sábado, 24 de novembro de 2012

ENTREVISTA - Maria das Neves: ‘Temos que colocar as coisas no lugar, não deixar a vaidade falar mais alto’

Entrevistada na Redação pelo JC dia 29 de outubro, Maria das Neves (PSB) foi eleita vereadora por Uruaçu, somando 390 votos, concorrendo pela coligação Frente Uruaçu Popular, que também contou com o PC do B. “É uma felicidade muito grande, trabalhei bastante, dediquei ao máximo”, diz sobre o fato de se tornar vitoriosa. “Estou me sentindo como se fosse a ‘Hebe Camargo’ da Câmara Municipal”, brinca, reverenciado a famosa apresentadora de televisão. Sobre futuros trabalhos parlamentares, avisa: “Sou taxada de polêmica, às vezes as pessoas entenderão meu mandato como de uma pessoa polêmica, mas na verdade não é isso. Como vereadora, temos obrigações e, se tiver que falar mais alto, se tiver que indispor com alguém na Câmara para fazer o meu mandato eu vou fazer isso. Não vou representar só as pessoas que me elegeram, mas representar a cidade num todo.” Leia.

PERFIL
Maria das Neves Laurindo da Silva teve 196 votos em 2008, ao tentar pela vez primeira. Técnica em segurança do trabalho e, líder comunitária, preside a Associação dos Moradores do Setor Oeste (Asmoeste). É autora de denúncias focando a municipalidade. 33 anos, nasceu no Povoado de Urualina (Uruaçu) e foi registrada em Hidrolina. Convive sob união estável com Eduardo Costa Silva e têm o caçula Eduardo Filho. É mãe também de Letycia Mikaella (que lhe deu a neta Anna Júlia [hoje com onze meses]) e Marianna Khetlen.

Maria das Neves (durante entrevista na Redação): “Converso com as pessoas e elas perguntam se irei conseguir pelo menos mais um Posto de Saúde para a nossa região [setor Oeste] e digo que o que eu puder fazer na Câmara para que isso aconteça vou fazer sim”

Como se sente em ter sido eleita?
É uma felicidade muito grande, trabalhei bastante, dediquei ao máximo, praticamente deixei até de viver para minha família nesses dois últimos anos para alcançar esse objetivo maior, ser eleita, pois eu sabia que através da política poderia conseguir chegar a um numero maior de pessoas para ajudar, porque todo mundo que me conhece sabe do meu esforço em prol dos mais carentes. Não tem como medir o tamanho da alegria, da satisfação de ter conseguido ser eleita, é muito grandioso, fico até meio confusa com o sentimento. Às vezes você quer explodir de alegria, mas parece que fica algo ali contendo, porque eu ainda não sou vereadora, fui eleita. Eu ainda não dei aquele grito de liberdade, estou me contendo para que a partir do mês de janeiro eu venha extravasar mesmo toda essa alegria e satisfação que tenho de ter sido eleita. São 390 eleitores, é esse o número de pessoas que está do meu lado para me apoiar, ajudar e é muito gratificante essa sensação de vitória. Nunca tinha experimentado, não tenho palavras.

A última vereadora uruaçuense foi Vilnar Carvalho, na legislatura 2001-2004. Agora é a senhora.
Me sinto com uma responsabilidade muito grande de ter sido a única mulher eleita, me sinto - assim -, poderosa, não menosprezando outras candidatas. Eu, sempre focada no trabalho que venho desenvolvendo, fico mais feliz na hora em que as pessoas me falam Maria, a única mulher eleita... Como você está se sentindo?. Que legal, eu até falo que estou na medida, estou me sentindo como se fosse a Hebe Camargo da Câmara Municipal. Estou me sentindo a Hebe Camargo, que é a rainha da TV [apresentadora de televisão, falecida em 29 de setembro último]. Depois de tanto tempo Uruaçu eleger só homens e eu batia na tecla dizendo que iríamos eleger, no mínimo, umas três mulheres. Imaginava que teriam mais mulheres na Câmara de 2013 a 2016 e, para minha surpresa, alegria, eu fui a única eleita. A responsabilidade é muito grande, sei que tenho que fazer muito mais do que eu havia proposto, porque tenho que representar muito bem nós mulheres. Tenho que mostrar que somos capazes porque a partir daí eu acredito que vamos ter espaço maior. Acho injusto a Justiça Eleitoral reservar 30 por cento das vagas do partido para sair as candidatas mulheres, pois na prática o que deveria acontecer não acontece: os 30 por cento da Câmara [vagas] deveriam ser reservados para as mulheres e preenchidos. Se pegássemos as três mulheres mais bem votadas e colocasse, somando a dez homens eleitos aí, sim, a justiça seria feita. Lutamos muito por espaço, mas na realidade acho ainda que somos acanhadas, estamos ainda com medo de mostrar a cara, até porque trazemos isso dentro da gente esse preconceito por ser mulher.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), envolvendo todo o Brasil em 2012, pela primeira vez a cota mínima de candidaturas de mulheres estabelecida em lei, de 30 por cento, foi atingida. Diria que mais mulheres deviam se candidatar e, para ganhar, não apenas emprestando nomes para cumprir cotas?
Para a Justiça Eleitoral tornar mais justa a participação das mulheres na política, devia ser feito de outra maneira. Não deviam utilizar o sexo feminino para os homens chegarem aos objetivos deles na política, que é se elegerem vereadores e para outros cargos. E nós mulheres acabamos sendo menos importante ainda em uma época em que a mulher está lutando tanto para poder ter espaço, para mostrar o trabalho. Não vou dizer de igual para igual, é complicado isso, não vai acontecer jamais, mas tem que ter a diferença sim. Não podemos ficar simplesmente servindo de degraus para os homens chegarem onde eles querem. Acho que nós mulheres só vamos ser valorizadas a partir do momento que cobrar isso das pessoas também. Neste ano eu achei de muita coragem diversas mulheres terem emprestado os nomes para preencher essas vagas. Chega a ser frustrante essa ideia, já que é uma exigência da Justiça Eleitoral. Vejo que essa exigência deveria partir da gente, que é mulher e, não prestar esse papel, porque você acaba se tornando conhecida, as pessoas falam de você porque você é candidata... Só que você não está batalhando para ter uma expressão de votos, o que devia ser objetivo de todos candidatos. Acho que agridem muito as mulheres, vejo não ser correta a forma com que foi tratada neste ano a política em relação a nós mulheres.

De onde vieram os seus votos?
A princípio fiquei surpresa, pensei que fosse ter mais de 400 votos, pois trabalhei para isso. São pessoas que acreditaram no meu potencial, nas minhas ideias que tenho, pessoas que eu tenho relacionamento desde a última Eleição e da Igreja Videira, onde sou cristã evangélica e congrego. Na casa em que eu moro, de aluguel, tem um cômodo que cedemos para serem realizados os cultos. Quando a Igreja chegou a Uruaçu eu já participava, nas chamadas células, não fui para a Igreja por causa da política, o que se vê muito. Além da Videira, que tem um número expressivo de membros, têm as outras Igrejas e, eu falo que esses 390 votos que tive foi a mão de Deus mesmo, foi a provisão dele, um presente para minha vida. Estamos vivendo em uma sociedade onde o dinheiro compra tudo. Eu vi colegas que trabalharam bastante na política e na hora de receberem os resultados de seus trabalhos não tiveram votação muito boa. A maioria não foi eleita. Eu acho que foi Deus mesmo na minha vida esses votos. Por isso, volto a afirmar: a minha responsabilidade com essas pessoas é maior ainda, porque Deus usou essas pessoas para que pudessem não só votar em mim, mas pedir votos para que eu fosse eleita. Se Deus quiser, a partir de janeiro vamos fazer um trabalho parlamentar muito coerente e bonito, com a prefeita eleita [Solange Bertulino, do PMDB] também fazendo esse mesmo trabalho.

Comente sobre o seu trabalho assistencial.
Eu, desde adolescente, gostei de ajudar e, quando me tornei candidata pela primeira vez [2008], estava em uma das chapas proporcionais que apoiava o Lourencinho [atual prefeito de Uruaçu, pelo PP]. As pessoas que me procuravam tinham em mente: pelo fato de eu ter sido candidata e apoiado o Lourencinho, para mim as coisas seriam resolvidas com maior facilidade. Aí começaram a me procurar por causa de exames, consultas, medicamentos e comecei a peregrinação na porta da Secretaria [Municipal] da Saúde. O meu trabalho maior é na área da saúde, praticamente 100 por cento do trabalho. Não era e não é fácil, de forma alguma! Mas é coração, é amor, é gostar do que faz, porque se não gostar de ajudar as pessoas você não consegue ajudar e não faz nada para ninguém. O que eu faço é de coração, independente de ter um retorno ou não e, costumo falar para as pessoas que é um dever meu, como cristã e ser humana. A palavra de Deus diz que a pessoa que tem mais condição deve ajudar os menos favorecidos e, praticamente eu exerço a minha obrigação de cristã. É o que Deus espera de mim e, não tem como falar de outra forma.

É difícil e surgiram os conflitos?
Eu tive muitas dificuldades, não só por parte de alguns secretários municipais, mas por parte de outros servidores. Funcionários da Secretaria da Saúde, por exemplo! Estive na Câmara por duas vezes para usar a tribuna e falar o que estava acontecendo, porque tinham pessoas que me procuravam por causa, por exemplo, da realização de uma mamografia, pegando o caso de uma vizinha, que aguardava a mais de dois anos e não tinha conseguido realizar o exame. Inúmeras vezes que procurei a Secretaria da Saúde eu tive problemas, pois quando você começa a exigir das pessoas o que é proposto para elas, parece que os servidores não sentem vontade para com aquilo. Era eu chegar na Secretaria da Saúde e procurar um determinado funcionário para falar a respeito de algum exame, uma consulta e, ele me tratar com desrespeito, falta de educação e desinteresse. Eu fazia questão de deixar claro que ninguém estava ali fazendo serviço voluntário, até porque se você propõe fazer um serviço voluntário, tem que fazer bem feito, é uma disposição sua, ainda mais alguém que está sendo remunerado para aquele trabalho que está prestando. Tive muitos momentos de bate-boca, falando a verdade com a secretária [da Saúde] Magda [Melo] e outros funcionários. Chegaram ao ponto de deixar de olhar a necessidade da pessoa que eu estava acompanhando, tipo assim: Tudo que for da Maria das Neves aqui dentro da Secretaria da Saúde não é para fazer nada, desde um aas [ácido acetilsalicílico - medicamento utilizado para alívio dos sintomas de doenças como gripes, resfriados, outros tipos de infecções e, para prevenção do infarto do miocárdio, do derrame cerebral e outras doenças dos vasos sanguíneos]. Se for ela que trazer, da receita até o mais grave problema, não vai liberar [de fato, foram vários os embates, tanto que a entrevistada providenciou denunciar. A Secretaria tornou pública a informação de que não discrimina ninguém]...

