segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Goiás perde Modesto Gomes

Morreu às 18 horas de ontem o escritor e presidente da Academia Goiana de Letras (AGL), Modesto Gomes da Silva, 77, vítima de câncer de pulmão. Ele ficou internado 26 dias na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Jardim América. Modesto deixa sete filhos e a mulher, Ana Ferreira, 76. O sepultamento está previsto para hoje, às 12 horas, no Cemitério Parque Memorial de Goiânia, onde o corpo é velado.
O tumor havia sido descoberto há um mês. A doença evoluiu rapidamente e atacou outros órgãos. O irmão Vicente Gomes da Silva conta que há dez anos o escritor lutou contra um câncer na próstata. Antes disso, há aproximadamente 30 anos, Modesto foi vítima de infarto. Episódios superados sem seqüelas. “Modesto era respeitado em todos os meios”, disse.
O escritor goiano nasceu em Paraúna em 26 de fevereiro de 1931. O intelectual deixa importante legado cultural para o Estado. Colaborou nos últimos anos como articulista do DM, onde também foi um dos idealizadores do caderno especial de Literatura. Cursou Direito na Universidade Federal de Goiás (UFG) e Filosofia na Universidade Católica de Goiás (UCG). Em outubro do ano passado, foi eleito presidente da AGL. Uma de suas lutas no cargo foi ampliar a sede da entidade por meio da aquisição de imóvel localizado ao lado. A edição de domingo do DM publicou que o prefeito Iris Rezende doará R$ 350 mil para a compra do local. “Tenho certeza que este é um sonho que ele realizou”, diz o neto Victor Hugo Gomes Lopes.
“Para a família, é muito difícil. O que nos conforta é que meu avô se incorporou ao patrimônio cultural do Estado”, conforma-se. Ex-presidente da Academia Goiana de Letras, Geraldo Coelho Vaz destaca a importância de Modesto. “Goiás perde um grande administrador cultural, e o Brasil perde um grande intelectual”, afirma Vaz.
Augusta Faro, escritora e membro da AGL, afirma que Modesto foi um presidente competente e íntegro. “Modesto é querido por todos os acadêmicos e funcionários da AGL. Sempre procurou garantir o respeito e a credibilidade da academia.” Comovida, a também escritora Lêda Selma narra como era Modesto: “Um homem de bem com a vida. O mestre dos trocadilhos. Uma pessoa digna e respeitosa.”O escritor Bariani Ortêncio o descreveu como um homem otimista e um escritor completo. “Dos escritores aqui em Goiás, era um dos melhores.” Luiz de Aquino, também escritor e membro da AGL, lembrou o colega: “Era um homem da prosa. O texto dele tinha ironia, humor e entusiasmo (transcrito, sem adaptações, do jornal Diário da Manhã [Goiânia-GO] - Matheus Álvares Ribeiro/Marcos Coelho, de 27/10/08).”

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