A riqueza que vem dos lagos de Goiás
Carlos Alberto Leréia
Goiás é hoje conhecido nacionalmente por seu grande potencial agropecuário, além da diversidade no cultivo de grãos. No âmbito da pecuária, aparece como quarto maior produtor brasileiro. Fator que torna o Estado o terceiro maior produtor de leite no Brasil e que revela todo o seu potencial no agronegócio.
Com toda essa magnitude, quero chamar atenção das autoridades, dos políticos e dos empresários do nosso Estado para que possamos focar também no potencial que temos: os lagos. Hoje eles são explorados turisticamente, mas deixam a desejar quando falamos sobre a piscicultura na região, ou seja, na criação de peixes para o comércio.
O Brasil hoje detém mais de 5 milhões de hectares de águas represadas, possibilitando um dia obter o título de maior potencial do mundo para o sistema de cultivo de peixes em água doce.
Estão em Goiás as nascentes das três mais importantes bacias hidrográficas do Brasil: Amazônica, constituída pelos rios Araguaia e Tocantins; do São Francisco, composta pelas cachoeiras dos rios Preto e Urucuia, e do Paraná, formada pelo rio Paranaíba.
Com a implantação das usinas hidrelétricas no Estado, os lagos foram surgindo. Sete deles se destacam pelo grande volume de água: Lago Azul; das Brisas; de Cachoeira Dourada; de São Simão; de Corumbá; de Cana Brava; e, de Serra da Mesa (o maior do Brasil).
São quase 4 mil quilômetros quadrados de área alagada. Diante dessa potencialidade, é hora de criar políticas públicas para que a piscicultura possa transformar Goiás no maior produtor de pescado em água doce do País. Precisamos estimular a criação de peixes nesses lagos, incentivar as organizações comunitárias e capacitar a população ribeirinha para essa atividade. Essas iniciativas contribuem para o processo de inclusão social, uma vez que representam uma alternativa de rendimentos diante da demanda desse alimento.
Desde 2008, apresento emendas ao Orçamento da União com recursos de R$200 mil para desenvolvimento de técnica para aquicultura e piscicultura no Estado. Entendo que esse valor é pequeno, mas o primeiro passo foi dado. O que devemos fazer a partir de agora é unir forças para que essa atividade possa proporcionar opção de trabalho e renda e dar novo rumo à economia goiana.
Em outubro vamos eleger novos representantes políticos, e espero que essa ideia possa ser incluída com sucesso no programa do governo de quem for eleito. Temos de dar a real importância para que essa atividade possa entrar na prioridade governamental.
Carlos Alberto Leréia (PSDB) reside em Goiânia e é deputado federal
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