...Muito difícil...
...Eu presenciei [...] casos de pacientes morrerem porque estavam esperando uma ultra-som [ultra-sonografia]. Teve um senhor [de] lá perto de casa - Seu Domingos. Morreu porque ele precisava fazer uma biópsia na próstata, a ultra-som já tinha comprovado que ele estava com câncer na próstata, que estava duas vezes maior que o normal. Quando resolveram fazer alguma coisa por ele, o mesmo morreu sem receber o atendimento. Na época um exame que custava quinhentos e poucos reais e deixaram ele morrer sem ser atendido, por negligência, por falta de amor ao próximo. Principalmente na área da Saúde Pública, as pessoas que forem trabalhar lá têm que ter sentimento pelo próximo, se não a coisa não anda [frisa-se novamente: a Secretaria tornou pública a informação de que não discrimina ninguém]...

...Se dedica muito ao segmento saúde, mas seu gabinete focará outros segmentos...
...Vou balancear e, eu não poderia e não conseguiria fugir da linha, a linha do social, a saúde... Só sei que o meu trabalho como vereadora vai além disso, pois vou atender todas as classes de Uruaçu: média, alta, baixa! Não tem como eu focar somente nas pessoas que me ajudaram a eleger, que são os menos favorecidos. Eu também preciso legislar para um todo, toda a cidade e, vou ter que me aprofundar para que eu possa desempenhar um trabalho bonito, num todo, não somente na classe que eu venho atuando até hoje. É para todo mundo!

Presidência da Câmara: tem sido procurada pelos colegas? Está no páreo?
Eu fui procurada por uns cincos dos eleitos pedindo apoio e, todas às vezes que me procuram falo em tom de brincadeira que deveriam ser cavalheiros, deixarem primeiro a dama [presidir], até porque a única mulher eleita sou eu, que falo nesse tom de brincadeira, mas penso assim: sou muito curiosa, quero sempre aprender mais, estou sempre buscando coisas novas para mim, seria um desafio muito interessante se eu me tornasse presidente da Câmara. Na verdade, eu não articulei nada ainda com ninguém, só ouvi as pessoas que vieram falar comigo. Todos nós queremos, eu não vou ser louca de dizer que não tenho interesse, eu tenho, apesar de ser um desafio muito grande. Eu interesso sim pela presidência e, acho que como presidente podemos fazer um trabalho mais amplo, porque vai ter mais autonomia para estar atuando na Câmara. É um caso a ser pensado e trabalhado sempre.

Existe comentário de que a senhora poderia quase de imediato assumir cargo na Prefeitura, abrindo vaga na Câmara para o suplente Professor Horbylon, presidente do PSB. É verdade?
Aconteceu conversação, rolaram inúmeros assuntos e esse também foi um deles. Acho que não seria justo comigo e nem com as pessoas que votaram em mim se eu tomasse essa atitude, ainda mais depois de tanto tempo a Câmara não voltando a ser representada só por homens, e, eu agora abrir mão da vaga, não sei qual cargo, às vezes até ganhar mais, porém pode não ser o ideal nesse momento. Talvez poderia me afastar da minha linha de atuação, de segmento em relação as pessoas que represento. Não tem nenhuma possibilidade disso acontecer não, não há possibilidade, mesmo porque, como disse no início da entrevista, eu estou poderosa, quero me dar esse direito de ser vereadora. Se eu quisesse um cargo só por salário, tudo bem, mas não é o caso. Se eu estivesse atuando na área em que me formei, poderia estar ganhando muito bem, pois sou formada em Técnica em Segurança do Trabalho - apesar de não ser a formação final, quero me formar em Assistência Social -, mas abri mão do meu trabalho para poder me candidatar e graças a Deus fui eleita. Não pretendo de forma alguma abrir mão desse direito que 390 eleitores me concederam. Quero ser diplomada, me tornar vereadora de fato, fazer muito bem feito o trabalho parlamentar, fazer um trabalho bonito para ficar marcada na cabeça de todos. Não quero ser vereadora de um mandato, vou trabalhar para que em cada Eleição eu ganhe mais, tanto em experiência, como em votação. Sei que posso sempre estar buscando mais e melhor para mim e a cidade onde eu moro, onde estou criando meus filhos e minha neta. Temos que colocar as coisas no lugar, não deixar a vaidade falar mais alto.

Como será sua atuação na Câmara em relação ao Poder Executivo?
Em Uruaçu, vereadores ainda não tomaram da situação sobre o que é ser vereador e como ser. Até em uma vez que usei a tribuna falei que em Uruaçu é normal um secretário ter voz ativa mais do que um vereador. Sou taxada de polêmica, às vezes as pessoas entenderão meu mandato como de uma pessoa polêmica, mas na verdade não é isso. Como vereadora, temos obrigações e, se tiver que falar mais alto, se tiver que indispor com alguém na Câmara para fazer o meu mandato eu vou fazer isso. Não vou representar só as pessoas que me elegeram, mas representar a cidade num todo. Meu gabinete, acho, vai ser um dos mais procurados, por causa da responsabilidade que as pessoas projetaram em mim, na minha assessoria. Eu quero estar muito certa das coisas que for fazer para estar dentro da legalidade, não quero agir de forma ilegal, ser pedra de tropeço para ninguém. Imaginando eu na Câmara, eu fui eleita em uma coligação que apoiou a prefeita eleita. Hoje estamos na mesma base, mas acredito que se em algum momento a prefeita chegar querendo que aprove alguma coisa e eu ver estar em desacordo com o que espero, busco, acredito e planejo, vou me indispor. O vereador tem que ser assim, não tem que baixar a cabeça e também não pode ser muito turrão, mas temos que sim estar sempre alertas e buscando entender, buscando mais para você não padecer depois com alguma coisa que você fez, sem às vezes saber o que estava fazendo.

Neste 2012, o PSB cresceu em Uruaçu, Goiás e no Brasil. Nas ‘Eleições/2014’, crescerá mais?
Acho que o PSB vai fazer um reboliço, causar explosão. Não sei se no Estado, no Brasil o PSB funciona como em Uruaçu. Como o Taroba [vereador eleito também pelo PSB em 2012] disse em entrevista ao Jornal Cidade, somos uma família e, realmente nós aqui em Uruaçu atuamos dentro do PSB como uma família. Se vocês participarem de nossas reuniões verão que falamos, brigamos, desabafamos, mas no final sempre se chega ao consenso e defendemos o interesse da gente. Na hora de defender vamos onde for para defender e, o PSB hoje em Goiás tem representatividade muito grande, temos o pré-candidato ao Governo de Goiás, o Júnior do Friboi, pessoa que é bem sucedida pessoalmente, tem várias empresas, representando sete vezes mais o que o Estado arrecada. Se conseguirmos eleger o nosso governador, que é o nosso objetivo depois das Eleições municipais, Goiás tem muito o que ganhar e o PSB tem um trabalho grandioso. Viemos para desbancar esses partidos que estão aí há muito tempo, para implantarmos novas e novas ideias, pessoas com cabeças sadias, para revolucionar. A sigla PSB representa mudança, revolução e trabalho, uma vez que somos todos focados nesse sentido.

Unida, a oposição pode ganhar da situação, ou seja, de Marconi Perillo (PSDB), que tende disputar a reeleição?
Acredito, até porque, pegando exemplo do PSDB, enquanto eles estão espalhando, nós estamos fazendo um trabalho de formiguinha, juntando. Na política precisamos ter união no grupo e desde que o Júnior entrou no PSB é o que ele tem feito. Quando ele assumiu a presidência de honra - pois só depois assumiu a vice-presidência, o Barbosa Neto é nosso presidente -, existia o PSB em apenas 30 e poucos Municípios. Meses depois, em mais de 120 cidades o PSB foi fundado e fortalecido. Hoje fazemos com que o PSB assuma cargos em grande parte de Goiás e no Brasil todo.

O setor Oeste, espécie de cidade dentro e Uruaçu, é gigante. Grandes também são os problemas? Quais são os mais graves?
Um dos maiores problemas é a saúde, mesmo porque é comum ouvirmos falar que o PSF [Posto de Saúde] da região fica sem médico, chegou a ficar oito meses sem médico. O atendimento é precário, haja vista ser uma Unidade para atender praticamente [o equivalente a] uma cidade, uma região que é bem grande, desenvolveu bastante, que, porém ainda não conta com os benefícios que o progresso traz. A região cresceu, mas as carências também cresceram em uma proporção muito grande. Hoje precisamos no setor Oeste de mais creches [Centros Municipais de Educação Infantil - CMEIs], Postos de Saúde, enfim, investimentos para várias áreas.

