Carla Conti
Sou
candidata à reitoria da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e, ao me
apresentar, falo da minha história nesta instituição. Estou na UEG desde a sua
criação, em 1999. Faço parte de sua história, do seu crescimento, de sua
produção e, durante todo esse tempo, observo que essa mesma história envolve,
principalmente, a realização de sonhos, uma vez que nossa instituição possibilita
o acesso de muitas pessoas, nas diferentes regiões do Estado de Goiás, ao
ensino superior.
Nesses
17 anos, além de professora desta Universidade, desempenhei várias outras funções, sendo as principais: diretora do
Câmpus Inhumas e membro do Conselho
Universitário. Mesmo respeitando as dificuldades e limitações que afetam o
cotidiano da UEG, no desempenho dessas funções, percebi que o amadurecimento da
instituição depende de atitudes firmes, porém respeitosas no que se refere à
tomada de decisão sobre o seu futuro, algo que não tem ocorrido.
Muitos
professores, alunos e servidores técnico-administrativos entendem, como eu, que
o avanço da UEG depende de um exercício coletivo, por meio do qual podemos
definir ações e planos em busca de um projeto verdadeiramente produtivo, com os
olhos na geração do futuro e na sociedade goiana que queremos construir. Porém,
a Universidade passa por momentos de centralização de poder e tomada de
decisões unilaterais, o que não é democrático nem compatível com uma instituição
como a UEG.
Por
isso, fui chamada por meus pares para levar adiante uma candidatura que tem
como bandeira a mudança. Somos muitos e caminhamos juntos, ouvindo uns aos
outros. A UEG não pode ter uma gestão centralizada, que não entende a
pluralidade da instituição e não escuta seus professores, alunos e servidores. Acreditamos
em uma gestão descentralizada, fazendo a reitoria ter presença real e acessível
em todos os câmpus. É preciso instaurar o diálogo para dar mais agilidade à
solução dos problemas. Com diálogo, não há distâncias, não há barreiras que não
possam ser superadas. Como diretora, percebi o quanto é difícil resolver os
problemas dos câmpus. Isso precisa acabar!
Além
disso, a descentralização da gestão é benéfica em todos os sentidos, pois melhora
o relacionamento entre as partes e garante espaço para algo essencial: a
transparência. Uma gestão transparente é uma exigência da sociedade atual em
todas as suas instâncias e não podemos fugir deste debate.
Para
isso, a UEG precisa se modernizar. A Universidade precisa se equipar com
recursos tecnológicos, comunicar-se com eficiência, possibilitar o
compartilhamento das informações em rede, garantir acesso a uma biblioteca
digital. Tudo com o objetivo de assegurar a melhoria nas condições de trabalho
do professor, dos técnico-administrativos e um real atendimento às necessidades
dos alunos.
A
melhoria nas condições de trabalho do professor inclui revisão das exigências
para o regime de trabalho, das condições físicas e materiais para o exercício
da docência e valorização da carreira; a dos servidores passa pela preocupação
com a segurança, saúde e qualificação profissional; e a dos alunos compreende uma
política de assistência estudantil eficiente, diversificada e atenta às
necessidades dos alunos nos diferentes câmpus, como condições de saúde e de
alimentação.
Destacamos,
também, a reorganização da gestão da Universidade no que diz a respeito à forma
como ela lida com as questões ambientais. São urgentes, por exemplo, as
questões relacionadas à energia e à rede de conexão. O crescimento ou melhoria
da estrutura física dos prédios deve levar em conta a necessidade de uso de
equipamentos e abastecimento. Para isso, são necessárias ações que visam
garantir economia dos recursos, respeito ao ambiente e condição adequada de
trabalho.
A
UEG precisa olhar adiante. O “olhar para fora” se materializa nas parcerias com
os outros setores da sociedade e no cuidado com as necessidades locais. As
parcerias e as ações de cooperação tornam a instituição mais solidária e ampliam
seu escopo de atuação, pois o conhecimento local a projeta para o global na
medida em que realçamos o que há de mais valioso: as pessoas. A Universidade deve
investir nisso.
As
ações realizadas em parceria com a comunidade, tendo como pano de fundo a
questão da sustentabilidade, por exemplo, abrem uma grande possibilidade de
reconhecimento do saber gerado na Universidade, demonstrando que a UEG produz um
conhecimento que pode ser acessado e utilizado pela comunidade.
Caros
professores, alunos e servidores técnico-administrativos, ajudem-nos a fazer nossa
UEG avançar. Neste pleito eleitoral a Universidade elegerá seu representante entre os membros de sua comunidade.
Nessa oportunidade, estamos diante de um desafio, uma mudança almejada: que a
UEG garanta suas conquistas, mas que se posicione como uma instituição respeitada
e de qualidade. Esta é a UEG que queremos!
Carla Conti é pós-doutora pela Universidade do
Porto, doutora em Políticas Públicas, diretora da UEG – Câmpus Inhumas e
candidata à Reitoria da UEG
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