segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ENTREVISTA - Idelmar Pedreiro: ‘Semente boa no meio das sementes que não geram frutos’

Um novo participante da rodada de entrevistas que o JC desenvolve na Redação com os 13 vereadores eleitos por Uruaçu em outubro, Idelmar Pedreiro falou ao periódico dia 23 de novembro, quando, se expressando sobre a honestidade na política, cravou: “Tem que estar entrando semente boa no meio das sementes que não geram frutos.” Mais: “Se eu pegar um camarada falando que eu estou roubando ele vai enrolar a vida dele, porque vai ter que provar.”
Informando que pretende atuar em favor de Uruaçu, assinala sobre sua atuação em relação ao Poder Executivo: “Não vou fazer oposição por fazer e não devo, não é do meu currículo.” Leia.

PERFIL
Idelmar Martins Coelho angariou 464 votos em 2008 e 238 quatro anos antes. Natural de Cumari-GO, 65 anos, morador de Uruaçu desde 1º de fevereiro 1968, é profissional respeitado da construção civil, hoje aposentado. Casado há 42 anos com Divina Martins da Costa, tem as filhas Rosilene e Maria da Abadia (Bia). Morador do São Vicente, passa a ser - ao lado do colega Taroba (PSB) -, nova esperança em termos de obtenção de ajudas públicas para a população do segundo maior bairro local, que convive com sérios problemas.


Idelmar Pedreiro (durante entrevista na Redação): “Se eu pegar um camarada falando que eu estou roubando ele vai enrolar a vida dele, porque vai ter que provar”

437 votos. Como se sente em ter vencido a disputa?
Sinto bem, porque atingimos o objetivo que a gente buscava há muito tempo, 12 anos. Com esforço não só meu, mas, primeiramente da minha família e depois de meus amigos, buscando votos. Tenho amigos que empenharam em nossa campanha, inclusive gente que não podia votar em minha pessoa, mas que pediu votos. Certas pessoas tinham compromissos com candidatos mais próximos, até parentes, mas pediram a Deus para que eu pudesse vencer. Sinto muito feliz por tudo isso.

Dedicaria a vitória para que pessoas?
Dedicaria aos quase 40 mil habitantes que Uruaçu tem, pois não direciono para os 437 eleitores que votaram em mim, pois a cidade tem eleitores de muitos candidatos a vereador. 40 mil pessoas pagadoras de impostos e que agora são meus patrões.

Quais serão as suas principais lutas dentro da Câmara no que se refere a ajudar Uruaçu e a população?
Sempre alguém me procura assim: Qual é o seu projeto na Câmara nesses quatro próximos anos?. Eu respondo que não tenho projeto nenhum. O meu projeto é de acordo com a necessidade do dia a dia e aí a gente vai escolher aqueles que têm mais prioridade. Trabalhar eu vou e, muito!

Mesa diretora/2013: o que tem a dizer?
Eu não coloquei o meu nome [para a disputa] e disse que pelo menos para 2013 não quero disputar. A não ser que alguém não queira e os colegas lancem o meu nome e todos venham me dar apoio, sem compromisso de vagas de emprego para que eu não entre lá [como presidente] subordinado a meus colegas. Tiveram pessoas me procurando, agora se eu ver as coisas bagunçando em dezembro eu coloco o meu nome à disposição. E, tem possibilidade de eu sair [candidato a presidente] nos outros anos. Ainda não pediram voto declarado, mas vieram conversar, o que eu acho da situação para presidente... Outros querendo conversar, mas não estamos com negociação fechada, ainda estamos conversando. Na quinzena final de dezembro é hora de chegar, para ficar mais ou menos articulado para não deixar para a última hora.

Qual é a importância da honestidade na vida de uma pessoa?
Ela não tem tamanho. Para falar a verdade, é igual ao planeta - infinito -, que nós não enxergamos do outro lado. Veja bem: no comércio em Uruaçu, em qualquer lugar que eu queira comprar fiado eu chego e compro sem qualquer problema nenhum. Os comerciantes que me conhecem abrem o crédito porque me conhecem, sabem quem sou. É a maior riqueza que eu tenho, porque eu não tenho bens materiais. Para falar que eu tenho fortuna acumulada, eu não tenho. Tenho 40 anos de trabalho só aqui em Uruaçu, cheguei para cá com 22 anos, já trabalhava na roça. Simplesmente tenho uma casa para morar, sem acabar e, um carro popular para eu andar. E, a outra riqueza que tenho, maior, é minha família. Então, a importância é infinita. Qualquer hora que batem na porta da minha casa, pode ser em qualquer hora da noite, eu não penso nada que tenha alguém querendo fazer o mal comigo, porque não devo nada para ninguém, não tenho inimigo, levanto despreocupadamente.