Na Câmara, vai atuar para tentar ajudar resolvê-los, claro!?!
...Converso com as pessoas e elas perguntam se irei conseguir pelo menos mais um Posto de Saúde para a nossa região e digo que o que eu puder fazer na Câmara para que isso aconteça vou fazer sim. Não resta nenhuma dúvida e uma da ideias que tive, conversando com a Solange: enquanto não for construído o Postinho lá no setor Oeste, Madre Paulina, uma das reivindicações mais gritantes, poderíamos fazer com que funcionasse [com mais estrutura] na Unidade 05 [Vila Primavera ll], como funcionam as Unidades 09 e 10, que é o [resultado também do] PSF Rural [situado na Vila Mandacaru e, que atende a comunidade rural]. Lá são dois médicos, dois dentistas, duas enfermeiras, grande quantidade de pessoas trata naquele Postinho, existe quantidade de funcionários maior para poder estar atendendo o pessoal da região. No setor Oeste há nenhuma dúvida: o que mais precisamos é na área da saúde, tanto é que já cheguei a ficar o dia todo por conta de uma pessoa só buscando, ou no Postinho, na Secretaria da Saúde, no Cais [Unidade Municipal de Pronto Atendimento, a UMPA, também chamada de Ambulatório 24 Horas - Centro de Assistência Integral à Saúde]. Um atendimento agendado para o dia seguinte cedo às vezes é dispensado no Postinho da nossa região, pois o dentista não atende devido não ter material de limpeza. São muitos os problemas e o que temos que resolver realmente em primeiro lugar é esse da saúde.

Mais alguma observação?
Agradecer ao Jornal Cidade pelo espaço, que é de grande valia para nós que fomos eleitos, pois após estivermos atuando poderemos levar ao conhecimento da sociedade os trabalhos que queremos desenvolver e aqui apresentados, além de novos trabalhos que surgirem com o passar de tempos vindouros. Vamos fazer, temos que trabalhar e divulgar para a sociedade, com a política tomando rumo diferente, rumo traçado antes de eu nascer. Precisamos mudar a cara da política, mudar a forma como a sociedade olha para nós políticos. Precisamos que as informações cheguem até as pessoas para que quando forem escolher o candidato para votar que não escolham por causa de um favor recebido, uma cesta básica. Que as pessoas olhem no que realmente a pessoa está focada, fazendo para que a cidade cresça, se desenvolvendo. Que a sociedade possa contar com a Saúde Pública, a Segurança, a Habitação, com empregos para esses jovens que estão entrando no mercado de trabalho. Precisamos do Jornal Cidade para que nossa voz e nossos planos possam valer. Acho que é o caminho mais rápido para que as informações sejam divulgadas, espalhadas pela cidade com amplitude maior, focando os fatos mais a fundo. Esse é o trabalho de vocês, que estão de parabéns.


Maria das Neves (em santinho): “Se conseguirmos eleger o nosso governador, que é o nosso objetivo depois das ‘Eleições’ municipais, Goiás tem muito o que ganhar e o PSB tem um trabalho grandioso. Viemos para desbancar esses partidos que estão aí há muito tempo, para implantarmos novas e novas ideias, pessoas com cabeças ‘sadias’, para revolucionar”


Maria das Neves comenta deficiências e defende providências
Nesta submatéria, a vereadora eleita por Uruaçu, Maria das Neves (PSB), registra comentários sobre várias deficiências existentes no setor Oeste, reduto da cidade que agrupa mais de dez bairros e que conta com quase 10 mil habitantes. É parte integrante da entrevista concedida pela mesma na Redação em 29 de outubro (veja a reportagem principal acima), dentro da rodada de entrevistas idealizada junto aos 13 edis uruaçuenses vitoriosos em 7 de outubro. As entrevistas estão sendo veiculadas pelo Jornal Cidade no link Regionais e no Blog do JORNAL CIDADE/Personalidades.
Líder comunitária na citada região, Maria das Neves é presidente da Associação dos Moradores do Setor Oeste (Asmoeste). Na medida em que o periódico foi citando os segmentos e as iniciativas, a entrevistada não hesitou em responder, sempre com o seu jeito espontâneo e a sua maneira simples, mas abrangente de comentar todos os fatos que são expostos à mesma. Leia e indique.


Vereadora eleita Maria das Neves (com o esposo Eduardo Costa Silva, na recepção do JC): focalização na carência de pavimentação asfáltica (asfalto novo, tapa-buraco e recapeamento); no perigo da travessia da rodovia BR-153, pois existe apenas um surrado túnel; a necessidade de implantação de unidades de ensino, além dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) mencionados na matéria central; na precisão da implantação de estruturas esportivas e de demais investimentos esportivos; na falta de investimentos no meio ambiente, até mesmo unindo tal procedimento a edificação de praças e de um parque; na urgência de se investir e beneficiar Uruaçu por inteiro, contabilizando as zonas rural e urbana

Pavimentação asfáltica
Nas vilas Primavera I e II têm ruas que ficaram sem asfalto, encheram a população de esperança que agora ia ser asfaltado, mas não aconteceu. A necessidade vista em algumas ruas é de recapeamento mesmo, pois temos asfalto danificado demais, é da época do Luiz Pauferro [Administração 1989-1992]. Precisamos não só de asfalto, mas de quebra-molas [redutores de velocidade], de iluminação. Acontecem acidentes por causa da iluminação deficiente. Mas o asfalto, eu acho, é de primeira necessidade. A questão do esgoto [rede coletora] vai mais além e, por exemplo: na rua em que moro já tem a rede de esgoto, é feita a coleta e o tratamento, só que pagamos um valor absurdo por esse trabalho.

Travessia da BR-153
A preocupação nossa, do setor Oeste, também se estende a travessia da BR. Para termos acesso ao Centro, atravessamos a BR. Quem mora lá na Primavera II - e eu moro lá no final -, para subir, ir ao viaduto, fica difícil, longe. É preciso construir outro viaduto e acho que seria melhor que construir passarela. Passarela serve só para o pedestre. Ali onde está sendo construída a sede da concessionária [...] acho que as autoridades, nós que fomos eleitos, a prefeita [Solange Bertulino, do PMDB], a sociedade em um todo, podíamos se mobilizar e tentar para que isso seja feito o mais rápido, junto ao DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes]. A cidade começa a crescer para aquele lado, vai ter um fluxo maior naquela região e, para que não percamos mais amigos, mães perdendo filhos que morrem quando vão atravessar a BR, todos os acidentes que acontecem lá são fatais, para que não percamos mais vidas naquela travessia, que possamos buscar junto ao DNIT a construção de um viaduto naquela região para fazer essa ligação do Centro ao setor Oeste. Precisamos ir atrás dessa obra o mais rápido, para que quando obras ali ficarem prontas, o viaduto também possa ser construído para que as pessoas tenham mais facilidade e, até mesmo o pessoal do setor Madre Paulina, Parque Paraíso, para que todas possam atravessar. É difícil para irem lá ao viaduto e atravessar.

Unidades de ensino
Precisamos desenvolver trabalhos nas escolas. Mães reclamam sobre goteiras, cadeiras estragadas, merenda que para muitos alunos é a refeição do dia... Nessa área, além de oferecer serviços educacionais de qualidade existe, da minha parte, a preocupação de dar suporte para que os professores possam ministrar as aulas com um pouco mais de conforto na sala de aula e para que os alunos possam ter um ambiente melhor para aprenderem. De barriga vazia, sem condições, é difícil aprender. Não é somente melhorar o salário do professor - que eu acho que tem que ser melhorado sim -, tem que garantir o piso salarial para o professor. É uma lei e tem que ser cumprida. Se foi criada essa lei, para o piso salarial, temos que obedecer e, além de garantir bom salário para o professor temos que garantir condições de trabalho, pois se ele tiver condições vai trabalhar bem, com o aluno aprendendo mais com isso. Todo mundo ganha, a nossa vida começa com a educação que recebemos na escola, mas se não tivermos esse princípio básico tudo vai mal.

Esporte
Na questão do esporte, temos o campo chamado Caldeirão do Diabo e, é um sonho antigo dos atletas que o usam poderem disputar as partidas de futebol, brincar aquela pelada no fim de tarde, gramar, estruturar o espaço. Isso também é um projeto meu, pedindo para gramar aquele campo e torná-lo um lugar agradável. Quando a pessoa for, levar o filho, a mulher, para assistirem a partida. Não sou muito de frequentar estádios, mas sou defensora do esporte. O terreno do Caldeirão foi uma doação do Município, a doação foi feita para fazer o campo. Eu sei que o esporte funciona como medida preventiva para várias coisas, você tira as crianças das ruas, da marginalidade, das drogas. A bebida, a droga e o esporte não podem caminhar juntos. Temos que não só gramar o Caldeirão, mas conseguirmos um ginásio para o setor Oeste, que seria de grande importância. Podemos até usar esses recursos do governo federal, se for o caso aplicar ali investimentos do programa Segundo Tempo.

Meio ambiente
Não só estranho certas atitudes vistas em Uruaçu envolvendo o meio ambiente, como considero vergonhoso no mundo em que vivemos e, a preocupação com o meio ambiente, a conservação do meio ambiente, são tamanhas. Existe uma praça no setor Oeste, mas eu vi essa praça ser cuidada - durante esses quatro anos -, somente agora, no período eleitoral e, até brinquei que agora teríamos uma praça arrumada e bonita, porque não acontecia isso. Não só tenho essa preocupação, como eu procurei me informar em relação à construção de uma nova praça. Temos uma área destinada à praça - até foi a área que gerou uma polêmica muito grande quando eu estive pela primeira vez na Câmara Municipal para usar a tribuna -, que estava sendo loteada e eu entrei com unhas e dentes para que isso não acontecesse. Acho que se em cada setor tiver alguém que luta pelo espaço que tem ali para ser usado pela comunidade, as coisas vão melhorar bastante. Lá na minha área eu, falo com certeza, não aceitei mesmo! Fui atrás, no juiz [Poder Judiciário], promotor [Ministério Público - MP], peguei certidão do terreno e apresentei uma proposta para ser construída uma praça lá. Na época, dei ideia para o Lourenço [Lourencinho, prefeito uruaçuense pelo PP] colocar o nome da mãe dele [Ivone Cândida Pereira] na praça, porque tem muitas pessoas que se lembram da Dona Ivone como uma pessoa que ajudou bastante. Era uma forma também de estar tornando ela imortal. Nem assim o prefeito se interessou em construir a praça. Temos a área hoje, não tem lugar para as crianças brincarem, lugar para as pessoas fazerem caminhadas. Lá no córrego da Biquinha - eu não vou falar que tenho projeto documentado, porque isso é uma ideia, vontade que tenho, mas vou criar, montar o projeto direitinho -, vou atrás dos recursos para poder criar um parque lá sim. É uma forma de valorizar o setor Oeste e aproveitar aquela nascente lá, que, inclusive, temos que cuidar.

