terça-feira, 27 de abril de 2010

Alcides: ‘Sou democrata, não persigo’


Governador Alcides: “Eu nunca fiz ameaça a ninguém,
todos são sabedores disso”

Depois de conversar com aliados para avaliar os ataques feitos pelo senador Marconi Perillo (PSDB), o governador Alcides Rodrigues (PP) decidiu não responder no mesmo tom. Com leves alfinetadas, mas demonstrando tranquilidade, Alcides disse que continuará “trabalhando para entregar um Governo sem dívidas para o sucessor”.
O governador disse que não pretende demitir tucanos que ocupam cargos no Governo por conta do endurecimento das críticas de Marconi - pré-candidato ao Governo -, e afirmou que é “democrata” e não “perseguidor”.
Governistas entendem que a atitude do tucano, de fazer pesadas críticas ao Governo pelo Twitter, gerou desgastes mais ao próprio senador. Para aliados de Alcides, “entrar no jogo” de Marconi seria dar chance para que o ex-aliado se coloque como vítima no processo eleitoral.
Em 23 tweets anunciados como resposta às críticas do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB), o senador criticou a gestão de Alcides, a qual chamou de “inoperante e incompetente”. Marconi acusou o governador de ser responsável pelas más condições das rodovias estaduais e pelas obras paralisadas do Centro de Excelência, em Goiânia.
Ao responder, na chegada à abertura da 4ª Conferência Estadual das Cidades, Alcides disse que o Estado está acima de questões políticas e pessoais. “Eu lamento que ele [Marconi] tenha feito esses comentários. Quero dizer que estou trabalhando muito. O Estado de Goiás está acima de qualquer questiúncula, qualquer posição político-partidária, qualquer sentimento pessoal. Vou continuar trabalhando, procurando entregar um Governo sem dívidas, agindo com responsabilidade e com o maior respeito com a coisa pública.”
Segundo Alcides, os problemas do Centro de Excelência são de “ordem jurídica” e não dependem da vontade do Estado. Ele afirma ter dinheiro em caixa para dar continuidade às obras. Na semana passada, o jornal O Popular mostrou que uma batalha judicial entre a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) e a Eletroenge também emperrava a construção do Centro, cujas obras estão paralisadas desde o fim do 2009.
“Ele [Marconi] sabe muito bem, até porque é muito ligado ao Tribunal de Contas do Estado, que as pendências são de ordem jurídica. Não há problemas de recursos. Inclusive tem recursos depositados em conta há muito tempo. E não podemos hora nenhuma passar por cima da lei. Ele é sabedor disso”, disse Alcides. A alfinetada sobre a boa relação do tucano com o TCE reflete as especulações difundidas pelo Governo de que o Tribunal sofre influências políticas no casos do Centro de Excelência e do Centro Cultural Oscar Niemeyer, também em Goiânia.
O governador reafirmou o compromisso de restaurar todas as rodovias do Estado, atribuindo a má condição das estradas às chuvas. “Ele [Marconi] também está ciente, assim como todos em Goiás e no Brasil, que tivemos um ano atípico, chuvoso. Isso danificou não só as rodovias de Goiás, mas as do Brasil”, justificou, para lembrar a promessa do Governo: “Já dissemos de público e estamos iniciando a restauração completa de todas as rodovias. E também a pavimentação de outras rodovias que já estavam no nosso planejamento. Serão dezenas e dezenas e vamos entregar grande parte delas até o final do nosso mandato.”
Mesmo com o elevado tom das críticas de Marconi ao Governo, tucanos que ocupam cargos no Estado não dão sinais de que pretendem deixar as funções. Do outro lado, Alcides também não pretende afastá-los, disse ontem: “Eu nunca fiz ameaça a ninguém, todos são sabedores disso. São pessoas a que quero bem, do PSDB, que compõem o meu Governo em cargos relevantes e próximos ao governador. Isso demonstra, de maneira bastante clara, que não sou perseguidor.”
O presidente do PSDB metropolitano e chefe de Gabinete do governador, Olier Alves, disse na semana passada que os tucanos devem deixar os cargos de primeiro escalão após o prazo final para as convenções, em 30 de junho.

Prefeitos
Alcides respondeu também às acusações do presidente do PTB estadual, deputado Jovair Arantes - aliado de Marconi -, de que o Governo estava chantageando os prefeitos do partido para que apoiassem o candidato governista, Vanderlan Cardoso (PR). Pelo menos a metade dos prefeitos do PTB declarou apoio ao republicano.
O governador disse não ser de seu feitio fazer pressão política. “Isso não existe. Todos me conhecem. Nunca fiz pressão. Invoco o testemunho de qualquer prefeito de que eu tenha feito qualquer tipo de pressão. Não é da minha índole, não é do meu feitio. Sou um democrata. Diferente de muitos que se dizem democratas e vivem pressionando, ameaçando, aterrorizando e fazendo pressão a todo momento.” Segundo Alcides, o apoio a Vanderlan ocorre de forma “espontânea”.
Sobre a divisão no PP, já que um grupo de prefeitos do partido quer aliança com Marconi, o governador disse que respeita as opiniões divergentes e que sempre há posições contrárias. “Se tem um ou outro do PP que não comungue com a nossa intenção de apoiar o Vanderlan, existem também prefeitos de outros partidos que o apoiam.”

Celg
Sobre a possibilidade de cassação da concessão da Celg pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o governador disse que está agindo “administrativamente e politicamente” para salvar a empresa. A Aneel avalia hoje a cassação em reunião marcada para as 10h. Para o dia 30, está prevista reunião da Eletrobras para fechar o acerto - com venda de 40 por cento das ações -, com o Governo goiano para equilibrar as contas da companhia.

