Presidente da Faeg, José Mário Schreiner (fotos acima/abaixo) expõe
dados em Uruaçu: produção comprometida, reunião emergencial: estimativa de
perdas oscila entre 40%; e, 80% (casos de Vicentinópolis e Santa Helena de
Goiás) – Fotos: Márcia Cristina/Jota
Marcelo
Ozires Ribeiro Silva, presidente do Sindicato
Rural de Uruaçu (SRU), ladeado por tenente coronel Carlos Lira (Corpo de
Bombeiros); Gustavo Dourado, presidente do Sindicato Rural de Porangatu; José
Mário; e, Bartolomeu Braz (Faeg/Aprosoja-GO): “O produtor não pode se vê
afetado na próxima safra, em função do que é visto hoje”
Produtores ouviram orientações, sanaram dúvidas
e aguardam medidas emergenciais
Prefeita Solange (com decreto em mão) se diz
atenta para com os efeitos negativos provocados pela interrupção das chuvas
Tenente coronel Carlos Lira: informações
técnicas sobre iniciativa de decretar estado de emergência
Doutor Cidervane Rabelo (esq.) (veterinário); Mário Ribeiro
Filho (Marinho), pequeno produtor rural, feirante e presidente do Sindicato dos
Servidores Públicos Municipais de Uruaçu (SINDIURUAÇU); e, Ozanan Divino
Ferreira (Frigorífico Don Garrote). Geralmente, os três participam de eventos
classistas
Doutor Alarico Júnior, presidente da entidade Cavaleiros
de Sant’Ana e diretor do SRU: apoiando a iniciativa em favor dos produtores
Túlio Gracia, vice-presidente do SRU, destaca
que o apoio da Faeg e CNA é importante para os produtores
Maurício Negreiros Velloso, presidente da
Comissão de Pecuária de Corte da Faeg, também ajudou nos trabalhos
Produtores em ação: Eneas Lustosa de Melo (SRU) (esq.), José Mário e Ozires Ribeiro
Silva
Professor Francisco (esq.), vice-prefeito de Uruaçu; José Mário; e, Abel Ribeiro, presidente
do Sindicato Rural de Goianésia
Marcelo Braoios (esq.), diretor comercial da loja Irriplan;
José Mário; e, doutor Rodrigo Fernandes, membro do Sindicato anfitrião e,
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) – Subseção Uruaçu
José Mário e Weder Ribeiro (diretor do Sindicato
Rural de Uruaçu) nos bastidores do evento
José Mário, em Brasília na tarde de 4 de maio,
falando sobre o Plano Safra 2016/2017: “O documento [liberação oficial de recursos] ainda precisa passar pelo
Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central” – Foto: Tony Oliveira e Wenderson Araujo/Divulgação/CNA
Envolvendo principalmente a safrinha do milho
(milho de segunda safra) – e um pouco a safra de verão –, o impacto da drástica
interrupção das chuvas por mais de 30 dias/ da pouca chuva nos últimos meses em
praticamente todo o Estado de Goiás é bastante negativo, afetando o volume de
produção, causando prejuízos aos empreendedores com e sem financiamentos
agrícolas. Ao lado da cultura de soja, há décadas a de milho destaca-se na
expansão da atividade agrícola do país. Cultivado em todo o Brasil, o milho é
usado diretamente como alimento e em usos alternativos. Para esta safrinha,
5,2% é o crescimento da área cultivada com milho em Goiás, segundo a Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab). Já o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), esse aumento pode alcançar 12%.
Diante desse quadro, Sindicatos Rurais buscam
orientações e pedem intercessão da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás
(Faeg – via Comissão de Grãos e Oleaginosas), presidida por José Mário
Schreiner, que também é um dos cinco vice-presidentes diretores da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Cerca de 150 produtores rurais de Uruaçu, Niquelândia,
Campinorte, Nova Iguaçu de Goiás, Alto Horizonte, Mara Rosa, Porangatu, São
Luiz do Norte, Goianésia, Colinas do Sul e outras cidades se reuniram em
caráter emergencial na tarde de 3 de maio na sede do Tatersal José Henrique
Paes Ribeiro, localizado no Parque de Exposições Durval Ponce Leones, em
Uruaçu.
