terça-feira, 31 de maio de 2016

ARTIGO – ‘Por que sou candidata à reitoria da UEG’



Carla Conti 

Sou candidata à reitoria da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e, ao me apresentar, falo da minha história nesta instituição. Estou na UEG desde a sua criação, em 1999. Faço parte de sua história, do seu crescimento, de sua produção e, durante todo esse tempo, observo que essa mesma história envolve, principalmente, a realização de sonhos, uma vez que nossa instituição possibilita o acesso de muitas pessoas, nas diferentes regiões do Estado de Goiás, ao ensino superior.
Nesses 17 anos, além de professora desta Universidade, desempenhei várias outras funções, sendo as principais: diretora do Câmpus Inhumas e membro do Conselho Universitário. Mesmo respeitando as dificuldades e limitações que afetam o cotidiano da UEG, no desempenho dessas funções, percebi que o amadurecimento da instituição depende de atitudes firmes, porém respeitosas no que se refere à tomada de decisão sobre o seu futuro, algo que não tem ocorrido.
Muitos professores, alunos e servidores técnico-administrativos entendem, como eu, que o avanço da UEG depende de um exercício coletivo, por meio do qual podemos definir ações e planos em busca de um projeto verdadeiramente produtivo, com os olhos na geração do futuro e na sociedade goiana que queremos construir. Porém, a Universidade passa por momentos de centralização de poder e tomada de decisões unilaterais, o que não é democrático nem compatível com uma instituição como a UEG.
Por isso, fui chamada por meus pares para levar adiante uma candidatura que tem como bandeira a mudança. Somos muitos e caminhamos juntos, ouvindo uns aos outros. A UEG não pode ter uma gestão centralizada, que não entende a pluralidade da instituição e não escuta seus professores, alunos e servidores. Acreditamos em uma gestão descentralizada, fazendo a reitoria ter presença real e acessível em todos os câmpus. É preciso instaurar o diálogo para dar mais agilidade à solução dos problemas. Com diálogo, não há distâncias, não há barreiras que não possam ser superadas. Como diretora, percebi o quanto é difícil resolver os problemas dos câmpus. Isso precisa acabar!
Além disso, a descentralização da gestão é benéfica em todos os sentidos, pois melhora o relacionamento entre as partes e garante espaço para algo essencial: a transparência. Uma gestão transparente é uma exigência da sociedade atual em todas as suas instâncias e não podemos fugir deste debate.
Para isso, a UEG precisa se modernizar. A Universidade precisa se equipar com recursos tecnológicos, comunicar-se com eficiência, possibilitar o compartilhamento das informações em rede, garantir acesso a uma biblioteca digital. Tudo com o objetivo de assegurar a melhoria nas condições de trabalho do professor, dos técnico-administrativos e um real atendimento às necessidades dos alunos.
A melhoria nas condições de trabalho do professor inclui revisão das exigências para o regime de trabalho, das condições físicas e materiais para o exercício da docência e valorização da carreira; a dos servidores passa pela preocupação com a segurança, saúde e qualificação profissional; e a dos alunos compreende uma política de assistência estudantil eficiente, diversificada e atenta às necessidades dos alunos nos diferentes câmpus, como condições de saúde e de alimentação.
Destacamos, também, a reorganização da gestão da Universidade no que diz a respeito à forma como ela lida com as questões ambientais. São urgentes, por exemplo, as questões relacionadas à energia e à rede de conexão. O crescimento ou melhoria da estrutura física dos prédios deve levar em conta a necessidade de uso de equipamentos e abastecimento. Para isso, são necessárias ações que visam garantir economia dos recursos, respeito ao ambiente e condição adequada de trabalho.
A UEG precisa olhar adiante. O “olhar para fora” se materializa nas parcerias com os outros setores da sociedade e no cuidado com as necessidades locais. As parcerias e as ações de cooperação tornam a instituição mais solidária e ampliam seu escopo de atuação, pois o conhecimento local a projeta para o global na medida em que realçamos o que há de mais valioso: as pessoas. A Universidade deve investir nisso.
As ações realizadas em parceria com a comunidade, tendo como pano de fundo a questão da sustentabilidade, por exemplo, abrem uma grande possibilidade de reconhecimento do saber gerado na Universidade, demonstrando que a UEG produz um conhecimento que pode ser acessado e utilizado pela comunidade.
Caros professores, alunos e servidores técnico-administrativos, ajudem-nos a fazer nossa UEG avançar. Neste pleito eleitoral a Universidade elegerá seu representante entre os membros de sua comunidade. Nessa oportunidade, estamos diante de um desafio, uma mudança almejada: que a UEG garanta suas conquistas, mas que se posicione como uma instituição respeitada e de qualidade. Esta é a UEG que queremos! 

Carla Conti é pós-doutora pela Universidade do Porto, doutora em Políticas Públicas, diretora da UEG – Câmpus Inhumas e candidata à Reitoria da UEG

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