo obras. A malha rodoviária está sendo recuperada. O atendimento no setor de saúde está sendo descentralizado. Na educação, está sendo implantada a escola de tempo integral e as escolas estão sendo reformadas. A economia está crescendo com a instalação de novas indústrias. Só para Jataí foram quatro empresas do setor sucro-alcooleiro. O governo vai investir em segurança e em casas populares (Transcrito, em 26/10/08, sem adaptações, do Jornal Opção [Goiânia-GO], coluna Bastidores, editada por Euler Belém, de 26/10 a 1º/11/08).”

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Conforme informações deste Blog, do dia 15 de outubro, o prefeito eleito de Uruaçu, Lourencinho (PP), foi entrevistado pelo semanário Jornal Opção, periódico da capital Goiânia.
Leia abaixo a reportagem, aqui postada sem adaptações, nesta data (Da Redação - 19/10/08):
LOURENÇO PEREIRA FILHO
A renovação da política em Uruaçu
EULER DE FRANÇA BELÉM
A peemedebista Marisa dos Santos governa Uruaçu há quase oito anos. Trata-se de quase um reinado. Mulher de temperamento forte, administradora de alguns recursos, acreditou-se que, no tempo certo, forjaria um sucessor e o elegeria prefeito. No tempo que julgou apropriado, Marisa não chegou a forjar, o que pressupõe maturação, mas lançou a empresária Solange Bertulino. Em tese, Solange era o novo, mas o novo, em política, precisa de duas pilastras: o apoio de um líder - no caso, a prefeita -, bem avaliado pela população e a capacidade de aprender rápido as entranhas do eleitorado e as articulações. O segundo mandato de Marisa foi desmotivado e, portanto, desencantou a população. Ao mesmo tempo, Solange não conseguiu estruturar uma aliança política ampla e qualitativa. Aqui, depois da exposição de um lado da questão, entra a figura do ex-vereador Lourenço Pereira Filho, conhecido como Lourencinho.
Ligado ao PTB do deputado Jovair Arantes, Lourenço Filho recebeu o assédio do PP do governador Alcides Rodrigues e do ex-deputado Sérgio Caiado. Rompeu com o PTB e lançou-se candidato pelo PP. Mesmo antes da campanha, e de estabelecer a aliança política, despontou como favorito. Porque firmou-se como “o” adversário do PMDB. Aos 38 anos, não é um neófito em política, pois a Câmara de Vereadores, numa oposição cerrada ao governo de Marisa, ensinou-o que, sozinho, um político não vai longe. Articulou uma ampla frente política, que incluiu o PR, que indicou o vice, o médico Francisco Barroso, e mesmo o recalcitrante PSDB.
Lourenço Filho ganhou, e bem. Um dos motivos, expostos na campanha, é que a população entendeu seu discurso de que chegara o momento de ter no poder um gestor que fosse afinado com o governador do Estado. Lourenço Filho tem o apoio direto do governador Alcides e do presidente do PP, Sérgio Caiado, este fiador de sua entrada no partido.
O pepista assume em janeiro, mas já está preocupado com a transição e com seus projetos, que quer pôr em prática o mais rápido possível. Uma de suas maiores preocupações é o setor de saúde, que não funciona bem e obriga os moradores da cidade a buscar tratamento em outras cidades.
Em entrevista ao Jornal Opção, na terça-feira, 14, Lourenço Filho afirmou que vai corrigir algumas distorções. “Os cais devem funcionar 24 horas e terão remédios e médicos. Hoje, não têm nem medidor de pressão. Falta tudo. Não há médicos, dentistas, ambulâncias. Um dos problemas mais graves é a defasagem salarial. Um agente de saúde recebe 380 reais por mês, menos do que o salário mínimo. Alguns pagam para trabalhar.”
“Uruaçu”, afirma Lourenço Filho, “é a única cidade de porte médio que não tem hospital municipal. Nós vamos implantá-lo. Quero unir a população e a sociedade organizada, além de instituições como Judiciário, Ministério Público e Câmara de Vereadores com o objetivo de implantar um hospital que seja referência em termos de qualidade”.