Uruaçu 27/04/10 - (Transcrito, com adaptações, do jornal O Popular [Goiânia-GO], desta data)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pedofilia em Alagoas: senador faz relato de reunião da CPI


Para Magno Malta (foto acima), inquérito policial envolvendo denúncia de abuso sexual de menores praticado por religiosos, como o monsenhor Luiz Marques Barbosa (imagem abaixo [flagrado praticando ato sexual]), enfrenta grandes dificuldades


O senador Magno Malta (PR-ES), que preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, fez um relato nesta terça-feira 20, sobre reunião da comissão ocorrida em Arapiraca-AL no último fim de semana. Os integrantes da CPI foram ouvir os depoimentos de ex-coroinhas que acusaram padres e dois monsenhores da Igreja Católica de abuso sexual. As informações são da Agência Senado.
No final desta reportagem, consta endereço on-line que contém vídeos jornalísticos sobre a pedofilia praticada por religiosos católicos de Alagoas.
O parlamentar disse que o inquérito policial envolvendo denúncia de abuso sexual de menores praticado por religiosos enfrenta sempre grandes dificuldades porque as pessoas convocadas ficam reticentes ou se calam devido ao que ele chamou de “império do medo”.
“É uma denúncia de ex-coroinhas que não aguentavam mais o fardo do abuso e, mais que isso, do império do medo sobre suas cabeças. E o império do medo inclui: ‘Olha, se você falar alguma coisa, quem vai acreditar em você? Eu tenho poder. Aqui, todo mundo beija a minha mão. Veja os políticos: eles passam por aqui, tiram fotos comigo para ter o voto dos fiéis. Ninguém vai acreditar em vocês’”, disse o senador.
Classificando o caso como “absolutamente emblemático”, o senador disse que os ex-coroinhas gravaram em vídeo os abusos sofridos por parte dos monsenhores Luiz Marques Barbosa e Raimundo Gomes e, do padre Edilson Duarte, quando tinham 12 e 13 anos de idade. O padre Edilson optou pela delação premiada e confirmou o abuso, segundo Magno Malta.
O senador ressaltou que a CPI da Pedofilia não está investigando a Igreja Católica que, como instituição, “é maior do que o homem”, conforme afirmou.
“Estamos investigando indivíduos que, travestidos de religiosos, abusam de crianças”, disse o senador, acrescentando que, para sua vergonha, pois é evangélico, no mesmo dia participou, junto com o Ministério Público (MP), da prisão de quatro pastores.
Magno Malta assinalou que os pedófilos usam o ambiente religioso para ficar acima de qualquer suspeita e porque ali sempre irão encontrar quem os defenda. Além disso, sabem da vulnerabilidade das crianças pobres e se tornam seus benfeitores. Para ele, a instituição só erra quando é conivente, quando descobre que o indivíduo abusa de crianças e, em vez de entregá-lo às autoridades, o promove e o coloca em outra Paróquia.
O senador louvou a decisão do papa Bento XVI, de entregar às autoridades os religiosos denunciados por pedofilia. Ele disse ter apresentado na CPI da Pedofilia um voto de aplauso ao papa por sua decisão e se solidarizou com todos os católicos, pedindo que não se deixem abalar em sua fé.
“A decepção é com homens, não é com Deus; Deus nunca decepciona”, afirmou (Agência Senado).

Investigação da CPI leva a prisão de acusado

“O Brasil não tolera mais abusos contra crianças e adolescentes. A população de Arapiraca [AL] entendeu o sentido de nosso trabalho e o que se viu nesses três dias foi um mosaico de ódio, pena e nojo.” Assim o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, senador Magno Malta (PR-ES), sintetizou o trabalho realizado na cidade de Arapiraca no último fim de semana, que resultou na prisão do monsenhor Luiz Marques Barbosa, de 83 anos, acusado de abuso sexual de crianças e adolescentes. Também foram presos o motorista José Reinaldo Bezerra e a assistente social Maria Isabel dos Santos, funcionários da Paróquia.
O parlamentar classificou o trabalho realizado pela CPI na cidade alagoana como pedagógico e produtivo. Muitas das informações levantadas pela Comissão foram fornecidas não só pelas vítimas de abuso, mas pelos padres Raimundo Gomes e Edilson Duarte, também acusados da prática e incluídos no programa de delação premiada.
A Comissão deve continuar apurando o caso em depoimentos a serem colhidos em Brasília-DF. Além do advogado dos padres, devem ser ouvidos outros coroinhas, ex-coroinhas e religiosos acusados de pedofilia.
Leia mais sobre a prisão do monsenhor, abaixo.

Banco de dados sobre pedófilos

Em entrevista à Agência Senado, Magno Malta informou que deve ser acelerada a votação do Projeto de Lei iniciado no Senado (PLS) 338/09 na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Esse projeto de lei foi apresentado pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) e prevê a criação de um banco de dados sobre pedófilos, que será disponibilizado pela internet.
Magno Malta é relator da matéria na CDH e avaliou a disponibilização desse banco de dados como “necessária e importante”. O parlamentar observou ainda que o Brasil está atrasado na formulação desse cadastro, na comparação com outros Países, como os Estados Unidos. Sua expectativa é apresentar o relatório ao PLS 338/09 - aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) no final de 2009 -, já na próxima semana (Agência Senado).

