Poder (cadeira-caneta-mentira-etc.)
Experimente, internauta, verificar nos dicionários a rede de significados da palavra poder. Leia também qualquer coisa sobre o alemão Karl Marx (1818-1883), intelectual que deixou registradas importantíssimas obras que abordam o poder e as relações de poder na sociedade.
Ontem e hoje a realidade mundial mostrou e mostra e, prova, que poder e corrupção têm tudo a ver.
A organização não-governamental (ONG) Transparência Internacional divulgou em 17 de novembro seu relatório anual de percepção de corrupção no mundo. O ranking reúne 180 Países, classificados em um índice de zero a dez, calculado a partir de pesquisas de 13 organizações. A ONG chamou a atenção para os efeitos da crise financeira internacional, dos pacotes bilionários de ajuda dos governos para reativar as economias e dos conflitos armados sobre as práticas ilegais com recursos públicos. O Brasil foi classificado em 75º lugar, com índice 3,7. Caso não fosse a corrupação (tanto na iniciativa pública, como na privada), o melhor lugar de se viver no planeta Terra seria no Brasil.
Dia 25 de novembro, no anúncio do novo Programa BNDES para o Desenvolvimento da Economia da Cultura (Procult), que destinará R$1 bilhão para projetos culturais até 2012 (e tomara que sobre alguma fatia para Uruaçu), a impressão gráfica, via Ministério da Cultura, de um panfleto, dirigido a eleitores, com lista de mais de 250 congressistas que votam favoravelmente às iniciativas da Pasta, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, foi perguntado pela imprensa sobre o folheto, mas respondeu que preferia falar sobre o Procult. Jornalistas insistiram na pergunta e, o bonitão do horrível Ferreira (que um dia antes negou [mentiu] que o panfleto houvesse sido impresso pelo Ministério) esclareceu: trata-se de lista com nomes de várias siglas, e não só da base aliada... Até que ele atacou a imprensa, frisando que os jornalistas “são pagos para mentir”. Afirmou inclusive, talvez querendo mostrar ser homem de uma palavra só: “Meu pinto, meu coração, meu estômago e meu cérebro é uma linha só. Não sou um cara fragmentado...”. Enfie na bunda sua, ministro mentiroso, o seu pinto. O Ministério permanecerá, enquanto esse elemento apenas está de passagem como ministro.
Está vendo leitor, como mentem com facilidade? Como são prepotentes? Como abusam do poder ou da autoridade?
Abordando, entre outros detalhes, o poder, escreveu em setembro de 2002, plena campanha eleitoral em andamento, o jornalista Batista Custódio, editor-chefe do jornal Diário da Manhã (Goiânia), num fenomenal artigo, entre os muitos que produz:
“O poder é o dono do porco, e, o poderoso, o porco. E por que o dono do porco engorda o porco? Para fritá-lo em sua própria gordura quando estiver bem gordo e comer, e em seguida pôr outro porco para engordar. O poder também espera o poderoso ficar bem cevado de vaidade e ser fritado pelos próprios azeiteiros de seu endeusamento para devorá-lo. Os porcos no chiqueiro lembram certos homens no poder. Aqueles tanto resfolegam na lama e fuçam a lavagem, que se acostumam à sujeira e deixam de sentir o cheiro das coisas podres. Esses tanto deitam e rolam no autoritarismo e chafurdam-se na corrupção, que se habituam à impunidade e já não sentem a desonestidade recendendo de sua administração e atos. Eis, aqui, a causa e a consequência mais comuns das ascensões e quedas dos ciclos políticos no poder. Os líderes surgem combatendo o nepotismo, a prepotência, a corrupção, e desparecem familiocratas, déspotas e enriquecidos encantadamente.”
No final deste Editorial, uma (re) lembrança do JC: cemitério algum ou crematório algum saem do lugar. Pelo contrário, eles não deixam de crescer por todos os lados.
Postagem: 28/11/09
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