Coordenando os trabalhos da mesa, José Mário
se fez acompanhado de Ozires Silva Ribeiro, Gustavo Castro Dourado Souza Paiva,
Abel Ribeiro dos Santos e Alexandre Câmara Bernardes, respectivamente
comandantes dos Sindicatos de Uruaçu, Porangatu e Goianésia e, assessor técnico
do de Rio Verde e membro da Comissão de Crédito Rural da Faeg. Também por Bartolomeu
Braz Pereira, primeiro vice-presidente institucional da Faeg e presidente da
Associação dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja-GO) e, Tenente Coronel
Carlos Borges de Lira (Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás [CBMGO]).
Prefeita de Uruaçu, Solange Bertulino (PMDB) se
mostrou solidária com os produtores. “Não fico desapercebida com a causa. Estou
junta com os senhores. Uruaçu talvez tenha um dos grandes prejuízos”, discursou,
lembrando a grande área local plantada e dados extraoficiais repassados por
interlocutores do ramo. Comentando que a Prefeitura decretou situação de
emergência, face a escassez de chuvas (confira
mais adiante) – em Goiás, a de Silvânia foi a primeira a decretar –,
Solange ressaltou ser complicado o produtor rural planejar algo e depois se vê
diante de uma realidade diferente. “Os senhores estão certos em solicitar ajuda
e a Faeg atendê-los. Os produtores é que dão sustentação ao Brasil”, atestou.
Mesmo chegando atrasada ao acontecimento, em
poucos minutos ela se retirou, justificando ter outro compromisso no gabinete da
Prefeitura. Nos bastidores, alguns desaprovaram a pouca permanência da mesma.
Na conta de Solange no Facebook foi postado à noite: ‘Declaro meu apoio a todos
os produtores que representam o sustento da economia do município e de nossa
região!’.
Nessa busca de solução para minimizar os
prejuízos, o caminho passa por organizada fundamentação e pelo diálogo junto às
instituições financeiras, com a certeza de proposta coletiva de prorrogação ou renegociação
de financiamentos agrícolas.
Manifestando ser importante os governos das
três esferas voltarem atenção especial para a causa, José Mário enfatizou que,
ao contrário do imaginado por muitos, o campo e a cidade trabalham juntos.
Relatando perdas e dificuldades e, questionando, vários produtores fizeram
intervenções aos integrantes da mesa e a outros membros da Faeg. Nenhuma
pergunta ficou sem retorno, algumas das respostas desenfreadas por diferentes profissionais.
Atendendo reportagem do Jornal Cidade, José Mário memorizou: a agropecuária representa
52% da exportação do Brasil e 33% dos empregos. “Temos que ser respeitados e
ouvidos. Estamos em maio, todos se preparando para comprar insumos para o plantio
seguinte, mas também, muitos, preocupados com capacidade de cumprir ou não compromissos
assumidos no custeio da safra. Essa aqui é uma classe honesta e trabalhadora
que anualmente ajuda o pais crescer”. Comunicou ainda que no ano passado a produção
de milho em Goiás superou 9 milhões de toneladas. “Veja bem: mais que a soja,
que totalizou 8,6 milhões de toneladas, pois convivemos com problemas de
estiagem na safra verão, fase da cultura da soja”.
Solução
Conhecedor nato das ações de defesa civil do
CBMGO, Carlos Lira esclareceu: elementos específicos subsidiam o decreto de
emergência, para que seja acatado pelo governo federal, listando como exemplos,
no caso, registros fotográficos comprovando a estiagem e laudo meteorológico do
Estado. Ele sugeriu que a Faeg trabalhe a hipótese de ser emitido decreto único,
de âmbito estadual, face o problema da estiagem atingir todo o Estado. Com o
que concordaram José Mário e, Augusto César (assessor jurídico da Faeg), que reafirmaram
disposição integral para ajudar os produtores em relação ao processo.
