Parte da Nota à Imprensa, expedida pela PF: ‘A Polícia Federal em Goiás deflagrou, nesta manhã, 15/02, a OPERAÇÃO SEXTO MANDAMENTO para cumprir 19 (dezenove) mandados de prisão preventiva e 8 (oito) mandados de prisão temporária, bem como mandados de busca e apreensão. Foram compostas 18 Equipes com 131 Policiais Federais e 12 Oficiais da Polícia Militar de Goiás. O total de alvos são 19 (dezenove), sendo 13 em Goiânia/GO e 6 no interior do Estado, haja vista que alguns dos envolvidos possuem mais de um de mandado de prisão’
A Polícia Federal em Goiás cumpriu os 13 mandados de prisões solicitados na Operação Sexto Mandamento, que investiga o desaparecimento de civis após terem sido abordados pela polícia goiana. Foram detidos somente policiais militares da PM do Estado em Goiânia.
Dentre os investigados, encontram-se o ex-secretário de Segurança Pública do Estado, Ernesto Roller e o ex-secretário da Fazenda de Goiás Jorcelino Braga.
Os dois são suspeitos de terem praticado tráfico de influência que culminaram nas promoções de patentes de integrantes da organização criminosa.
A PF explicou que não foi expedido qualquer mandado judicial para os dois ex-integrantes do governo do Estado.
De acordo com as novas informações (*) da PF-GO, mais seis integrantes da Polícia Militar, lotados no interior do Estado, também suspeitos de serem participantes dos crimes investigados, foram detidos pela própria PM esta manhã e estão a caminho da capital, para serem apresentados à PF. Com aS novas prisões, o total de políticias presos é 19.
Segundo assessoria de imprensa do governo, por determinação do governador Marconi Perillo (PSDB), o secretário de Segurança Pública (SSP) João Furtado Neto exonerou nesta manhã o subcomandante geral da PM-GO, coronel Carlos Cézar Macário. De acordo com o Secretário, no final da tarde de hoje ele deve anunciar o novo Subcomandante.
João Furtado Neto concede entrevista coletiva às 15 horas desta terça-feira, na sede da PF, em Goiânia, sobre a operação, as prisões.
(*) Notícia atualizada às 11h15.
Leia abaixo a íntegra do documento que informa sobre a Operação Sexto Mandamento.
Nota à Imprensa
A Polícia Federal em Goiás deflagrou, nesta manhã, 15/02, a OPERAÇÃO SEXTO MANDAMENTO para cumprir 19 (dezenove) mandados de prisão preventiva e 8 (oito) mandados de prisão temporária, bem como mandados de busca e apreensão. Foram compostas 18 Equipes com 131 Policiais Federais e 12 Oficiais da Polícia Militar de Goiás. O total de alvos são 19 (dezenove), sendo 13 em Goiânia/GO e 6 no interior do Estado, haja vista que alguns dos envolvidos possuem mais de um de mandado de prisão.
A investigação que durou aproximadamente 01 (um) ano teve por objetivo principal desarticular uma organização criminosa com alto poder de influência e de intimidação composta por Policiais Militares de Goiás, das mais diversas patentes.
A investigação que durou aproximadamente 01 (um) ano teve por objetivo principal desarticular uma organização criminosa com alto poder de influência e de intimidação composta por Policiais Militares de Goiás, das mais diversas patentes.
Segundo as investigações, a organização criminosa tinha como principal atividade a prática habitual de homicídios com a simulação de que os crimes capitais foram praticados em confrontos com as vítimas. Dentre as vítimas, figuram casos de execução de crianças, adolescentes e mulheres, sem qualquer envolvimento com práticas criminosas. As investigações demonstraram ainda que outros homicídios foram praticados pela organização criminosa, inclusive durante o horário de serviço e com uso de viaturas da corporação, de maneira clandestina e sem qualquer motivação que legitimasse a ação policial dos investigados. A organização criminosa especializou-se ainda na ocultação de cadáveres.
Dentre os investigados, encontra-se o atual Sub-Comandante Geral da Polícia Militar de Goiás, o ex-Secretário de Segurança Pública e o ex-Secretário da Fazenda de Goiás, os dois últimos na condição de suspeitos pela prática de tráfico de influência que resultaram nas promoções de patentes de integrantes da organização criminosa.
Restou evidenciado na investigação que, nos últimos 10 (dez) anos, os integrantes da organização criminosa começaram a fortalecer a sua atuação nos municípios de Formosa, Rio Verde, Acreúna, Alvorada do Norte, bem como Goiânia. Assim, onde se instalavam em decorrência de remoções às diferentes unidades da PM/GO, o número de vítimas de homicídios em supostos confrontos com aquela Corporação aumentavam consideravelmente.
Além da prática de crimes de homicídio qualificado em atividades típicas de grupo de extermínio (art. 121, § 2º, incisos I a V, do CP, c/c art. 1º, inciso I da Lei nº 8.072/90), os integrantes serão indiciados pela prática de formação de quadrilha (art. 288, do CP), tortura qualificada (art. 1º, § 4º, da Lei 9.034/97), tráfico de influência (art. 332, do CP), falso testemunho (art. 342, do CP), prevaricação (art. 319, do CP), fraude processual (art. 347, do CP), ocultação de cadáver (art. 211, do CP), posse ilegal de arma de fogo de calibre restrito (art. 16, da Lei 10.826/03), bem como a ameaça (art. 147, do CP) a autoridades públicas, jornalistas e testemunhas.
Alguns dos investigados serão presos por força de diferentes mandados judiciais expedidos por comarcas distintas, as quais já processam parte da organização criminosa pela prática de crimes de homicídios específicos.
A Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública de Goiás iniciarão as buscas às pessoas desaparecidas após abordagens policiais e criou um canal de denúncia com o endereço denuncia.srgo@dpf.gov.br, por meio do qual a população poderá encaminhar informações para auxiliar a atividade policial de busca, bem como outras informações sobre crimes não esclarecidos. As identidades dos denunciantes serão preservadas.
A operação contou com a participação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Ministério Público de Goiás, do Poder Judiciário de Goiás, da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, bem como com os Comandos da Polícia Militar e da Polícia Civil de Goiás.
A operação foi denominada Sexto Mandamento em referência ao decálogo bíblico, cujo sexto mandamento é não matarás.
Uruaçu 15/02/11 - (Transcrito, sem adaptações, do Jornal Opção on-line [Goiânia-GO] - Marcellus Araújo, desta data)
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