Beneficiar a cidade toda
A cidade num todo, acho que todos os setores, representam muitos problemas e, precisamos olhar por eles. No setor Sul II não tem creche [CMEI], tem uma escola lá que faz vergonha, vemos as condições em que a escola está na vila Vasconcelos [Escola Municipal João de Jesus Antunes]. Quando o usuário precisa de um Postinho [Posto de Saúde] tem que atravessar a avenida para ser atendido em um Posto próximo à rodoviária [Unidade 04, que se localiza na rua 500]. Precisamos de um projeto que leve para lá um Posto de Saúde, uma creche, lá tem espaço para ser construída uma quadra, um ginásio, tem muita coisa para ser feita. No setor Santa Helena, que muitas pessoas conhecem como Lixão - e eu não acho uma forma legal de se expressar, referir a um setor -, a carência é muito grande, o pessoal de lá está ficando sem água por causa de política. Onde está a cabeça dessas pessoas que administram a cidade, o dinheiro da população? A água não chegou ao setor Santa Helena por causa de política, pois o governador [de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB] mandou. Ele [governador] precisa de alguém que representa. Se não deixarmos a vaidade e começar a olhar as dificuldades das comunidades, as carências, vamos fazer muita coisa. Têm coisas a ser feita e existem muitos recursos para podermos fazer com que essas obras aconteçam. São tantas pessoas responsáveis e elas conseguiram fazer com que a cidade ficasse muitos dias de diferentes semanas sem uma gota de água na torneira, comprando água mineral. Quem são essas pessoas que estão lá para administrar a Saneago [Saneamento de Goiás S/A]? Por que não criaram um plano de emergência? Hoje temos que trabalhar com a prevenção, isso não foi feito. Moramos em uma cidade que tem o segundo maior lago do mundo [lago Serra da Mesa] e estamos aí praticamente a ver navios encalhados. Não tem água para servir a população [com serviço de qualidade] e isso é falta de cuidado da Administração, porque se fosse uma Administração séria, voltada para a sociedade, hoje não estaríamos padecendo com isso e, o pior é que quem tem o poço no quintal paga uma taxa altíssima para mantê-lo funcionando. Se tivéssemos entupido as cisternas o que íamos fazer? Fazer procissão para ver se viria água, igual na novela Gabriela [exibida pela Rede Globo]. É uma vergonha.
Nota da Redação: a Saneago se manifestou, externando que implantaria serviços emergenciais, o que aconteceu em parte, mas o problema persiste (conforme já publicou este periódico). Em se tratando de Prefeitura de Uruaçu, nenhum esclarecimento oficial foi praticado. Autoridades e personalidades aliadas do Governo de Goiás também não se manifestaram oficialmente. De fato, é vergonhosa a situação

Zona rural
Quero dizer para todos os moradores da zona rural que vocês podem contar de todo coração com esta representante. Não só uma representante na Câmara, mas de raiz mesmo, porque eu sou nascida e fui criada em Urualina [Povoado uruaçuense], eu quero fazer o máximo que puder para essas pessoas que moram na região rural. São elas que colocam na nossa mesa o alimento que consumimos, se nós não oferecermos condições mínimas, básicas para as mesmas trabalharem vai faltar alimento na nossa mesa. Os camponeses são responsáveis pela qualidade de alimento na nossa mesa. O que precisamos fazer? Uma das preocupações, necessidades maiores do pessoal da zona rural é a questão das estradas. Vou falar a verdade e vou fazer questão: quando for uma máquina para determinada região vou junto - até já conversei com o pessoal da zona rural -, e vou começar a almoçar na casa da família do campo, que são muitos receptivos. Têm certas regiões que precisam e se necessário for vou até dormir, porque vamos levar a máquina fotográfica, vou ficar no da prefeita, vou fazer a minha parte, fazer o que for do meu alcance, como pessoa nascida e criada na região, na zona rural. Além disso, eu tenho preocupação com a facilidade dessas pessoas, porque não é só isso: o ônibus que busca e leva o aluno para a Escola passa por aquelas estradas e, é um absurdo, tendo estradas que foram patroladas a máquina da época do prefeito Luiz Pauferro. Andei em toda região rural e, é uma coisa vergonhosa: tantos prefeitos passaram e deixaram aquelas pessoas como se fossem índios, que vivessem lá no meio da mata e não dependesse da cidade. Temos sim que ter um olhar atencioso para essa região e, podem contar comigo famílias do campo, pois vocês têm uma voz lá dentro da Câmara e, vou brigar pelos direitos de vocês como se eu estivesse brigando por mim mesma. Eu vou brigar, vou atrás de recursos e o que eu puder ajudar as Associações de pequenos agricultores, assim farei. Vamos atrás de parceiros para conseguirmos benefícios. Podem me procurar e quem não me encontrar na minha casa, vá no meu gabinete. Se eu não estiver, me ligue que vamos dar um jeito. Vamos fazer a zona rural dar um salto nesses quatro anos.

Uruaçu 23/11/12 (com ajustes técnicos) - (Jota Marcelo e Márcia Cristina -
Jornal Cidade [postagem original]). Nota da Redação: esta entrevista está postada no site do Jornal Cidade, www.jotacidade.com/Regionais. Outras informações: coluna Agenda Política, do referido site. Postagem: Marcello Dantas

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Solange Bertulino: ‘É sempre bom lembrar de onde você vem para nunca se esquecer para onde você vai’

A prefeita eleita de Uruaçu, Solange Bertulino (PMDB), visitou a Redação do Jornal Cidade na manhã de 30 de outubro, quando foi entrevistada pelos editores Jota Marcelo e Márcia Cristina. Acompanhada de Ademir Sandoval e Evisio Silva, presidente e vice-presidente do PMDB local; e, de Marciel Lázaro Araújo Silva (militante e aliado atuante), a nova chefe do Poder Executivo municipal respondeu a mais que 50 questões. As respostas, publicadas em diferentes edições (quinzenas 1º a 15 de novembro e 16 a 30 de novembro), abrangem série de assuntos, onde o interesse coletivo se evidencia. Antes, o atrativo ganha postagem (em dois tópicos, blocos [todo o conteúdo da presente postagem é o primeiro tópico]) no site www.jotacidade.com, link Municipais e, no Blog do Jornal Cidade. Neste primeiro tópico (o segundo será postado também em Municipais/publicado em poucos dias também no impresso), ela tece comentários a respeito da campanha eleitoral (reportagem principal); da transição e formação do governo municipal (primeira submatéria); e, sobre a área turística (segunda submatéria), inclusive sobre o Carnaval/2013. Leia e indique.


Entre 8h55 e 12h13 de 30 de outubro, Solange Bertulino (centro), prefeita eleita de Uruaçu, esteve na Redação do JC, quando foi entrevistada pelo casal de editores Márcia Cristina/Jota Marcelo (esq.). Se fazia acompanhada de Marciel Silva (militante peemedebista); Evisio Silva (vice-presidente do PMDB) e Ademir Sandoval (dir.)


Solange Bertulino: respostas envolvendo temas diversos e sobre o Carnaval/2013 antecipou: serão cinco noites de evento, através de três atrações musicais nacionais e duas atrações musicais estaduais


Solange Bertulino (ladeada por Ademir [esq.] e Evisio): “Minha vida foi pautada sempre com muita humildade, mas sempre centralizada pelo respeito, pela humildade e construção de projetos através do trabalho”

Agosto de 2007, mensagem do convite da cerimônia de posse da senhora para presidir a Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Uruaçu (Aciau) em segundo mandato: ‘O caminho do sucesso está sempre em construção.’. Seria um caminho e uma construção permanentes?
Com certeza. Na verdade, o sucesso é construído de maneira partilhada, pois para que você tenha sucesso no seu planejamento precisa haver construção e essa construção se faz passo a passo, dia a dia, ou seja, não tem outra forma. O sucesso simplesmente não chega, ele é construído e ele é buscado.

Relate alguns fatores primordiais que contribuíram para com a vitória da chapa Solange Bertulino/Professor Francisco (PSB).
Pois bem, alguns fatores: desejo de mudança, a vontade de ver uma cidade mais desenvolvida, uma cidade que fosse respeitada lá fora e uma cidade onde seu povo, principalmente, tivesse acesso a coisas primordiais para que a cidadania aconteça, da mesma forma a Saúde Pública, Educação, a qualidade de vida. O desejo maior, o ensejo maior que eu vejo nesse processo é realmente querer uma Uruaçu melhor através das mudanças e, foi isso o que realmente aconteceu. Tem também o apoio dos companheiros, a garra, a coragem, a vontade de mudar os rumos da história. Teve aceitação do povo, com esse mesmo desejo e dentre diferentes desejos, existiu um conjunto, porque como o sucesso é construído pausadamente, através de projetos, fragmentos um após o outro, foi um conjunto. Conjunto de desejo, querer, fé, coragem, busca e, tudo isso levou a vitória no dia 7 de outubro.

Na última edição, o JC atribuiu à senhora, entre outros títulos, o de roceira. Teve gente que detestou isso, mas por ter levado o caso para outro lado. Fale sobre a sua infância e adolescência.
Pois bem, eu não sei se a maioria de vocês me conhece [se referindo aos presentes na Redação, citados na abertura da reportagem]. Eu penso que sim, pois estamos em um grupo restrito, companheiros de longa data, amigos de uma vida que a gente conviveu e convive nessa nossa querida Uruaçu, desde tempos primórdios em outras funções, estando locados em outras funções. Eu sou de uma origem humilde, meus pais também. O meu pai, para quem não sabe, é motorista de caminhão aposentado pela Prefeitura [de Uruaçu]. Minha mãe era servidora da Câmara Municipal [de Uruaçu], era auxiliar de serviços gerais. Antes, ela trabalhou também na [Secretaria Municipal de] Promoção Social [de Uruaçu] como costureira. Anterior a isso, minha mãe era servidora contratada pelo Estado nos colégios e, trabalhou no Colégio Estadual [Escola Estadual Dr. Francisco Antônio de Azevedo] e no Alfredo Nasser [Colégio Estadual Alfredo Nasser]. Então, assim, minha vida foi pautada sempre com muita humildade, mas sempre centralizada pelo respeito, pela humildade e construção de projetos através do trabalho...