Um dos principais projetos de Lourenço Filho, para o qual terá o apoio dos senadores Marconi Perillo, Demóstenes Torres e Lúcia Vânia e do governador Alcides, é a construção de mil casas. “A cidade precisa de no mínimo duas mil casas populares.” A senadora Lúcia Vânia, que Lourenço considera como grande parceira, vai colocar, no Orçamento da União, recursos para a construção do centro de convenções e cultura. Na área ambiental, Lourenço Filho pretende construir três parques, ou centros de convivência, no estilo do Parque Flamboyant, de Goiânia. No campo do turismo, a prioridade será a criação de infra-estrutura adequada para receber o turista que procura o lago de Serra da Mesa. “Nós vamos criar uma praia artificial.” O carnaval de 2009 será realizado na beira no lago (durante o dia) e na cidade (noite). “Vamos premiar os melhores blocos com 20 mil reais.”Para atender todos os setores da cidade, Lourenço Filho não vai ficar enclausurado no gabinete. Ele vai criar o governo itinerante. Na área esportiva, um de seus objetivos é incentivar o time profissional de Uruaçu. Um dos desafios de Lourenço é casar a expansão econômica de Uruaçu, que será acentuada com a chegada da Ferrovia Norte-Sul - 500 pessoas já foram contratadas -, com as estratégias políticas e administrativas.
Lourencinho, com o editor de Política, Alexandre Bittencourt
(esq.), e, o repórter Rodrigo Viana
Prefeito eleito de Uruaçu, Lourencinho (PP) foi entrevistado na tarde de ontem, dia 14, por dois periódicos de Goiânia: Diário da Manhã (diário) e Jornal Opção (semanário).
No primeiro, ele concedeu entrevista ao repórter Rodrigo Viana.
Antes de responder perguntas no DM, Lourencinho fez questão de adentrar a sala do editor-geral Batista Custódio, para cumprimentá-lo.
Nem mesmo Lourencinho sentou, o experiente jornalista perguntou: “Você está animado?”. Resposta: “Sim, estou disposto e animado”. Os dois trocaram idéias envolvendo temas distintos, como: surgimento da Ferrovia Norte-Sul (FNS); interiorização de benefícios; economia mundial; conhecimentos; dentre outros.
Batista Custódio convidou e Lourencinho aceitou algo benéfico para Uruaçu e região Norte do Estado: o prefeito terá artigos publicados periodicamente no Diário da Manhã.
Após a entrevista, Lourencinho visitou a Redação do Diário da Manhã. Com Ivan Mendonça, que assina a coluna política Fio Direto, Lourencinho conversou e relembrou alguns personagens uruaçuenses. “Eu lembro do seu pai [senhor Lourenço Pereira Pinto]”, disse Mendonça. Para felicidade do visitante.
‘Opção’
Já no Opção, o uruaçuense ficou frente a frente com Euler Belém, editor-chefe do periódico e um dos mais conceituados jornalistas da região Centro-Oeste do Brasil.
Trocando experiências sobre assuntos variados (dos municipais aos internacionais), permaneceram juntos por bom tempo, com agendamentos para uma entrevista tradicional do jornal (mesa); e, encontros de trabalho com parceiros dos segmentos da educação, cultura, meio ambiente e política, para tratarem de benefícios que poderão ser implantados em Uruaçu.
Para Lourencinho, valorizar a atuação dos veículos de comunicação e manter contatos com membros da imprensa, é importante para todo Município e toda região, pois a mídia ajuda, e muito, a divulgar o que acontece nessa ou naquela localidade. Reportagem do DM está programada para ser publicada na edição desta quinta-feira 16, enquanto a do Opção, para o domingo 19 (Jota Marcelo, com Márcia Cristina - 15/10/08).
Dia 12 de agosto em Goiânia, foi fundada a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica - Capítulo Goiás (SBCBM-GO). Em Assembléia que contou com a presença dos principais cirurgiões da obesidade do Estado, foi aclamado como presidente o cirurgião Oscar Barrozo Marra (doutor Oscar).
Segundo a direção da SBCBM-GO, o propósito central da entidade é reunir médicos interessados em fomentar o desenvolvimento, aperfeiçoamento e a difusão da cirurgia bariátrica em Goiás, elevando os padrões profissionais dos especialistas, o que também propicia grande benefício para aqueles que necessitam dessa espécie de tratamento.
O JC entrevistou doutor Oscar, filho de Uruaçu que atua na capital Goiânia.
O que representa o surgimento da Sociedade dentro do Estado de Goiás?
Nacionalmente, a SBCBM é uma das sociedades científicas mais estruturadas no País. É hoje a segunda maior entidade do segmento no mundo e congrega, além de cirurgiões, nutricionistas, psicólogos, clínicos, endocrinologistas e enfermeiros. Possui grande número de associados e realiza eventos científicos de enorme procura internacional. O Estado de Goiás conta com os melhores cirurgiões bariátricos do País e, apesar disto, faltava a união em prol de maior representatividade da especialidade regionalmente, no sentido de elevar os padrões profissionais, defender a ética e divulgar os propósitos do tratamento cirúrgico da obesidade, para que os benefícios dos avanços da área possam ser sentidos pela nossa população. No final, se beneficia quem necessita deste tipo de tratamento.