‘Pedofilia deve ter como pena, no mínimo, a prisão perpétua’

“O crime de pedofilia deve ter como pena, no mínimo, a prisão perpétua”, opinou o senador Romeu Tuma (PTB-SP) ao defender a tese do fim da progressão de regime prisional quando se tratar de condenação por crime hediondo. Ele comparou a legislação brasileira com alguns Estados norte-americanos e com Países como a China e a Tailândia, onde a pedofilia e o estupro são punidos com a pena de morte.
Segundo a Lei 8.072/90, são considerados crimes hediondos: homicídio quando praticado em atividade típica de extermínio e homicídio qualificado, latrocínio, extorsão qualificada pela morte ou mediante seqüestro e na forma qualificada, estupro e estupro de vulnerável, epidemia com resultado morte, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e crime de genocídio. São equiparados a hediondos os crimes de tráfico de entorpecentes, tortura e terrorismo.
“O crime hediondo é o crime que causa profunda e consensual repugnância por ofender, de forma acentuadamente grave, valores morais de indiscutível legitimidade, como o sentimento comum de piedade, de fraternidade, de solidariedade e de respeito à dignidade da pessoa humana. Sob o aspecto ontológico, o conceito de crime hediondo repousa na ideia de que existem condutas que se revelam como uma afronta extrema, ignóbil, aos padrões éticos do comportamento social”, afirmou Romeu Tuma (Agência Senado).

Padre suspeito de pedofilia passa a cumprir prisão domiciliar em AL

O padre [monsenhor Luiz Marques Barbosa] suspeito de cometer abuso sexual contra adolescentes em Arapiraca-AL recebeu, nesta terça-feira 20, o benefício de cumprir a prisão preventiva em regime domiciliar. As informações são do Portal G1 - Glauco Araújo (em São Paulo-SP).
O religioso foi preso após prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, no domingo 18, e transferido para o 3º Batalhão da Polícia Militar de Arapiraca.
O advogado Edson Maia, que representa o religioso, disse ao G1 que pediu a revogação da prisão preventiva com base da Lei de Execuções Penais, que prevê o benefício para réus e investigados com mais de 70 anos de idade e problemas de saúde. “O monsenhor tem 83 anos e enfrenta problemas de pressão, que foram acentuados desde que ficou preso.”
Maia explicou que a prisão domiciliar terá efeito até que o juiz John Silas, da 8ª Vara Criminal de Arapiraca, analise o pedido do advogado pela revogação da prisão preventiva. “A prisão não tem limite de prazo para acabar, vai até a investigação ser concluída. Ele [monsenhor] vai ficar em casa, preso, até a nova decisão do juiz, seja pela manutenção da prisão domiciliar ou pela revogação da prisão, o que o colocaria em liberdade.”
O advogado disse que o religioso segue com o mesmo discurso que prestou à Polícia Civil (PC) e aos integrantes da CPI da Pedofilia. “Ele confirma que manteve relações sexuais com os coroinhas, mas quando estes já estavam na fase adulta. Ele afirma categoricamente que não manteve relações com eles enquanto eram menores de idade. O monsenhor nega que seja pedófilo.”

Investigação

A PC de Alagoas investiga possíveis de casos de abuso sexual que teriam sido cometidos por religiosos da Igreja Católica em Arapiraca. A delegada responsável pelo inquérito, Bárbara Arrais, informou ao G1 que a investigação atende a um pedido feito pelo Ministério Público Estadual (MPE). “Tínhamos prazo inicial de 30 dias para concluir a investigação, mas o prazo foi prorrogado por mais 60 dias. Agora, o que preciso saber é se o prazo será reduzido automaticamente pelo fato de termos réu preso.”
Bárbara preside o inquérito policial, em segredo de Justiça, em conjunto com a delegada Maria Angelita Souza, da Delegacia da Mulher da capital alagoana. Ambas são de fora da cidade de Arapiraca, conforme pedido do MPE.

CNBB divulga nota

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota em que o bispo da Diocese de Penedo-AL, dom Valério Breda, informa sobre o afastamento dos religiosos de suas funções eclesiásticas e a instauração de um Processo Administrativo Penal, de acordo com o Código de Direito Canônico.
No texto, o bispo diz “reprovar, de forma irrestrita e com o coração despedaçado pela vergonha e pela tristeza, os fatos, mesmo que ainda não provados.” Breda afirma que, “nenhuma das supostas vítimas citadas nos supostos atos de abuso, tampouco seus familiares, procuraram oficialmente o bispo diocesano para denunciar o caso.”
No documento, o bispo diz ainda que vai ajudar a polícia e a Justiça no esclarecimento do caso.

Vaticano

Segundo a agência de notícias France Presse, o Vaticano reconheceu, em 16 de abril, que os três sacerdotes brasileiros são suspeitos de molestar crianças e que seriam investigados pela cúpula católica. “Eram padres”, afirmou o porta-voz da Santa Sé, Frederico Lombardi, à agência.
Ainda de acordo com a agência internacional, o porta-voz do Vaticano reconheceu que dois dos três religiosos citados possuíam o título honorífico de “monsenhor”, embora atuassem como padres. “Um deles foi afastado da Paróquia e os outros dois foram suspensos de suas tarefas eclesiásticas. Eles estão sendo submetidos a um processo canônico por suspeita de pedofilia, mas até agora negam tudo”, afirmou à France Presse.
Informações da Agência Estado (em informações, ainda, de 16 de abril): o bispo de Penedo-AL, dom Valério Breda, confirmou o afastamento dos dois monsenhores e de um padre. Eles foram afastados das atividades nas Paróquias de Arapiraca após a imprensa denunciar o envolvimento deles no caso. Os religiosos foram denunciados por antigos coroinhas, que teriam sido molestados quando eram crianças (Portal G1).

CNBB manifesta apoio ao papa e lamenta campanha difamatória contra a Igreja

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Mariana-MG, d. Geraldo Lyrio Rocha, fez um pronunciamento dia 31 de março, em cadeia nacional das TVs católicas, manifestando apoio e solidariedade ao papa Bento XVI, diante dos ataques que vem recebendo por causa dos casos de abuso sexual de crianças e adolescentes envolvendo membros da Igreja. As informações são do site da CNBB, daquela data e, abaixo, transcritas, sem adaptações.
“Sem temer a verdade, o Papa Bento XVI não só reconheceu publicamente esses graves erros de membros da Igreja, como também pediu perdão por eles”, disse o presidente da CNBB. “Bento XVI não receou manifestar seu constrangimento e vergonha diante desses atos que macularam a própria Igreja. Firme, o Papa condenou a atitude dos que conduziram tais casos de maneira inadequada e, com determinação, afirmou que os envolvidos devem ser julgados pelos tribunais de justiça”, diz a nota.
Dom Geraldo lamentou que a divulgação das notícias relativas aos crimes de pedofilia envolendo religiosos tenha se transformado "numa campanha difamatória contra a Igreja Católica e contra o Papa”.
“O Papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia esse tratamento, que fere, também, grande parte do povo brasileiro”.
Leia, abaixo, a íntegra da nota, que é assinada pela Presidência da CNBB.