...Tem orgulho da origem...
...Eu não vejo nenhum problema dizer sobre minha origem roceira, visto que roceiro engloba diversos adjetivos, porque ser roceiro é você ser humilde, estar aberto a aprender, é você utilizar as experiências, seja de qual nível intelectual que for para que você possa fazer o seu projeto crescer em nível de uma série de coisas. Minha origem é humilde, eu fui nascida naquele [lugar, reduto] Córrego do Macaco [zona rural de Uruaçu]. Na verdade, quando meus pais casaram, como tinham primos que moravam naquela região - minha família é centralizada naquela região -, tinha um ranchinho na beira do Macaco... Tem a ponte, que vai para o Matão e tinha um ranchinho ali... Meus pais casaram ali, e ali eu nasci. Eu nasci ali na beira do Córrego do Macaco, em Geriaçu, Município de Uruaçu, famoso [Povoado do] Matão. Tenho a maior honra de ser do Matão, do Geriaçu-Matão, das beiras do Macaco e tenho o maior orgulho de ter os meus pais, trabalhadores, servidores. Minha mãe, que hoje não está aqui, mas que foi uma grande mulher, uma grande guerreira, que ensinou, junto com meu pai, os valores para a gente do que é ser simples, humilde, trabalhador e, conquistar sempre as coisas materiais com a força do trabalho.

Chegou à cidade com quantos anos?
De lá para cá, eu vim com mais ou menos dois, três anos de idade. Estudei todo o ensino fundamental em escola pública. Estudei no Dom Prada [Escola Estadual Dom Prada], Bernardo Sayão [Escola Estadual Bernardo Sayão], Alfredo Nasser até [a então] 5ª Série. Depois cursei através de bolsa, conseguida pela minha mãe, no Colégio Nossa Senhora Aparecida e, no qual eu me formei, naquela época, normalista. De lá para cá adquiri família, casei, depois tive meus filhos, adentrei na Universidade Estadual de Goiás [a UEG, Unidade Universitária de Uruaçu], vindo de um vestibular. Depois que terminei, fiz alguns cursos, pós-graduação na área de Gestão de Pessoas, em área administrativa e, fui professora durante um tempo da minha vida. Fui funcionária pública estadual mais ou menos seis anos, lecionando no Colégio Alfredo Nasser, onde eu ocupei o cargo de professora e coordenadora. Funcionária de empresa privada na educação, lecionando na Escola  Pirâmides do Saber. Trabalhei no comércio e por último, agora, temos a nossa empresa, que é a Ellos Calçados. Então, pode observar que foi uma vida inteira pautada sempre no trabalho pela busca, companheirismo pelo partilhar de ideias e conhecimentos. Me sinto honrada, sinto honrada e na verdade, é sempre bom lembrar de onde você vem para nunca se esquecer para onde você vai [todas as representações públicas e privadas citadas permanecem com suas atividades funcionando normalmente e são referências na cidade].

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), envolvendo os dois turnos: em um universo de 15.054 concorrentes, dos quais 2.014 feministas, a senhora foi uma das 670 mulheres prefeitáveis eleitas. Mais integrantes da ala feminina devia se candidatar no Brasil? Mais mulheres poderiam ser eleitas?
Eu sou uma defensora ferrenha e quero aqui sempre empunhar a bandeira na busca pelo espaço para a mulher, a ala feminina. [Após citar e comentar números nacionais, envolvendo candidaturas e vitórias políticas femininas] Isso mostra a inserção das mulheres em cargos políticos e é, bom porque a atuação das mulheres é importante em todos os setores, inclusive no setor da economia, a começar pela estruturação dentro da casa, do lar, a começar por cargos importantes em todos os setores. A mulher precisa estar buscando esse seu espaço e se consolidando através da comprovação da sua competência, pois nós mulheres temos muito ainda com o que contribuir. Não só para a política a nível nacional, mas em todos os setores da nossa economia. Eu sempre defendo a atuação das mulheres, penso que as mulheres têm todas as condições necessárias, junto com os homens, para fazer esse equilíbrio importante. Não só na política, mas em todos os níveis econômicos do Município, Estado e do País para que a gente possa equilibrar. É tão verdade que hoje nós temos uma presidente, Dilma Rousseff [PT]. Isso é  provado que nós, mulheres, a gente pode, sim, dentro do nosso espaço, com muito trabalho, competência, humildade, conquistar um espaço maior sim, fazendo esse equilíbrio necessário, tão necessário hoje em todos os níveis.

Relembre um acontecimento pitoresco, engraçado ocorrido dentro da campanha envolvendo a sua pessoa.
Não poderia deixar de acontecer. Na campanha a gente transfere todo aquele ensejo de vitória, aquela garra, aquele trabalho de puxar, motivar, de levantar o companheiro. Estávamos ali no Vale do Sol [bairro uruaçuense da região Leste] e lá no anel rodoviário [avenida Juscelino Kubitschek] tinha um grupo de pessoas que possui grau de parentesco com uma então candidata a vereadora. Passando pelo lado de cá [da pista] a candidata a vereadora falou assim: Solange, vamos lá cumprimentar o pessoal e, eu disse vamos lá, vamos pedir voto. E lá estava o Marciel, os candidatos a vereador da nossa coligação, companheiros, aliados. Aí o Marciel ficou do outro lado e eu atravessei junto com a candidata e três pessoas e, naquela baixadinha que tem lá [pequeno aterramento], a gente descendo, eu fui parar lá embaixo [nível inferior] de uma vez só, levei o maior tombaço da história, que quase fui parar nos pés dos meus eleitores... Mas de uma maneira muito elegante levantei, bati a poeira, pedi voto, todo mundo rindo, eu falei não tem problema, podem rir, se vocês aceitarem nossos projetos está valendo. E, quando eu olhei do outro lado, o Marciel estava tão sério, tão sério, que eu não tive a ousadia de rir para ele. Ele estava sério demais, já para vedar os outros que tinham visto, mas depois que passou tudo, relembrando, caímos na gargalhada. São momentos que acontecem, levantar e cair faz parte do ser humano. Levantar e cair e cair e levantar com mais garra do que caiu eu acho que é a melhor de todas as propriedades.

E um fato desagradável...
Têm alguns fatos que a gente chama de faz parte do processo naquele momento. Por exemplo: apesar de que durante toda a nossa campanha não teve aquele, digamos, fechamento através do eleitor [não manifestação ou manifestação adversa quando de abordagens para pedir votos], em alguns lugares, pouquíssimos até,  certas pessoas não nos receberam de maneira pronta. De uma forma ou outra, nos receberam de maneira ríspida. Mas isso eu entendo que faz parte do processo eleitoral, defender o seu candidato e suas ideias faz parte de todo processo. Creio que desagradável eu não colocaria nesse patamar, mas sim poucos fatos corriqueiros, digamos assim, em época de campanha. E olha que nós andamos. E andamos a cidade inteira.

Focando Professora Eunice, então pré-candidata do PMDB a prefeita de Uruaçu, na presença do editor-chefe deste periódico e, de duas outras pessoas que visitavam a sede, a Redação para renovar assinatura do jornal, uma mulher disse em 9 de junho (28 dias antes de iniciar a campanha): “Ela pode comprar uma roupa bem bonita para a posse, pois será eleita e mudará Uruaçu”. Fica a pergunta: caso sua colega de PMDB tivesse prosseguido com a candidatura - que se estendeu até 17 de agosto -, também teria derrotado a concorrência? 
Eu não tenho dúvida, eu não tenho dúvida nesse sentido, porque veja só: esse anseio de mudança em que o povo desejou tanto e, mostrou isso nas urnas, era unânime. E a Eunice naquele momento, enquanto candidata, tinha e tem todos os pré-requisitos para que pudesse ser sim a nossa prefeita. E eu acredito que dentro - hoje -, da estrutura partidária a gente possa ter, além dela, como falamos naquele dia aqui mesmo na Redação do Jornal Cidade [25 de julho, quando o quinzenário entrevistou Professora Eunice, então prefeitável e, que se fazia acompanhada de Evisio Silva e Solange Bertulino], outros nomes que possamos trabalhar de igual competência, responsabilidade e valor. Não tenho dúvida que ela estando candidata, com certeza, com esse anseio de mudança, teríamos sim, com muita verdade, otimismo, chegado à vitória com a Eunice [candidata da ala política até 17 de agosto e, que não conseguiu reverter em tempo hábil enquadramento na Lei da Ficha Limpa, apontado pelo Tribunal de Contas dos Municípios {TCM}, acatado pelo Tribunal Regional Eleitoral {TRE}]. Nós tínhamos nossos posicionamentos, enquanto apoiadores e, tínhamos certeza absoluta que não ia dar esse tipo de problema, pois a gente não imaginava trocar candidatura. Mas, atendendo o meu povo e, o meu enquanto cidadã, moradora dessa cidade, defensora, eu não poderia deixar de assumir a candidatura. E como não deixei, estou aqui [como prefeita eleita].
Leia, abaixo, outras informações, na sequência da entrevista com a prefeita eleita uruaçuense


Solange Bertulino: ‘O secretariado tem que ter a cara da prefeita’

Na continuação da entrevista feita com Solange Bertulino na Redação do JC em 30 de outubro, a prefeita eleita de Uruaçu pelo PMDB comenta sobre a transição e, formação do governo dela, que salienta: “Todo processo de mudança causa desconforto”, se referindo à redução do número de Pastas que está por vir. “O mais importante, que é importante a população saber, os companheiros entenderem: queremos reduzir é para melhorar e realmente dar resultado.” Deixando claro que o secretariado “tem que ter a ‘cara da prefeita’”, ela ressalta como deve funcionar a futura Administração. Curiosidade provocada oriunda de afirmação da nova chefe do Poder Executivo: “De início talvez a gente não convoque todos os secretários das nove Secretarias, talvez convocaremos apenas os das Secretarias mais essenciais para a máquina funcionar de primeiro momento. Com o passar do tempo, vamos colocando os secretários nos devidos lugares, lotados.” As respostas, publicadas em diferentes edições (quinzenas de 1º a 15 e, de 16 a 30 de novembro), abordam série de assuntos, onde o interesse coletivo ganha destaque. O atrativo também ganha postagem no site www.jotacidade.com, link Municipais e, no Blog do Jornal Cidade. Leia, indique.