A logística engloba detalhes técnicos, administrativos
e jurídicos, enalteceu Alexandre ao fazer uso da palavra, alertando que o
evento era momento das questões do primeiro tópico. “Esse instrumento já ‘liga
a luz amarela’ dos bancos”, categorizou, numa referência ao fato de que a
Prefeitura local decretou estado de emergência (falta de chuvas), o que pode
“dar subsídio para essa causa”, expôs Solange. Esse entendimento legal e
oficial, da parte do Poder Executivo uruaçuense e do Corpo de Bombeiros
(igualmente é visto em outras regiões), passa por Goiânia (Governo de Goiás),
chegando a Brasília (Congresso). “Não pode é fugir dos bancos”, alertou
Alexandre.
Não é a primeira e nem será a última vez que prejuízos
ao potencial produtivo da safra, hoje de 40%, em média, são realidade nas
atividades do produtor. A tramitação é burocrática, parcelas iniciais de
financiamentos estão por vencer em junho, mas o produtor precisa acreditar na
volta por cima, motivou José Mário, ao mesmo tempo em que reclamou da falta de
políticas estruturais do governo federal que possam proteger adequadamente o vulgo
setor de adversidades climáticas. Comparando a atenção voltada para os
produtores rurais do Brasil com a recebida pelos profissionais do campo dos
Estados Unidos, ele foi taxativo em pontuar: por aqui não existe seguro
agrícola que garanta uma atuação justa. Em diferença gigante, enquanto no
Brasil são destinados por safra, em média, R$400 milhões, nos EUA a soma
alcança R$7 bilhões.
“É importante sermos unidos diante desse
quadro de extrema dificuldade. Sejamos fortes, façamos ecoar vozes”, pediu o
presidente da Faeg.
Avaliando como positiva a reunião, Ozires
frisou que a Faeg exerce papel fundamental e, se tratar de luta por um direito
que cada produtor possui. “É uma realidade mais crítica do que foi imaginado. Ninguém
queria isso e o produtor não pode se vê afetado na próxima safra, em função do
que é visto hoje. Precisamos agir e resolver com a maior rapidez possível”.
Palavras de Ozires.
Vice-presidente do Sindicato Rural de Uruaçu
(SRU), Túlio Garcia comentou ao JC
que a família dele jamais viu situação tão crítica assim, dentro de Uruaçu,
prejudicando o produtor. “A busca desse respaldo, com apoio da Faeg e da CNA, é
importante para os produtores, que estão enfrentando perdas significativas”,
expressou.
Leia mais na submatéria.
Impeachment:
‘Essencial para a volta do crescimento econômico’
Em assunto de grande repercussão no Brasil, José
Mário Schreiner, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás
(Faeg), fez considerações a respeito do posicionamento pró-impeachment
apresentado pela entidade, comentando que das 27 Federações da Agricultura e
Pecuária brasileiras, 26 apoiam o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Crendo que o processo de impeachment também
será aprovado no Senado, igualmente foi na Câmara dos Deputados dia 17 de abril,
o dirigente sublinhou o que vem externando há dias: será o início do processo
de reconstrução do país. “A Faeg vinha trabalhando em prol da aprovação do
pedido por entender que o impeachment é essencial para a volta do crescimento
econômico, com equilíbrio e harmonia entre os brasileiros. Para isso, a
entidade contou com o valioso apoio dos produtores rurais e de representantes
dos principais movimentos sociais urbanos”, já havia destacado em ocasião
anterior.