Nota de solidariedade ao Papa Bento XVI

O povo católico de todo o mundo acompanha, com profunda dor no coração, as denúncias de inúmeros casos de abuso sexual de crianças e adolescentes praticado por pessoas ligadas à Igreja, particularmente padres e religiosos. A imprensa tem noticiado com insistência incomum, casos acontecidos nos Estados Unidos, na Alemanha, na Irlanda, e também no Brasil.
Sem temer a verdade, o Papa Bento XVI não só reconheceu publicamente esses graves erros de membros da Igreja, como também pediu perdão por eles. Disso nos dá testemunho a carta pastoral que o Santo Padre enviou aos católicos da Irlanda e que pode se estender aos católicos de todo o mundo.
Mais do que isso, Bento XVI não receou manifestar seu constrangimento e vergonha diante desses atos que macularam a própria Igreja. Firme, o Papa condenou a atitude dos que conduziram tais casos de maneira inadequada e, com determinação,  afirmou que os envolvidos devem ser julgados pelos tribunais de justiça. Não faltou ao Papa, também, mostrar a todos o horizonte da misericórdia de Deus, a única capaz de ajudar a pessoa humana a superar seus traumas e fracassos.
Às vítimas o Papa expressou ter consciência do mal irreparável a que foram submetidas. Disse Bento XVI: “Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade. É compreensível que vos seja difícil perdoar ou reconciliar-vos com a Igreja. Em seu nome expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos sentimos”.
Essa coragem do Sucessor de Pedro nos coloca a todos em estado de alerta. Meditamos sobre esses atos objetivamente graves, e estamos certos de que – como fez o Papa – devem ser enfrentados com absoluta firmeza e coragem.
É de se lamentar, no entanto, que a divulgação de notícias relativas a esses crimes injustificáveis se transforme numa campanha difamatória contra a Igreja Católica e contra o Papa. Deixam-nos particularmente perplexos os ataques freqüentes e sistemáticos, ao Papa Bento XVI, como se o então Cardeal Ratzinger tivesse sido descuidado diante dessa prática abominável ou com ela conivente. No entanto, uma análise objetiva dos fatos e depoimentos dos próprios envolvidos nos escândalos revela a fragilidade dessas acusações. O Papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia esse tratamento, que fere, também, grande parte do povo brasileiro, que sofre com esses momentos difíceis, e reza pelas vítimas e seus familiares, pelos culpados, mas também pelas dezenas de milhares de sacerdotes que, no mundo todo, procuram honrar sua vocação.
De fato, “a imensa maioria de nossos sacerdotes não está envolvida nesta problemática gravemente condenável. Provavelmente, não chegam a 1% os envolvidos. Ao contrário, os demais 99% de nossos sacerdotes, de modo geral, são homens de Deus, dignos, honestos e incansáveis na doação de todas as suas energias ao seu ministério, à evangelização, em favor do povo, especialmente a serviço dos pobres e dos marginalizados, dos excluídos e dos injustiçados, dos desesperados e sofridos de todo tipo” (cf. Cardeal Cláudio Hummes, 12ºENP).
No momento em que a Igreja Católica e a própria pessoa do Santo Padre sofrem duros e injustos ataques, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifesta sua mais profunda união com o Papa Bento XVI e sua plena adesão e total fidelidade ao Sucessor de Pedro.
A Páscoa de Cristo, que celebramos nesta semana, nos leva a afirmar com o apóstolo Paulo: “Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados” (2Cor 4,8-9). Nossa fé nos garante a certeza da vitória da luz sobre as trevas; do bem sobre o mal; da vida sobre a morte.

Brasília, 31 de março de 2010

Dom Geraldo Lyrio Rocha - Presidente da CNBB e arcebispo de Mariana
Dom Luiz Soares Vieira - Vice-presidente da CNBB e arcebispo de Manaus

Dom Dimas Lara Barbosa - Secretário Geral da CNBB e bispo auxiliar do Rio de Janeiro

A repercussão sobre o caso de pedofilia em Alagoas, envolvendo religiosos católicos, é grande. Aumentou após reportagens exibidas pelo programa Conexão Repórter, do SBT. Veja (em uma das várias opções na internet) vídeos sobre pedofilia em Arapiraca, no endereço; são vídeos contendo reportagens feitas pelo jornalista Robetto Cabrini: http://tudoglobal.com/blog/capa/34316/veja-o-video-sobre-pedofilia-em-arapiraca.html.