De Solange Bertulino, sobre a transição: “A gente espera que o momento da transição siga democraticamente, como há de ser, de maneira respeitosa”


Solange Bertulino: “Espero realmente contar com toda a colaboração de todos, para que possamos formar um governo onde haja controvérsia. Unanimidade não vai ter, haja vista que a controvérsia faz com que você tenha mais criatividade para poder fazer as coisas se ajustarem”

Transição: como está a situação na data de sua estada na Redação - 30 de outubro?
Nós já protocolamos ofício [no início da última dezena de dias de outubro] que pede o acesso à transição. Já indicamos os nomes de nossa parte, mas até agora nós não recebemos resposta do ofício enviado. Estamos no aguardo, a gente espera que o momento da transição siga democraticamente, como há de ser, de maneira respeitosa, responsável, que siga todo processo de transição.
Nota da Redação: os nomes do grupo da prefeita eleita são Ademir Sandoval e Evisio Silva, presidente e vice-presidente do PMDB de Uruaçu; e, Elias Bernardo Campos, contador. Colocação de Evisio no decorrer da entrevista (ele acompanhou Solange Bertulino na Redação, juntamente com Ademir; e, o aliado, militante Marciel Lázaro Araújo Silva): “Informalmente já tive contato com o próprio Lourenço [Lourencinho, prefeito de Uruaçu pelo PP], na porta da Prefeitura, ele foi solícito, acho que não vai ter problemas com isso não. Já falei com alguns auxiliares dele - Roberto Jordão [procurador-geral do Município], Rita [de Aquino, secretária municipal de Administração e, secretária municipal da Educação] -, e, eles só estão aguardando as formalidades para que possam fazer a transição. Acho que não vai ter nenhum tipo de problema não!”

A harmonia nunca é 100 por cento na montagem de qualquer equipe de um governo, pois surgem as disputas por espaços. Ainda mais que a senhora pretende reduzir as Secretarias. Comente.
Toda mudança, todo processo de mudança causa desconforto, causa certo stress na questão de espaço, mas o mais importante é que precisamos focar, que é importante a população saber, entender, os companheiros entenderem: queremos reduzir é para melhorar e realmente dar resultado, porque veja bem: serão nove Secretarias, não vai ter espaço para todo mundo nas Secretarias, mas é importante o companheiro entender, eu volto a dizer, que quem me ajudou a trabalhar vai ajudar a governar. Agora, onde e porque, é aí que vamos delimitar de uma maneira muito coerente, responsável, olhando o perfil, olhando suas aptidões e assim fazendo aquilo que tem que ser feito. Nós precisamos é melhorar o nosso Município e nós vamos melhorar - na medida em que cada um, desprovido de vaidade, porque tem que desprover da vaidade, desprovido de toda vaidade -, com o compromisso que nos foi dado nas urnas, devolver a este povo que precisa e anseia de um governo que traga benefícios para todos e que isso possa ser entendido de maneira muito responsável, principalmente pelos nossos companheiros, amigos que estão junto com a gente. Nós precisamos sabe reduzir, focar, produzir para que realmente as coisas aconteçam. Então, isso vai gerar desconforto mesmo, isso é um processo natural porque nós somos humanos. Eu espero realmente contar com toda a colaboração de todos, para que possamos formar um governo onde haja controvérsia, porque unanimidade não vai ter, haja vista que a controvérsia faz com que você tenha mais criatividade para poder fazer as coisas se ajustarem. Então, diferente sempre vai haver, o contrário vai acontecer, mas isso faz parte de todo processo.

Parte das Secretarias será transformada em Superintendências?
Sim, de acordo com o nosso plano de governo. Temos aqui hoje uma estrutura que funciona com 15 Secretarias, uma Superintendência e o Gabinete do prefeito, digamos assim. Nós transformamos em nove, mais a criação de sete Superintendências. Transformamos assim, de uma maneira que entendemos que vai dar mais autonomia, viabilidade e redução de custos, para que se reduza essa questão de custos e promova realmente um trabalho mais pautado em trabalho que tenha uma resposta mais rápida.
Nota da Redação: de fato, na data da entrevista, o primeiro escalão da gestão 2009-2012 apresentava 18 Pastas do primeiro escalão (15 Secretarias Municipais; a Chefia de Gabinete; a Procuradora-Geral; e, a Superintendência Municipal de Trânsito [SMT])...
...As nove Secretarias projetadas para sustentar a Administração 2013-2016 (três delas contendo Superintendências) são:
-Gabinete da Prefeita
-Secretaria Municipal de Educação e Cultura
Superintendência Municipal de Cultura
Superintendência Municipal de Esporte e Lazer
-Secretaria Municipal de Urbanismo, Transporte e Obras Públicas
-Secretaria Municipal de Saúde
-Secretaria Municipal de Promoção Social
-Secretaria Municipal de Administração        
Superintendência Municipal de Trânsito
-Secretaria Municipal de Planejamento, Gestão e Finanças
-Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico
Superintendência Municipal de Indústria e Comércio
Superintendência Municipal de Agricultura e Pecuária
Superintendência Municipal de Turismo
Superintendência Municipal de Aquicultura
-Secretaria Municipal de Meio Ambiente

Pode citar nomes já definidos para o secretariado?
Não. Não posso citar nomes neste momento visto que nós estamos em processo de construção dessa plataforma de governo, dessa estrutura governamental. Os nossos parceiros, companheiros também vão, serão, estão inteiramente comprometidos somente com o nosso povo - uma das coisas que sempre falamos enquanto na campanha, o único compromisso que nós temos é com o povo de Uruaçu. Claro que jamais vamos esquecer de algum dos nossos companheiros. Nenhum! Mas é preciso ter coerência, humildade, desprover de vaidade, pois neste momento, às vezes a vaidade toma conta da cabeça, dos olhos e do coração de muitos companheiros. Mas é precisa voltar lá no início e ser desprovido de vaidade, para que as coisas possam acontecer e todo o nosso secretariado, entendemos, para funcionar, de início talvez a gente não convoque todos os secretários das nove Secretarias, talvez convocaremos apenas os das Secretarias mais essenciais para a máquina funcionar de primeiro momento. Com o passar do tempo, vamos colocando os secretários nos devidos lugares, lotados. Todos esses nomes serão conhecidos dia 1º de janeiro.

E nomes do segundo escalão, das Superintendências?
Também serão divulgados junto com os nomes do primeiro escalão.
Nota da Redação: a reportagem apurou, checou e confirmou alguns nomes do primeiro e segundo escalões. Pessoas que receberam e aceitaram convites confirmaram em off ao JC que atuarão no governo Solange Bertulino. Nada de o periódico querer tumultuar a formação da equipe, apenas exerce sua função jornalística. Tanto não visa tumultuar, que deixa de veicular tais nomes

Que cara terá o secretariado da Administração 2013-2016?
O secretariado tem que ter a cara da prefeita, tem que ter os moldes da prefeita, porque embora muita gente fale a cara no sentido figurado estamos tentando dizer o seguinte: tem que ter os mesmos ideais, objetivos, a postura de acordo com o que a prefeita está. Então, ele vai ser, os auxiliares estarão e serão, trabalharão, tenho certeza absoluta, com os mesmos patamares no qual a prefeita trabalha, ou seja, o filho tem que parecer com o pai. Se não parecer de maneira integral, tem que ter pontos, fazendo com que haja uma harmonia entre eles. Todos os nossos secretários terão esses adjetivos. Irão, com certeza, trabalhar muito por Uruaçu.

Recentemente o vereador Sil (PP) apresentou indicação, que fora rejeitada. Em seguida, o Poder Executivo enviou projeto semelhante (sob pedido determinado do mesmo edil) e foi aprovado: comissionados do primeiro escalão (e de outros escalões) da Prefeitura, só quem tiver Ficha Limpa. Todos os partidos do Brasil e todas as alas político-administrativas do Brasil têm pessoas com impedimentos, inclusive a de Solange Bertulino. Como avalia o caso? Existe a possibilidade de essa iniciativa ser revogada no início de 2013 na Câmara, via pedido de sua Administração?
Eu penso que é uma questão de curso natural. O que a população vem tendo, através dos tempos, em cada ‘Eleição’, é um anseio grandioso: que as representações públicas tenham cada agente com histórico limpo, um histórico de trabalho. Que resolva [cada agente] suas pendências em um momento ou outro de sua vida e que realmente faça jus a posição [na Administração pública]. Eu penso que essa Lei da Ficha Limpa tem que perpetuar e de uma forma ou de outra ela vai prosperar e vai alargar ainda mais. Eu, particularmente, penso que é um processo natural, não tenho problema nenhum quanto a esse quesito, visto que é importante ressaltar: todo ser humano erra num momento ou outro da sua vida, passa por um foro em sua vida, um problema, um perrengue, usando um português mais claro. Isso não impede e nem suja a sua índole, seu histórico de competência, porque pode se resolver. Essa questão de Ficha Limpa eu apoio sim e a questão de ser revogada não passou em nenhum momento pela minha cabeça. São momentos em que, de repente, você passa na vida ou surgem, que às vezes têm sido rotulados de maneira injusta. O fato de você estar lá, com o nome em algum lugar, ou existir alguma restrição com o seu nome, não quer dizer que você é aquilo. É por isso que existe o direito de defesa e da contestação daquilo.
Nota da Redação: Sil propôs aprovação da Lei da Ficha Limpa Municipal, com a sugestão dele se estendendo aos servidores públicos contratados em cargos de comissão pela Prefeitura e pela Câmara uruaçuenses
Leia (abaixo) novas informações, na sequência da entrevista com Solange Bertulino