Que ações a SBCBM nacional pode desenvolver de imediato, para ajudar a SBCBM - Capítulo Goiás?
Logo após a fundação do Capítulo goiano, nos deparamos com um grande problema. O Ipasgo [Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado de Goiás], que é o maior plano de saúde do Estado, decidiu suspender as autorizações para a cirurgia bariátrica, demonstrando completo desconhecimento de suas obrigações. A entidade nacional, com seu departamento cirúrgico, tem nos ajudado bastante nesta questão. Além disto, estamos preparando uma campanha de prevenção e conscientização da população sobre o aumento nos índices de obesidade. O Centro-Oeste é a região de maior proporção de obesos mórbidos no País.
Em que consiste a cirurgia bariátrica?
A cirurgia bariátrica é a área da medicina que estuda e desenvolve os métodos invasivos de tratamento da obesidade severa. É sinônimo de cirurgia da obesidade.
Como o senhor avalia a cirurgia da obesidade em Goiás?
O Estado de Goiás certamente é privilegiado no número e na expressividade dos profissionais nesta área. Contribuições importantes para a especialidade foram proporcionadas por estudos de cirurgiões goianos, por isso podemos dizer que os melhores especialistas do País estão aqui. O nosso Estado também ocupa outra posição de destaque nesta área, só que negativamente. Infelizmente é uma das regiões com o maior número de obesos mórbidos do País. Algo em torno de cinco por cento dos nossos possuem obesidade mórbida.
Filho de Uruaçu, com vasta atuação na capital Goiânia e, professor universitário, o senhor torce por futuro melhor, no que se refere à saúde pública e à saúde privada no seu Município de origem?
Uruaçu sempre foi um centro de referência na área de saúde e sempre contribuiu com excelentes profissionais, seja atuando na cidade ou em outras localidades. Nos últimos anos houve um processo de mediocrização na saúde devido uma política local totalmente equivocada. Tenho acompanhado o desenvolvimento da saúde em outras cidades, como Ceres [GO], e vejo o quanto houve retrocesso em Uruaçu nestes últimos anos. Hoje, grande parte das pessoas precisa sair da cidade para se tratar. Hospitais fechando, médicos indo embora, não era este cenário que havia há uns tempos atrás. Eu, sinceramente, desejo que venham melhores dias e que nossa cidade possa oferecer condições para que bons profissionais se instalem. Seria o ponto de partida para uma saúde de qualidade.
Nota da Redação: sobre a decisão do Ipasgo, comentada pelo médico, leia abaixo carta de doutor Oscar enviada e publicada pelo jornal O Popular (Goiânia), na edição de 9 de setembro. Na oportunidade, ele comentou o assunto, destacado pelo referido periódico dia 7 de setembro (Jota Marcelo - 15/10/08).
Obesos
É lamentável a ausência de uma política pública de prevenção dos distúrbios nutricionais. O governo federal insistiu em promover o Fome Zero, sendo que o número de obesos é três vezes maior que o de desnutridos. Os números sobre o crescimento da obesidade são assustadores e pesquisas indicam que em alguns anos quase toda a população norte-americana será obesa.
Nosso País segue o mesmo caminho. A obesidade é o principal problema de saúde pública da atualidade e gastam-se quantias astronômicas com o tratamento das suas complicações. Para aqueles que chegaram à obesidade extrema, resta-lhes o tratamento cirúrgico, mas também isto tem sido negado. Goiás é um dos poucos Estados que não possuem nenhum hospital credenciado junto ao Ministério da Saúde para fazer Cirurgia Bariátrica pelo SUS.
O Tocantins tem dois. Mesmo aqueles que resolveram não depender do sistema público de saúde também têm problemas. O Ipasgo, que é o maior plano da saúde do Estado, resolveu que havia muitos obesos sendo operados e simplesmente decidiu suspender as autorizações de cirurgias bariátricas, demonstrando completo desconhecimento das suas obrigações. Tem-se a nítida impressão de que ainda há muitas pessoas que não descobriram que a obesidade é uma doença e a encaram como uma falha de caráter que, por isso, não justifica o respeito aos direitos do cidadão.
OSCAR BARROZO MARRA
Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariática e Metabólica - Capítulo de Goiás