Papa promete ‘ação’ na crise dos abusos sexuais

O papa Bento 16, que está sendo alvo de críticas de grupos de vítimas por utilizar linguagem vaga nas referências à crise dos abusos sexuais na Igreja Católica, prometeu publicamente nesta quarta-feira 21, “ação” no caso do escândalo.
No mês que se seguiu à explosão dos casos de abusos sexuais, com alegações crescendo rapidamente nos Estados Unidos, Áustria e na Alemanha, sua terra natal, o papa usou termos vagos, tais como dizer que a Igreja “estava ferida por nossos pecados” ou precisava de “penitência”.
Falando para seu público costumeiro na praça de São Pedro, no Vaticano, Bento 16 usou nesta quarta-feira a palavra “abuso” pela primeira vez em mais de um mês, período em que o escândalo se espalhou amplamente e deu origem à maior crise em seus cinco anos de pontificado.
Ao resumir sua viagem de fim de semana a Malta, Bento 16 disse: “Eu queria me encontrar com algumas pessoas que foram vítimas de abusos por membros do clero. Eu compartilho com elas seu sofrimento e com emoção eu rezo com elas, prometendo-lhes ação da parte da Igreja.”
Grupos de vítimas tinham pedido que o papa dissesse alguma coisa diretamente em público, em vez de fazer referências indiretas e usar termos genéricos.
Um comunicado no domingo, em Malta, depois de ele ser reunir com oito vítimas de abusos, afirmava que o papa faria “tudo em seu poder para investigar as alegações, levar os responsáveis pelos abusos à Justiça e adotar medidas efetivas para proteger jovens no futuro.”
Esse tinha sido até então um dos comunicados mais explícitos do Vaticano, que espera que os bispos locais cooperem com autoridades civis no processo de padres que abusaram de crianças (Agência Reuters/Brasil Online - Philip Pullella, de 21/04/10).

Uruaçu 20/04/10 - (Da Redação, com atualizações -
JC On-line)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mais um partido oficializa apoio a Marconi

Recebido por um coro entusiasmado que repetia “governador, governador” para em seguida entoar “eu sou Marconi, com muito orgulho, com muito amor”, o senador Marconi Perillo (PSDB) encontrou-se ontem com lideranças políticas do PSL, que agruparam caravanas de Caldas Novas e Nerópolis e lotaram o Auditório Costa Lima, na Assembleia Legislativa. “Senador, este partido levará o nome do senhor pelos quatro cantos de Goiás. Precisamos do senhor para voltarmos a ter dignidade. Nós precisamos de quem olhe para nós”, disse um presidente de Associação de Moradores.
Compuseram a mesa o presidente regional do PSL, Dário Paiva; presidente regional do PPS, Gilvane Felipe; o ex-deputado federal Vilmar Rocha  (DEM); o deputado estadual Nilo Resende (DEM); o ex-secretário da Fazenda Jales Fontoura; e, o vereador Henrique Arantes, do PTB. Vilmar Rocha afirmou que o PSL tomou a decisão correta ao apoiar Marconi. “O PSL está tomando a decisão certa, que será a melhor para Goiás. Às vezes uma boa educação, uma adequada segurança pública é muito mais importante do que uma obra.”
Segundo o democrata, Marconi tem o diferencial de ouvir a população, de ser um líder municipalista. “Ele é acessível, existem governadores que nunca saem do Palácio ou que, quando saem, o fazem de cara amarrada. Ninguém merece isso”, disse. Em seguida, Gilvane Felipe reforçou os argumentos de Vilmar e afirmou que Goiás tem saudade do tempo em que Marconi recebia a todos com igualdade. “Estamos muito preocupados com a inércia que envolve nosso Estado. Temos na lembrança o tempo em que o governador arregaçava as mangas, não ficava se queixando de seus antecessores, recebia a todos com igualdade. Nós todos queremos a volta de Marconi, porque ele foi um governador realizador, que não teve medo de ousar”, sintetizou.
Dário Paiva fez questão de reafirmar o apoio ao senador, declarando que o partido tem hoje certeza do que quer para Goiás. “Na ‘Eleição’ passada nós apoiávamos o Iris, mas não era para ele usar a Prefeitura como trampolim para se lançar de novo. Hoje estamos ao seu lado, senador, com muita certeza do que queremos para Goiás. Recebemos propostas todos os dias, mas já estamos com a nossa posição definida”, disse.
Dário relembrou os programas sociais criados por Marconi, destacando os benefícios do Cartão Cidadão. “Quem não se lembra daquela época em que o pai de família pegava uma cesta básica, levava para casa e, ao abrir a cesta, percebia que havia ali comida vencida. Mas Marconi criou o Cartão Cidadão e o trabalhador pode utilizá-lo para fazer compras ao lado da sua casa, movimentando o comércio local. É preciso ressaltar que nós estamos descontentes com o atual valor da Bolsa Universitária, que foi reduzida a R$200. Marconi, desde já, mostrando que se preocupa com a educação, está trabalhando contra o analfabetismo, por isso incluiu em seu plano de governo o cheque-computador”, afirmou.

Emoção
Emocionado com o entusiasmo dos presentes, Marconi agradeceu pelo carinho de todos. “Obrigado pela energia, vibração e carinho de todos vocês. Jales e Dário, que estão comigo na mesa, tenham em mim um grande amigo, além de outros que estão aqui. Jales me ajudou a reduzir impostos, criar programas sociais, aumentar o salário dos servidores públicos. É um homem de coragem. Dário, desde a primeira hora, foi correto comigo, com nossas conversas. Sempre pediu que eu apenas prestigiasse o partido, não pediu nada, além disso”, disse.
Marconi afirmou que o apoio declarado do PSL significa já oito partidos na aliança. “A declaração de hoje do PSL já faz somar oito partidos na nossa aliança. Esse apoio é importante por vários aspectos; na campanha, no plano de governo, no conselho político. Fizeram uma tentativa muito forte de nos isolar, e nós conseguimos superar isso. Vamos inovar em muita coisa, não duvidem da nossa criatividade. Precisamos reativar programas que foram desativados, porque não há mais programas sociais em Goiás. Precisamos de um choque radical na segurança pública, educação, tecnologia da informação, e também levar em consideração todas as questões que dizem respeito ao meio ambiente. Não há um programa social em Goiás. Preciso do apoio de vocês”, completou.