Solange Bertulino: ‘Vamos fazer um Carnaval bonito, bacana e mais estruturado’

Na terceira parte deste tópico da entrevista realizada com Solange Bertulino (PMDB) na Redação do JC dia 30 de outubro, a prefeita eleita de Uruaçu - que se fez presente acompanhada por Ademir Sandoval e Evisio Silva, presidente e vice-presidente do PMDB local; e, Marciel Lázaro Araújo Silva (militante e aliado atuante) -, responde perguntas versando sobre o segmento do turismo. “Vamos ter um calendário turístico, de janeiro a dezembro, porque o Município hoje é conhecido simplesmente pelo ‘Carnaval’, pela ‘Semana Santa’ e só!!! Que outra data festiva que se tem? Vamos aproveitar isso para criar calendário dentro da estrutura do Município.” Sobre a festa carnavalesca de 2013, se manifestou: “Nós vamos sim fazer um Carnaval bonito, bacana e creio - nós estamos trabalhando para isso -, mais estruturado, com mais liberdade, entre aspas, tanto para os que estão aqui, os nossos moradores e, para os que virão.” Sobre suportes culturais de Uruaçu, disse a entrevistada: “Acho uma judiação ir para o lago Serra da Mesa e não passar no Memorial. Nós vamos trabalhar isso, a questão dos museus. Em nível de Norte goiano, qual cidade que tem um museu de sua magnitude como nós temos em Uruaçu? Dentre eles, o do Memorial Serra da Mesa.” Falando sobre serviços essenciais (e que envolvem o turismo), a entrevistada opinou sobre o problema da distribuição de água em Uruaçu: “Os Poderes ficaram jogando responsabilidade um para cima do outro. Como sempre ‘quem paga a conta’ é o povo.” As respostas, publicadas em diferentes edições (quinzenas 1º a 15 de novembro e 16 a 30 de novembro), aglomeram um conjunto de temáticas, imperando o interesse coletivo. O atrativo também ganha postagem no site www.jotacidade.com, link Municipais e, no Blog do Jornal Cidade. O segundo e último tópico da entrevista será veiculado neste mesmo link em poucos dias. Leia tudo, indique tudo.


De Solange Bertulino aos comerciantes, sobre o Carnaval/2013: “Podem ficar tranquilos, que nós já estamos preparando, planejando para que realmente as coisas aconteçam de modo a termos uma economia sincronizada e, que não percamos aquele pique inicial de vendas, de movimentação na cidade”


Prefeita eleita: “A atual gestão valorizou sim o turismo,
mas só o turismo, esqueceu das outras áreas”


Sobre a deficiência no fornecimento de água em Uruaçu, sublinhou Solange Bertulino: “Catastrófica! A causa inicial de tudo foi a falta de investimento, os Poderes ficaram jogando responsabilidade um para cima do outro.” Em foto de 12 de novembro feita na recepção da sede do Jornal Cidade, copo com água mineral e, outro com água distribuída pela Saneago no bairro São Vicente

Deixe nova mensagem aos comerciantes e prestadores de serviços fixados em Uruaçu vinculados ao turismo. Desde o simples vendedor de cerveja e refrigerante da caixa de isopor, passando pelo dono de panificadora, pelo dono de restaurante e afins, indo aos grandes empreendedores de diferentes segmentos ligados ao setor. Isso envolvendo Réveillon, Carnaval, Semana Santa, Festa Agropecuária, outros eventos, feriadões, datas festivas, finais semana comuns.
O recado que eu mando para todos esses companheiros é o de que eles podem ficar tranquilos, que essa confiança depositada nas urnas nós vamos fazer jus a cada segmento. Eu entendo a preocupação deles, visto que vai depender das ações da Prefeitura, a questão da mobilidade e do planejamento para eles. Eu peço a eles: podem ficar tranquilos, que nós já estamos preparando, planejando para que realmente as coisas aconteçam de modo a termos uma economia sincronizada e, que não percamos aquele pique inicial de vendas, de movimentação na cidade. Quero dizer: fiquem tranquilos, pois o que é da nossa parte, que é a parte de busca e planejamento, nós vamos fazer.

A reportagem apurou: a prefeita eleita e os aliados estão trabalhando de forma permanente para que possam ser oferecidos bons Réveillon e Carnaval... Dezembro e fevereiro estão aí. O que pode ser informado por agora?
Nós vamos sim fazer um Carnaval bonito, bacana e creio - nós estamos trabalhando para isso -, mais estruturado, com mais liberdade, entre aspas, tanto para os que estão aqui, os nossos moradores e, para os que virão. A qualidade da festa tão aclamada - isso é um compromisso de cidadã de campanha, como falamos que íamos apoiar as festas -, nós vamos fazer. A economia ligada aqui dentro do Município acaba sendo uma dependente da outra. Podem ficar tranquilos e, no que depender da ação da Prefeitura nesse sentido, claro que eu quero aqui afirmar - sempre de maneira ponderada, respeitando os limites, não comprometendo o orçamento -, nós vamos viabilizar e vamos realmente o Carnaval. Estamos estudando, através dos nossos parceiros, uma festa bonita de Réveillon. Temos que contatar a  gestão atual, ver se eles vão fazer ou não. Por quê? Porque nós respeitamos os Poderes que estão ali, no momento. Nós vamos contatar o prefeito e perguntar para o mesmo se realmente ele vai fazer a festa de Réveillon. Se for fazer, respeitosamente nós vamos abandonar a ideia. Se ele não for fazer, nós vamos manter a ideia e vamos brigar para isso, fazendo uma coisa bonita, bacana, igual o nosso povo precisa e merece e, que movimenta a cidade, que traz dividendos e que gera renda e emprego.
Nota da Redação: ao Jornal Cidade, o prefeito de Uruaçu, Lourencinho (PP), havia informado antes de 30 de outubro, que não fará o evento na noite de 31 de dezembro, visando conter gastos na reta final da gestão dele

A ascensão de uma espécie de nova classe média brasileira, bem como um maior dinamismo do setor de serviços, mais pessoas incorporam o lazer, o turismo na sua cesta de consumo. O governo Solange Bertulino atuará em favor de uma cidade de Uruaçu consolidada na área turística, apesar de as deficiências ainda serem muitas?
Eu quero deixar claro e eu não preciso detalhar para vocês do Jornal Cidade, que já me conhecem há anos e, sabem o quanto eu sei fazer conta e o eu quanto gosto de fazer conta. Por uns sou taxada de miserável, de que pechincha muito, mas vejam bem: eu tenho um zelo muito grande pelo dinheiro em si. Primeiro o ser humano... Sabe por que eu preciso ter zelo? Queira ou não, tudo passa pela questão financeira. Para fechar isso aqui [atrações musicais do Carnaval/2013], vocês não têm noção... Isso aqui é fichinha, eu vou zelar! Primeiro peço a Deus muita saúde, eu vou zelar do dinheiro de vocês com o mesmo zelo que eu zelo do meu, vou brigar por cada centavo, porque se eu economizo R$10 mil aqui dá para comprar remédio, se eu economizo R$5 mil aqui dá para fazer a cirurgia daquele Seu Joaquim que não dá para colocar na Saúde [Pública] porque é de alto custo e, temos que dar um jeito de fazer e por aí. Se eu economizo R$20 mil já dá para revitalizar parte daquela praça. É assim que temos que pensar. E durante esses quatro anos, eu tenho certeza, pedindo a Deus saúde para todos nós, vamos fazer não só o Carnaval, o Réveillon não! Nós vamos revitalizar festas antigas, como o Arraiá da Solidariedade, Festival Gastronômico... Podemos colocar Uruaçu aberto para o mundo. Hoje os médicos, de uma forma geral, o conselho de endócrinos, os especialistas em nutrição falam sempre no apreço e o grande nível de vida saudável da carne de peixe, mas porque a carne vermelha é mais consumida que a de peixe? Porque existe mais mídia na carne vermelha. Uruaçu vai ter de novo [o evento de gastronomia], além de promover esse encaixe de vida saudável, as pessoas vindo [participar do Festival Gastronômico do Peixe], porque nós vamos promover - e o meu superintendente de Turismo vai ser um técnico em Turismo, vai ser uma pessoa especializada, capacitada -, nós vamos ter um calendário turístico durante todo ano para pegar esses turistas aqui do lado e lá de longe. Todos nós, de uma forma ou de outra, com essa ascensão da classe social muito bem lembrada e citada por vocês, temos um dinheirinho guardado para gastar com lazer.
Nota da Redação: ponderações de Evisio:
-Carnaval: “O turismo tem dois focos. Nós temos focado muito no externo, nosso Carnaval é focado em Brasília, Goiânia, não focamos nas cidades próximas. O que acontece é que o povo gosta do diferente e quando temos eventos grandes aqui, preocupamos com Goiânia, Brasília. Não divulgamos nas cidades vizinhas - Niquelândia, Mara Rosa, Campinorte. Enche os outdoors de Goiânia e esquece do interior. O custo dessas pessoas, que têm dinheiro para gastar, virem é bem menor e elas não vêm e, encontramos aqui pessoas de Goiânia, Brasília, não estamos trazendo turistas próximos. A nossa preocupação de manter a cidade como pólo turístico, alavancar outras situações, está no plano de governo. Sobre a criação do Festival Anual Serra da Mesa, sonho antigo, já discutimos isso [se referindo ao editor-chefe Jota Marcelo], nesse primeiro ano vamos ver se conseguimos fazer em julho e, trazer o Zé Ramalho [renomado cantor brasileiro], que é para dar um choque. Vão ser sete dias de Festival, com teatro e, o encerramento com grande show cultural... Fugir desses shows universitários, vai ser cultural mesmo, trazer um Zé Ramalho, Almir Sater, coisa neste estilo, mas um cara de renome nacional para trazer o povo para cá.”
-Investimentos em cachês: “O Carnaval, com certeza, nós podemos afirmar, que já está definido. Estavam faltando uns documentos e acabei de entregar para a Solange [dentro a Redação]. Vão ser duas bandas comuns, mas boas e, em três noites show com bandas de renome nacional. O Carnaval é para ser melhor que o do Lourenço. Nós viemos para passar por cima igual um trator. Eles falam que a Solange não gosta de festa, de Carnaval... Na Pecuária, segundo informações extraoficiais, foram gastos R$700 mil [evento de 2012]. Nós fizemos um estudo - com os mesmo artistas -, e, conseguimos fazer a festa com metade desse valor ou talvez até menor. Faz a Festa com Jorge e Mateus, Humberto e Ronaldo, Bruno & Marrone... Nós fazemos essa Festa com esse dinheiro, metade, e, talvez até com menos. Tanto é, que o Carnaval tem toda aquela estrutura - palco, som, banheiro químico, tenda, segurança, tudo e, vamos fazer e, vamos gastar pouco mais de R$300 mil. Uma Festa de cinco dias com show tipo Banda Calypso, podemos fazer as mesmas festas, gastando menos. Uruaçu chegou a um ponto igual o Hospital Regional: você tem que fazer, a Festa é do seu Município, o Carnaval nosso já passou a ser regional.”
Nota da Redação: mais ponderações:
-De Ademir: “A questão da ‘Pecuária’ e, vocês [Jornal Cidade] participaram lá conosco [durante o período em que ele presidiu o Sindicato Rural de Uruaçu, este periódico foi parceiro do SRU, o que não ocorreu posteriormente devido desinteresse da parte dos presidentes sucessores, após o periódico lhes procurar]... Hoje não é Pecuária mais! Hoje é uma semana de shows. Você não tem uma ‘Exposição Ranqueada’ mais. Você não tem um ‘Torneio Leiteiro’, não tem mais nada disso!”