Na reunião emergencial de 3 de maio em
Uruaçu, e falando ao Jornal Cidade José Mário disse que o Brasil levará cerca de 30 ou 40 anos para se recuperar
do estrago causado pela lama da corrupção. Mais: adiantou que, por acompanhar atenciosamente
o desenrolar de muitas investigações em Brasília, tem conhecimento que novas
investigações e, revelações ainda mais assustadoras estão por vir, resultando
em prejuízo maior para a população em geral. “Isso que ‘está aí’ é só o começo.
Vocês verão!”.
Ministra
Sobre o posicionamento da ministra da Agricultura,
Kátia Abreu, senadora licenciada e presidente licenciada da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil, José Mário ponderou respeitar o
posicionamento dela, aliada de Dilma. A CNA deve se opor ao retorno de Kátia a presidência
da entidade? Ele respondeu ser uma decisão íntima, “escolha pessoal tem custo”
e, que Kátia lida com oposição interna natural da diretoria da CNA, que está
descontente com sua defesa do governo. “Ela resolveu ficar do lado do governo,
nós, produtores, continuamos do mesmo lado onde sempre estivemos”, explicou na
reunião.
Dia 29 de março, Kátia disse na Comissão
Especial do Impeachment do Senado que o atraso no pagamento de subsídios do
Tesouro Nacional para os bancos públicos – processo que ficou conhecido como
pedaladas fiscais –, não representa operação de crédito.
Em informações do Portal G1, o governo
federal anunciou na manhã de 4 de maio, a liberação de R$202,88 bilhões em
crédito para o Plano Agrícola e Pecuário do período 2016/2017, linha de
financiamento destinada ao médio e grande produtor. Na cerimônia, Kátia Abreu
encerrou sua fala se dirigindo à presidente Dilma, afirmando ter “muito
orgulho” de participar do governo porque sua “paixão” é trabalhar pela
agropecuária do país. Pronunciou também que “muito entristece” ao ver acusações
contra a presidente. Sobre a possibilidade de Dilma deixar o governo, a
ministra externou: “Se isso for verdade e se isso se concretizar, eu quero ser
corresponsável nesses atos porque foi na CNA e como ministra que sugeri à
presidente investir na agricultura porque teria um retorno direto na economia”.
Argumentado pelo JC sobre que perfil deve ter o novo ministro da Agricultura em
eventual governo Michel Temer (PMDB), hoje vice-presidente, José Mário
respondeu que a Faeg, a CNA, os produtores, a população em geral esperam por
bons ministros e que eles trabalhem o mais corretamente possível. “Que seja o
ministro da Agricultura, o da Justiça, o do Meio Ambiente, daí por diante. Que
eles trabalhem bem e que deixem, nós, produtores e o povo, trabalharmos também”.
Safra
2016/2017
Na mesma data em que o governo federal
anunciou a liberação de recursos para o próximo Plano Agrícola e Pecuário, o
presidente da CNA, João Martins, teceu considerações, ladeado pelo
vice-presidente José Mário Schreiner.
Em informações da Assessoria de Comunicação
da Faeg, “fez-se um documento, que não foi levado em consideração. A classe não
foi ouvida”, informou João Martins. “A CNA participou da construção dos últimos
Planos. Este ano, realizou uma ampla consulta aos produtores, visitando todas
as regiões do país para instruir o governo sobre as necessidades e expectativas
do setor. Mas quando a nossa entidade estava com as propostas consolidadas, a
audiência de entrega ao Ministério da Agricultura foi inesperadamente
cancelada”.
O principal motivo do Plano Safra ter sido
alvo de críticas no 4 de maio, por parte do setor produtivo foi o fato de que o
atual governo se encontra sob processo de impedimento no Senado. Dentro de
poucos dias, se admitido o processo, a presidente Dilma será afastada do
exercício do cargo, juntamente com ministros e auxiliares. A entidade acredita
que é provável que este Plano tenha de ser ratificado e inteiramente regulamentado.
“Além disso, o documento ainda precisa passar pelo Conselho Monetário Nacional
e pelo Banco Central”, exclamou José Mário, que fez questão de ratificar a
falta de verba específica para o Seguro Rural.
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