Uruaçu 19/04/10 - (Da Redação do JC - On-line. Informações da Assessoria de Comunicação de Marconi Perillo)

domingo, 18 de abril de 2010

Filho de Uruaçu, judoca Carlos Henrique quer disputar ‘Olimpíadas’


Judoca Carlos Henrique Guarany Ferreira Lopes de Viveiros:
detentor de títulos, troféus e medalhas, idealiza brilhar
nos Jogos Olímpicos de 2016

 

O judô é uma arte marcial, um desporto e uma filosofia com origem no Japão. Muito difundido no Brasil, também é praticado como esporte que faz parte dos Jogos Olímpicos. Há tempos, o interesse pelo judô cresce no Brasil, inclusive da parte de crianças.

O judoca Carlos Henrique Guarany Ferreira Lopes de Viveiros, natural de Uruaçu, é membro da equipe do SESC Faiçalville (uma das melhores do Estado) e filiado a Federação Goiana de Judô (FEGOJU). Residente na capital Goiânia, é o campeão goiano do Ranking de 2009, na categoria Mirim - Ligeiro.

O atleta já coleciona vários troféus e medalhas, conquistadas nas competições esportivas, fruto dos trabalhos técnicos dos professores Bruno e Glauber, além da dedicação do novato esportista, que apesar da pouca idade consegue ver os benefícios que o esporte lhe proporciona.

Dedicado ao esporte e enxergando o futuro, Carlos Henrique faz planos: participar das Olimpíadas de 2016, na cidade do Rio de Janeiro-RJ e conquistar uma medalha para o País.

 

Campeão agraciado

Em evento de confraternização, a FEGOJU promoveu no final de 2009 entrega de premiações aos judocas que se destacaram no período. Na parte social, foi proporcionado aos agraciados, familiares e amigos um jantar de confraternização, encerrando as atividades da temporada.

Em âmbito nacional, Goiás é um dos Estados destaques na modalidade do judô, seja através dos judocas, dos treinadores, dos árbitros. Em março, o atleta olímpico Flávio Canto esteve em Goiânia, repassando experiência, demonstrando suas técnicas prediletas e incentivando competidores com atuação no Estado. Josmar Amaral Gonçalves (Professor Josmar) é o presidente da FEGOJU (com sede em Anapólis e detentora do site www.judogoias.com.br).

Paulo Wanderley Teixeira preside a Confederação Brasileira de Judô (CBJ), entidade que rege todo o judô no território brasileiro. A CBJ é filiada e reconhecida pela Confederação Sul-Americana de Judô, pela Confederação Pan-Americana de Judô, pela Federação Internacional de Judô e pelo Comitê Olímpico Brasileiro.

 

Uruaçu 16/04/10 - (Motta Filho - JC On-line, com Redação)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

‘Site’ do jornalista Euclides Oliveira é lançado


Jornalista Euclides Oliveira concede entrevista coletiva,
na noite de lançamento


Euclides Oliveira no evento, com a primeira-dama Gracilene Batista

Na noite de 9 de abril foi realizado na Casa Bela Eventos, o lançamento oficial do site do jornalista Euclides Oliveira (www.euclidesoliveira.com.br - Boas Noticias Para Você). Na oportunidade compareceram diversas autoridades de Niquelândia, Colinas do Sul, Uruaçu, dentre outras cidades.
O jornalista destacou a importância do jornalismo dentro da sociedade atual, fazendo um apanhado geral de seus dez anos de jornalismo e quatro anos de Goiás. Na ocasião a primeira-dama niquelandense Gracilene Batista em poucas palavras fez singela homenagem ao mesmo, nascido em Jundiaí-SP e que atua no semanário jornal Diário do Norte.
Luciula Rocha, presidente do Instituto Paulo Rocha (sediado naquela localidade) e representante de Vilmar Rocha (ex-deputado federal) no evento, destacou também, além da importância do jornalismo nos tempos atuais, também o valor do repórter Euclides Oliveira junto à população da região Norte goiana. Não apenas como jornalista, mas também como cidadão.
Denominado como uma biblioteca virtual, o site é apresenta todo o arquivo de matérias escritas nesses dez anos por Euclides Oliveira. São mais de 3,8 mil arquivos, organizado por cidade e empresas, todos em PDF; mais de 1,3 mil deles são relacionados a Niquelândia e toda a região.
Palavras de Euclides Oliveira, no site: “Eu acredito que, para tudo na vida, existe uma explicação. E lembro-me bem que, aos 4 anos de vida, em 1980, eu já tinha aprendido a ler.”
No Youtube está postado, na íntegra, vídeo do evento. Basta acessar http://www.youtube.com/watch?v=RgSD9S2LaZ4.



Na noite especial, Euclides Oliveira com Solange (esq.)
e Luciula Rocha (ambas do Instituto Paulo Rocha); e,
Rejane Rocha (secretária da Educação de Niquelândia)


Quem também prestigiou o lançamento do site foi
Iran Ferreira, prefeito de Colinas do Sul

Nota da Editoria-chefe do Blog do Jornal Cidade: Euclides Oliveira, que está de parabéns devido o site, é um dos mais competentes e qualificados jornalistas com atuação dentro de Goiás. Ao mesmo tempo, é pessoa extremamente educada. Outra característica louvável do paulista-goiano é a sua ampla visão coletiva. A presença dele na região enriquece o jornalismo do Norte goiano. Os que valorizam a dedicação e a qualidade sabem (e devem propagar): de forma natural, Euclides Oliveira pode ajudar cada vez mais Niquelândia, especialmente se receber atenção maior e ganhar valorização maior da parte de todos os segmentos. Para os que lerem esta reportagem, fica a dica: ajudem divulgar mais esse endereço eletrônico jornalístico da região - www.euclidesoliveira.com.br