-De Solange Bertulino, sobre a Exposição Agropecuária uruaçuense: “É importante voltar às raízes. Por exemplo: uma festa de Pecuária, claro que tem que ter os shows, o povo gosta de participar, mas tem que ter o outro lado também, demonstrando o crescimento agropecuário do Município, a sua função, porque hoje o nosso Município tem muito a questão do agronegócio e é precisa estimular isso, tem a questão do pequeno produtor, investimento na agricultura familiar, a criação de forma doméstica. Tudo isso nós vamos olhar. Igual eu comentei com alguns integrantes do Sindicato: vocês têm a obrigação de transformar essa entidade, que é grande, apartidária, importante do Município, em uma grande entidade e a Prefeitura quer ser parceira, estar apoiando, ajudando, mas o que se entende por parceira? Para ajudar e não fazer a sua parte, amigo! Você tem que fazer sua parte e, eu vou fazer a minha. É essa a relação que nós vamos ter durante os quatro anos de governo, como eu sempre tive na minha vida inteira.”

Material publicitário institucional mais qualificado, mídia institucional melhor distribuída, direcionada também ajudam alavancar o turismo. E isso, pelo exposto, é possível se tornar realidade em sua Administração...
...Vamos ter um calendário turístico, de janeiro a dezembro, porque o Município hoje é conhecido simplesmente pelo Carnaval, pela Semana Santa e só!!! Que outra data festiva que se tem? Vamos aproveitar isso para criar calendário dentro da estrutura do Município. Pesca esportiva, torneio de jet ski, Festival Anual da Serra da Mesa, Festival Gastronômico, todas essas questões que trazem o turista até Uruaçu. Nós vamos criar, vamos chamar as entidades representativas, chamar o povo, as pessoas envolvidas na área. Sabe qual é o erro primordial do ser humano? O primeiro deles é sempre querer achar a solução lá, mas a solução não está lá. Está aqui. Quando você volta seus olhos aos arredores você vai achando a solução e caminhando. Nós precisamos chamar esse povo e sentar com todos, falar da projeção. Eu, enquanto presidente de Associação Comercial [, Agropecuária e Industrial de Uruaçu - Aciau] quantas vezes fiz isso no [decorrer dos] governo [s] da Marisa [Araújo - gestões municipais uruaçuenses 2001 a 2004 e 2005 a 2008]. Vocês podem observar nos acervos fotográficos eu ruiva, morena, cabelo curto, cumprindo, eu estava lá, como presidente, empresária, ajudante, voluntária e, na verdade estava lá porque precisa, às vezes, você precisa falar: Olha, você precisa aumentar mais [a quantidade de produtos para venda], vai aumentar o número de pessoas, vão consumir mais. Aumenta aí!....

Grande parcela de turista adora as cachoeiras. Em Uruaçu, não está passando da hora de a municipalidade estreitar mais a relação com os proprietários de áreas onde estão localizadas essas maravilhas?
Lembra daquela sensação que você tem de não ser atendido de maneira pronta? O que esse proprietário quer às vezes? Ser ouvido. O que ele precisa às vezes? É de uma estrada, o acesso, ele precisa colocar ou, quem sabe, desviar alguma coisa para melhorar o acesso. No nosso governo nós vamos estar ouvindo, porque as cachoeiras são belíssimas e nós porque sabemos que Uruaçu precisa. Eu gosto muito de dar mérito a quem tem mérito, dar a César o que é de César [passagem bíblica, livro de Mateus, capítulo 22, versículo 21]. A atual gestão valorizou sim o turismo, mas só o turismo, esqueceu das outras áreas. Nós vamos aproveitar isso, vamos reestruturar, vamos ouvir, vamos dialogar e dentro das limitações nós vamos atender, fazendo e apoiando para que mais e mais turistas venham e possam aqui consumir e, nós gerar renda e emprego.

Memorial Serra da Mesa: quais são seus planos quanto a esse patrimônio cultural e que carece de apoio maior da parte da Prefeitura?
O Memorial Serra da Mesa vamos utilizar de todas as formas possíveis como acervo de cultura, preservação, tudo. Nós vamos usar todo o Memorial, movimentar, apoiar, colocando o espaço no calendário turístico, porque acho uma judiação ir para o lago Serra da Mesa e não passar no Memorial. Nós vamos achar uma fórmula logística de colocá-lo junto. [Após sugestão de Ademir, versando sobre intercâmbio entre representações de ensino - o alunado -, e o Memorial] Precisamos primeiro dar uma estrutura para que levem os estudantes até lá, pois os professores, que são idealizadores iguais a nós, o que fazem? Colocam no próprio carro, chama amigos e levam. Enquanto prefeita, vou estar falando com o meu secretário [municipal] de Educação para colocar dentro da grade curricular para que possam levar essas crianças. Como vamos querer um mundo melhor, respeitar o ambiente, a preservação da cultura, se nós não estamos ensinando as nossas crianças?

Trabalho com ações distintas, uma dedicação caprichada, compromissos contínuos poderiam ser praticados por parte da Prefeitura no sentido de o turista visitar mais os museus, as igrejas, as praças, os parques, outros pontos atrativos de Uruaçu. Comente.
O que eu não entendo - e nós vamos trabalhar isso -, é a questão dos museus que nós temos aqui. Em nível de Norte goiano, qual cidade que tem um museu de sua magnitude como nós temos em Uruaçu? Dentre eles, o do Memorial Serra da Mesa. Temos o Museu da Igreja [Museu Sacro Diocesano, pertencente à Diocese de Uruaçu]. Temos o Museu [Municipal] Dom Prada [Carrera]. Precisamos criar mecanismos para as pessoas irem. Elas gostam, tiram fotos, participam, agora às vezes você sai de Uruaçu e encontra cidadãos de Uruaçu visitando museu em Goiânia que é bem menor do que os daqui, não tem a mesma magnitude do Memorial Serra da Mesa. Eu perguntei para um grupo de amigos: vocês conhecem o Memorial Serra da Mesa? Vocês conhecem lá?... Respostas: Não!. O que vocês estão fazendo aqui? Vocês têm que conhecer os da nossa terra, depois os outros, eu já disse. Temos que criar mecanismos para conscientizar as crianças, os professores, coordenadores, quem tiver que ser conscientizado, para usufruir das nossas riquezas que temos, o acervo cultural que temos, para que o nosso povo fique, sinta, busque mais a questão de ser um pouco mais politizado no quesito cultura. Essas questões que fazem o crescimento e o conhecimento nosso para nos tornar pessoas melhores.

Sugestão do Jornal Cidade: urgente, convide para visitar Uruaçu, pescar no lago - passar um final de semana -, o ministro do Turismo, desde setembro/2011, Gastão Dias Vieira (do Maranhão, advogado, defensor da Educação, deputado federal licenciado, seu colega de PMDB)...
...Do nosso partido, amigo pessoal do deputado federal Pedro Chaves [do PMDB e, aliado da prefeita eleita]. Nós vamos convidar sim!

Já que o assunto reúne turismo e o bem mais precioso da humanidade, como a senhora avalia a deficiência no fornecimento de água em Uruaçu hoje?
Catastrófica! A causa inicial de tudo foi a falta de investimento, os Poderes ficaram jogando responsabilidade um para cima do outro. O municipal jogando para o estadual e o estadual para o municipal e, ninguém assumiu a sua responsabilidade. Como sempre quem paga a conta é o povo.

Mais alguma observação, prefeita eleita?
Quero agradecer ao Jornal Cidade pela oportunidade de colocar, publicar os nossos planos que irão se concretizar, com certeza! Agradecer meus companheiros de longas datas [direção do periódico] e agradecer ao povo de maneira carinhosa e dizer a todos que, como eles acreditaram e hoje eu estou prefeita eleita, nós vamos estar de maneira muito digna respondendo a todo esse anseio com trabalho. Vamos honrar cada voto, cada homem e mulher dessa cidade, devolvendo a Uruaçu a dignidade que fora perdida. Quero agradecer a Deus porque sem Deus na vida da gente nós não somos nada, pedir a ele que nos dê saúde, perseverança, fé e coragem para que possamos dar andamento aos nossos projetos, todos eles pensados para cada homem e mulher, para cada família da nossa querida Uruaçu. Um abraço a todos, que Deus nos abençoe a cada um de nós.
Uruaçu 15/11/12 - (Da Redação do JC Online). Com ajustes técnicos e atualizações. Postagem: Marcello Dantas