sábado, 13 de agosto de 2016

Goiânia – Audiência pública debate ameaças à legislação trabalhista e social do Brasil. SINDIURUAÇU participa

Audiência pública contra a redução dos direitos trabalhistas e previdenciários, além de outras injustas. Evento foi promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, presidida pelo senador Paulo Paim (centro), na foto ladeado (dir.) pelo deputado federal Rubens Otoni e pela deputada estadual Adriana Accorsi – Foto: ASCOM do senador/DivulgaçãoMais fotos, abaixo
Organizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS); e, pela Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência, foi realizada dia 12 de agosto em Goiânia, audiência pública para debater ameaças à legislação trabalhista e social do país. O evento, em parceria com a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, transcorreu na sede do órgão.
Com atenção farta aos direitos dos trabalhadores e, focada nos tópicos Previdência Social; Combate ao Trabalho Escravo (PLS 432/16); Terceirização; Prevalência do Negociado Sobre o Legislado; PLP 257/16; PEC 241/16; Desvinculação das Receitas da União (DRU); Combate à Violência Contra as Mulheres; e, Defesa da Democracia, a iniciativa reuniu sindicalistas, trabalhadores e outros nomes da área, além de autoridades, personalidades e populares, lotando o espaço reservado. Telão foi instalado na entrada, para que mais pessoas pudessem acompanhar as atividades.
Em informações da Assessoria de Comunicação do senador, ‘em março, a capital goiana foi a última cidade a receber o senador na vigília nacional contra a terceirização. Eles apresentaram uma carta nacional repudiando a proposta. Para Paim, o Senado precisa ser sensível à visão dos trabalhadores de não admitir a terceirização da atividade-fim’. “Não é assim que teremos melhores indicadores de competitividade, emprego e renda. Precisamos garantir aos 13 milhões de terceirizados os mesmos direitos que hoje os trabalhadores contratados pela CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] possuem”, salienta.

Alerta
Paim lembrou que a população está cada vez mais assustada com os ataques aos seus direitos básicos. Ele cobrou mais mobilizações dos brasileiros contra o fim de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários por parte do governo interino. “Não podemos deixar que o governo interino faça o que quer. Já acabaram com o Ministério da Previdência e estão cortando as aposentadorias por invalidez e os auxílios-doença. Isso em apenas três meses. Estamos presenciando apenas o início do precipício, a situação tende a piorar em muito. É inaceitável!”.
O senador ressaltou que há outros embates no Congresso, como o negociado sobre o legislado, legalização de trabalho escravo e terceirização. Segundo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), há 65 projetos que vão de encontro às conquistas sociais garantidas na Constituição Federal (CF). “Precisamos estar unidos para combater este movimento conservador que assola o país. O movimento social precisa ir às ruas para defender suas conquistas”, alertou o senador.

Presenças
Entre outros presentes, Rubens Otoni, deputado federal (PT-GO); Adriana Accorsi, deputada estadual (PT-GO), pré-candidata à Prefeitura de Goiânia; Mauro Rubem Menezes Jonas, presidente da Central Única dos Trabalhadores de Goiás (CUT Goiás); Fátima Helena, chefe de Gabinete da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB); representando o presidente João Domingos, da CSPB, Ivo Arruda, coordenador da Região Centro-Oeste da CSPB (também é vice-presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores em Goiás [NCST Goiás]); Roosevelt Dagoberto Silva, presidente da NCST Goiás; e, Mário Ribeiro Filho (Marinho), presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Uruaçu (SINDIURUAÇU).
No auditório, lotado, estavam fixadas dezenas de faixas e banners de entidades e outros movimentos sindicais.

SINDIURUAÇU presente
Nos bastidores da audiência pública, Mário Ribeiro Filho (Marinho), presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Uruaçu (SINDIURUAÇU); e, Fátima Helena, chefe de Gabinete da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) – Foto: SINDIURUAÇU/Divulgação. Mais fotos, abaixo
Para Marinho, é uma injustiça social muito grande lidar com procedimentos governamentais municipais, estaduais e federais que prejudicam os direitos trabalhistas e sociais do funcionalismo público em geral. O sindicalista uruaçuense opina que a luta deve continuar e, que as injustiças não podem resultar em desânimo para ninguém, nem mesmo a pretensão governamental de afrontar diretos previdenciários.
Para Marinho, existem outras muitas formas de os governantes resolverem os problemas das dívidas públicas sem prejudicar os servidores. Poderiam, por exemplo, deixar de gastar com questões supérfluas.
Marinho avaliou o evento como fundamental para motivar e alertar a todos. Elogiando a atuação das entidades, disse que a CSPB, o presidente João Domingos e equipe (com Fátima Helena demonstrando toda boa vontade do mundo para ajudar nas causas sindicais) representam o de melhor.
Leia mais sobre o evento, a seguir.