Uruaçu 15/04/10 - (Da Redação. Informações do site Niqline.com [www.niqline.com], editado pelo jornalista Joaquim J.R. Neto -, de Niquelândia)

terça-feira, 6 de abril de 2010

OPINIÃO - Artigo

Carlos Alberto Di Franco

Igreja: informação versus campanha

A imprensa brasileira tem noticiado a respeito da crise que fustiga a Igreja Católica com razoável serenidade e equilíbrio. Os casos de abuso sexual protagonizados por clérigos são, de fato, matéria jornalística inescapável. O que me impressiona, e muito, é a perda do sentido informativo e o inequívoco tom de campanha assumido por alguns jornais norte-americanos.
Infelizmente, os casos reais de abuso sexual, acontecidos nas últimas décadas, mesmo que tenham sido menos numerosos do que fazem supor certas reportagens, são inescusáveis. Nada pode justificar nem atenuar crimes abomináveis como o estupro e a pedofilia. Um só caso de pedofilia, praticado na Igreja Católica por um padre, um religioso ou uma religiosa, é sempre demais, é inqualificável.
O Vaticano recebeu 3 mil denúncias de abuso sexual praticados por sacerdotes nos últimos 50 anos. Segundo monsenhor Scicluna, chefe da comissão da Santa Sé para apuração dos delitos, 60% dos casos estão relacionados com práticas homossexuais, 30% com relações heterossexuais e 10% dos casos podem ser enquadrados como crimes de pedofilia. Os números reais de casos de pedofilia na Igreja são, portanto, muito menores.
Os abusos têm sido marcadamente de caráter homossexual e refletem um grave problema de idoneidade para o exercício do sacerdócio. Afinal, uma instituição que, há séculos, defende o celibato sacerdotal tem o direito de estabelecer os seus critérios de idoneidade, o seu manual de instruções para a seleção de candidatos. A Igreja está, de fato, enfrentando as consequências de anos e anos de descuido, covardia e negligência dos bispos na seleção e formação do clero.
Philip Jenkins, um especialista não católico de grande prestígio, publicou o estudo mais sério sobre a crise. Pedophiles and Priests: Anatomy of a Contemporary Crisis (Oxford, 214 págs.) é o mais exaustivo estudo sobre os escândalos sexuais que sacudiram a Igreja Católica nos Estados Unidos durante a década de 1990. Segundo Jenkins, mais de 90% dos padres católicos envolvidos com abusos sexuais são homossexuais. O problema, portanto, não foi ocasionado pelo celibato, mas por notável tolerância com o homossexualismo, sobretudo nos seminários dos anos 70, quando foram ordenados os predadores sexuais que sacudiram a credibilidade da Igreja.
O autor não nega o óbvio: a objetiva gravidade dos fatos. Mas mostra como os crimes foram amplificados com o objetivo de desacreditar a Igreja. A análise isenta dos números confirma essa percepção. Na Alemanha, por exemplo, existiram, desde 1995, 210 mil denúncias de abusos. Dessas 210 mil, 300 estavam ligadas a padres católicos, menos de 0,2%. Por que só as 300 denúncias contra a Igreja repercutem? E as outras 209 mil denúncias? Trata-se, sem dúvida, de um escândalo seletivo.
Tentou-se, recentemente, atingir o próprio papa. Como lembrou John Allen, conhecido vaticanista e autor do livro The Rise of Benedict XVI, em recente artigo no The New York Times, o papa fez da punição aos casos de abuso uma prioridade de seu pontificado. “Um de seus primeiros atos foi submeter à disciplina dois clérigos importantes contra os quais pesavam denúncias de abuso sexual há décadas, mas que tinham sido protegidos em níveis bastante altos. Ele também foi o primeiro papa da história que tratou abertamente da crise”. Bento XVI tem sido, de fato, firme e contundente.
Em recente carta ao Corriere della Sera, o senador italiano Marcello Pera, um laico no mais genuíno sentido italiano da palavra, assumiu a defesa do papa e foi ao cerne da polêmica. “Desencadeou-se uma guerra. Não propriamente contra a pessoa do papa, pois seria inviável. Bento XVI tornou-se invulnerável por sua imagem, sua serenidade, sua clareza e firmeza.” A guerra continuará, “entre outras razões porque um papa como Bento XVI, que sorri, mas não retrocede um milímetro, alimenta o embate”.
Precisamos informar com o rigor dos fatos. Mas devemos, sobretudo, entender o que se esconde por trás de algumas manchetes e de certas interpretações.

C
arlos Alberto Di Franco é diretor do Master em Jornalismo, professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, é diretor da Di Franco - Consultoria em Estratégia de Mídia. Contatos: difranco@iics.org.br. Transcrito, sem adaptações, do jornal O Popular (Goiânia-GO), de 05/04/10

domingo, 4 de abril de 2010

Doutor Waldecir é pré-candidato a deputado estadual


Novidade na política de Uruaçu: presidente do PRB local, o médico pediatra Waldecir Alves de Oliveira (doutor Waldecir) (foto) tornou pública neste final de semana a sua pré-candidatura ao cargo de deputado estadual, dentro do pleito 2010. Secretário municipal da Saúde uruaçuense até a manhã do dia 1º de abril último, ele está divulgando uma Carta Aberta. Leia abaixo, nesta postagem de 04/04/10.
Agora, quatro nomes estão páreo, almejando cadeiras no Palácio Alfredo Nasser, da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás: os outros são Valmir Pedro (PMN), Francisco Carlos (Chiquinho, PDT) e Jairo Balbino (PT).
Confirmado esse número de postulações nenhum será eleito.