CSPB ajuda organizar e participa de audiência pública que foca desmonte do arcabouço de leis trabalhistas
A Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, participou da audiência pública, dia 12 de agosto, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, em Goiânia, de forma destacada, reforçando a iniciativa da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado e conduzida pelo presidente, senador Paulo Paim (PT-RS). O conjunto de ameaças à legislação trabalhista e social do país e, uma série de discussões, foram os pontos altos, conforme informa a reportagem.
Em informações da entidade, o presidente da CSPB, João Domingos Gomes dos Santos, que, por motivo de agenda, não pôde comparecer à audiência, disponibilizou equipe para cobertura jornalística e auxílio na organização do evento. A Secretaria de Comunicação da representação – Secom/CSPB –, colaborou com as filmagens transmitidas para um telão que ficou à disposição dos participantes que não puderam entrar no auditório devido à superlotação.
O objetivo do evento foi instrumentalizar os movimentos sindicais e sociais sobre como reagir aos "intensos" e "sucessivos" ataques que visam aniquilar, simultaneamente, direitos trabalhistas e sociais indispensáveis ao desenvolvimento econômico e social do país. “Está em curso uma agenda de desmonte do estado brasileiro a sacrificar, sobretudo, a parcela socialmente mais vulnerável do país. Precisamos de uma reação, sem precedentes históricos, na defesa do nosso desenvolvimento, da classe trabalhadora e da soberania nacional. Não mediremos esforços nesse sentido”, alerta João Domingos, representado pelo coordenador da Região Centro-Oeste da CSPB, Ivo Arruda, que é vice-presidente da Nova Central Sindical do Estado de Goiás (NCST/GO).
Ivo Arruda relatou sua trajetória policial e sindical. Entre as experiências listadas, o combate ao trabalho escravo, com o sindicalista denunciando a agenda de desmonte do Estado; o “arriscado” rompimento democrático e a tentativa de “aniquilação” dos serviços públicos por meio de projetos como o PLP 257/2016 e a PEC 241/2016. “A CSPB e a Nova Central estão atentas. Não recuaremos um milímetro na defesa das leis que protegem os servidores, bem como na manutenção das políticas públicas que resguardam as instituições, departamentos e órgãos públicos do nosso país. Muitos brasileiros dependem desses serviços e, em nome deles, fortalecemos a coragem e a energia para seguirmos na luta”, reforçou o representante de João Domingos.

Rompimento de tratados e acordos
Representantes sindicais dos auditores fiscais do trabalho, denunciaram as ameaças contidas no Projeto de Lei (PLS 432/16), cujo texto flexibiliza a legislação que tipifica o trabalho escravo, de maneira de fragilizar juridicamente os processos que combatem a prática, como meio de garantir impunidade àqueles que exploram a força de trabalho escrava para aumentar sua lucratividade. Os representantes da categoria denunciaram, por exemplo, a tentativa de suprimir, no texto da lei, a “jornada degradante” como atividade análoga ao escravo. Na avaliação de técnicos e especialistas, o texto do projeto regulamenta o trabalho escravo, favorecendo a disseminação desordenada do crime sem punição aos seus algozes.
No decorrer na audiência, sindicalistas acenaram com a possibilidade de denunciar o governo federal em exercício, junto aos tribunais e organizações internacionais, pelo rompimento, “sistemático”, de tratados e acordos dos quais o Brasil é signatário. Outra agenda que ganha “peso” e “forma” entre as entidades sindicais, é a articulação junto aos trabalhadores do setor público e privado para uma greve geral, de maneira a pressionar o poder público a retroceder na política econômica que impõe uma agenda de privatizações, terceirizações e revogação de direitos trabalhistas e sociais.
Em relação ao Governo de Goiás, as Centrais de Trabalhadores e entidades sindicais do setor público construíram unidade. Elas planejam extensa agenda de manifestações e não descartam greve geral contra o estímulo ao contrato terceirizado; a admissão de Organizações Sociais (OS’s) em serviços públicos essenciais; a redução, “dramática”, do quadro de servidores em consequência da redução de concursos públicos; o descumprimento da data-base das categorias, algumas, com dois anos sem reposição inflacionária; entre outras.

‘Auditar dívida pública da União e dos estados’
Sindicalistas, autoridades políticas, magistrados, estudantes e lideranças sociais revezaram-se apresentando denúncias; apontando alternativas e soluções à crise econômica e à agenda recessiva que “sufoca” a oferta de empregos no mercado de trabalho; reduz o poder aquisitivo da mão de obra assalariada no setor público e privado; amplia o endividamento do estado e das famílias com as taxas de juros reais mais altas do mundo; e, desestimula investimentos na economia real – mercado produtivo –, onde surgem oportunidades de emprego, com distribuição de renda e oportunidades para os cidadãos.
De Paulo Paim: existe ação articulada do governo interino, parte da imprensa e do Congresso na tentativa de disseminar a farsa de que a legislação trabalhista “atrapalha” a ampliação da oferta de empregos. “Essas instituições seguem atacando, de maneira ‘torpe’ e ‘covarde’, sua maior força de resistência: o movimento sindical. Essa gente precisa compreender que reduzir o mercado consumidor; seja pela ampliação do desemprego, seja pela desvalorização dos salários; diminui a demanda por produtos e serviços, inviabilizando, com isso, a saúde financeira das empresas do setor produtivo. Com a hipervalorizarão do mercado de juros, o capital substitui seus investimentos. Ele migra seus recursos para o setor financeiro e passa a faturar, muito, com taxas de juros exorbitantes, a comprometer a renda dos trabalhadores e a inviabilizar a obtenção de créditos às pequenas e médias empresas do país. Precisamos interromper esse ciclo. É urgente e necessário auditar dívida pública da União e dos estados. A política econômica em curso, inviabiliza, de maneira brutal, a retomada do nosso desenvolvimento econômico/social”.

Presidente da CSPB, João Domingos, representado por Ivo Arruda (foto): “Não recuaremos um milímetro na defesa das leis que protegem os servidores, bem como na manutenção das políticas públicas que resguardam as instituições, departamentos e órgãos públicos do nosso país” – Fotos: Júlio Fernandes - SECOM/CSPB

Paulo Paim analisa existência de ação articulada do governo interino, parte da imprensa e do Congresso na tentativa de disseminar a farsa de que a legislação trabalhista atrapalha a ampliação da oferta de empregos
Telão na entrada para que todos pudessem acompanhar a audiência

(Jota Marcelo – JC Online. Com fontes citadas)

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