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO 

Uruaçu, abril de 2010.
Estimado e querido povo de Uruaçu,

Com seu apoio e auxílio, nos quinze meses em que estivemos a frente da Secretaria Municipal da Saúde, conseguimos, com um sistema moderno de administração, transformá-la em um órgão voltado diretamente para o rápido e eficiente atendimento da população.
Tiramos a saúde municipal da UTI e a preparamos para cumprir seu papel social.
Com dedicação, incessante trabalho, inabalável honestidade, probidade, austeridade e respeito pela coisa pública, cumpri a minha obrigação perante o governo municipal.
Quero, publicamente, agradecer ao amigo prefeito Lourencinho  pela oportunidade de ter feito parte de sua equipe e também à amizade sincera e o apoio que ele sempre teve para comigo.
Deixo a Secretaria da Saúde com a consciência tranquila de ter conseguido relevantes e importantes conquistas.
Vou dedicar-me ao projeto da minha candidatura a Deputado Estadual com a certeza de que, com o apoio de todos vocês, estarei representando Uruaçu e a região do Médio-Norte na Assembleia Legislativa.
DEUS nos abençoe em mais essa caminhada...
...Para a VITÓRIA e, FELIZ PÁSCOA.

Dr. Waldecir Alves de Oliveira
Médico

sábado, 3 de abril de 2010

OPINIÃO - Artigo


Joel de Sant’Anna Braga Filho

Vinte meses de realizações e grandes amizades

Hoje é, portanto, o meu último dia enquanto administrador da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sectec). Foram 20 meses à frente do órgão, onde entrei no dia 4 de julho de 2008. Saio de cabeça erguida, pois não deixo nenhuma nódoa de desavença por onde passo. Na verdade, isso, para mim, é um procedimento de rotina em minha vida. Afinal, há determinados momentos da vida em que temos de voltar a algum lugar por onde um dia passamos, e aí, caso não tenhamos disseminado boas relações, nos depararemos, portanto, com sérios problemas. Minha saída da Sectec, que se dá em cumprimento da lei, é motivada por outra etapa de luta que vou enfrentar neste ano, que é a busca de uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Posso olhar para trás orgulhosamente. E isso me é possível pelo fato de que, enquanto secretário, empreendi, dentro das minhas limitações, muitas atividades e muitas obras junto à Sectec. Cabe mencionar também as centenas de pessoas que tive o privilégio de conhecer e delas me tornar amigo. Pessoas estas de todas as hierarquias na Pasta, desde a Deuzuíte e o Ivaldo, que cuidam com presteza da copa, até as superintendentes Adriana Caiado e Rosidalva Lopes, que realizam um trabalho notável nas respectivas superintendências que direcionam.
O todo enquanto todo envolve todas as partes. Quero com isso dizer que todos os funcionários da Sectec, isso envolvendo todas unidades, são os grandes responsáveis pelas importantes ações que a secretaria está empreendendo pelo Estado afora. O louro é, no entanto, para ser estendido à cabeça de todos os funcionários.
Primamos em nossa administração pela “austeridade e respeito à coisa pública”, que foram as duas recomendações que o governador Alcides Rodrigues nos apontou para fazer parte de seu governo. Essas recomendações são o norte que perseguimos nesses 20 meses. Nesse período podemos apontar uma série de ações de nossa parte:
Em 2009, nossos centros educacionais profissionalizantes e oficinas digitais certificaram 31.560 pessoas em profissões mais diversas, com isso triplicando o número de certificação de 2008; cerca de 90% desses profissionais estão no mercado de trabalho,
Graças a uma pesquisa paga pela Fapeg, conseguimos que a Assembleia Legislativa aprovasse o Estatuto do Portador de Câncer, isso significa boa notícia para os portadores de câncer: direito ao tratamento,
Inauguração de cinco novas escolas técnicas bem como a contratação de 784 novos professores, instrutores e técnicos,
Conclusão do Centro de Vitivinicultura de Santa Helena, que desde dezembro oferece o primeiro curso de vitivinicultura para técnicos e produtores, na formação de 50 multiplicadores para fomentar a cultura no Estado,
Inauguração do Teatro Escola Basileu França, um grande espaço físico para fomento da arte, no qual se ministra aulas de artes a alunos que futuramente serão também professores de alguma modalidade de arte,
Criação da Lei de Bolsas pela Sectec juntamente com Fapeg, em que serão aplicados R$ 6,4 milhões nas áreas de mestrado e doutorado,
Conclusão do Centro Tecnológico de Cristalina, com previsão do primeiro vestibular para março deste ano, conclusão também do de Edeia, gerido em parceria com Universidade do Estado de Goiás (UEG); essas instituições ministram cursos pertinentes à vocação regional de cada cidade. Para este ano está prevista a conclusão do Centec de Trindade, que já está fase final, já o Centec de Planaltina está na fase inicial,
Aprovação da Lei de Inovação Tecnológica, que cria as bases legais para a promoção do desenvolvimento tecnológico do Estado, uma vez que a Sectec e a Fundação de Amparo à Pesquisa ficam autorizadas a apoiar empresas privadas. Dezoito milhões de reais já estão disponíveis para o primeiro projeto.
Vale mencionar alguns recursos, como R$ 13,4 milhões para a construção dos Centros Vocacionais Tecnológicos, que já estão em caixa, e outros, em fase final de liberação, como os R$ 12 milhões para a construção do Parque Tecnológico em área da UFG, R$ 28 milhões para o Brasil Profissionalizado, R$ 5 milhões para o Ensino a Distância, e R$ 120 milhões para a construção de um Centro Tecnológico de Radioterapia em Goiás. Há ainda uma infinidade de outras ações a apontar em nossa administração, mas que não é possível devido ao espaço destinado a este artigo.
O que posso dizer é que tudo a que me dedico a fazer me envolvo de corpo de alma. Faço isso seguindo um conselho do poeta português Fernando Pessoa, presente no trecho do poema a seguir:
“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim como em cada lago a lua toda
Brilha porque alta vive.”

Joel de Sant'Anna Braga Filho reside em Goiânia e é secretário estadual de Ciência e Tecnologia em Goiás; odontólogo; e, membro da Academia Goianiense de Letras (http://www.twitter.com/joelsantanna). Transcrito, sem adaptações, do jornal Diário da Manhã (Goiânia-GO), de 31/03/10. Postado em 03/04/10