Publicamente é visível o respeito que terceiros têm pelo senhor. Se sente orgulhoso?
Sinto muito e, e tenho que agradecer primeiramente a Deus, depois meu pai e a minha mãe, que me deram um testemunho para que eu pudesse ser respeitador, honesto. Isso não aprendi depois de 22, 30, 40 anos não, foi de berço que ganhei essa herança que eu tenho e que ninguém me tira. Toda a vida o povo me respeita muito e justamente por minha sinceridade. Trabalhei durante 40 anos na construção civil, por onde eu passei sempre os clientes vinham me procurar novamente, porque toda vida fui um homem respeitador, honesto, interesso sempre naquilo que é meu, que eu ganho e graças a Deus fico muito satisfeito com isso. Muitas vezes os eleitores falavam que não tinham como votar em mim porque já tinham compromisso e diziam: Deus ajuda que o senhor ganha!. E eu falava: O que vocês fizerem por mim, até pedir a Deus por mim, eu já fico muito grato!. E, hoje eu peço e volto a pedir que rezem por mim, quem é católico, quem for crente ore por mim, para que eu não deixe o Poder subir na cabeça. Eu quero ser este homem que sou durante esses quatros anos, se Deus me der vida e saúde. Se eu interessar pleitear mais uma vez, que sejam mais quatro, ou mais oito.

A desonestidade é grande dentro do contexto político-administrativo do Brasil, abrindo forte espaço para a corrupção?
Creio que sim e vejam bem, vocês deste jornal, que eu sei, viram minha campanha política: acho que vocês não viram hora nenhuma a conversa de que Seu Idelmar deu isso para fulano e tal!, Seu Idelmar saiu para ali comprando voto!. Acho que ninguém viu isso, porque eu não tinha e não tenho dinheiro. Se eu tivesse, eu não compraria e, o candidato que faz uma campanha gastando dinheiro - o que nós vemos hoje, tanto na esfera municipal, estadual e federal -, é pessoa que esbanja dinheiro. Quando chega lá [se é eleito] e faz sua matemática, vê: vai ganhar tantos mil por mês e multiplicar 48 vezes. Aquilo que vai ganhar por mês, ele gastou mais do que aquilo e aí é onde começa a corromper, ele vai querer tirar a diferença. Um vereador no Brasil, por exemplo, dá a alma para o diabo para ser o presidente da Câmara porque só ele, como presidente, tem condição de meter a mão para tirar a diferença dele, senão ele vai ficar quatro anos e vai sair mais pobre do que era. O prefeito pela mesma forma. Nós vimos a prova desse prefeito que está aí [Lourencinho {PP}, denunciado várias vezes sob acusação de diversas práticas de corrupção, mas que nega todas], o que ele fez. Várias pessoas falavam assim: Seu Idelmar, eu não entendo o senhor, um homem sério, honesto como o senhor, vai entrar na política. Quando chega lá vai virar ladrão!. E, eu falei: Não senhor, eu trabalhei 40 anos, trabalhei em muitos, vários lugares, tinha condição de roubar e não roubei. Agora porque vou ser vereador, fui eleito, vou roubar também?. Alguém dizia: Ah, mas os outros vão falar que o senhor é ladrão!. É outra questão, porque se eu pegar um camarada falando que eu estou roubando ele vai enrolar a vida dele, porque vai ter que provar. Se ele não provar, vai levar um processo [...]. Não vai ficar livre dele nunca mais e, é por isso que tem que estar entrando semente boa no meio das sementes que não geram frutos para ver se vai limpando, porque o mesmo rapaz que me falou isso depois caiu na realidade e falou: Fulano me falou assim: Em um tambor de água suja se você jogar um pingo de água limpa não vai fazer diferença!. Nenhuma, mas se você continuar pingando água limpa a água vai clareando e não tem nada mais certo que isso. Vocês estão vendo e noticiando a realidade aí, o povo resolveu trocar. Não estou falando que são maus amigos, são bons amigos, só que não trabalharam correto, da maneira e do jeito que o povo gosta. Não trabalharam. Estão todos satisfeitos com essa nova Câmera e sempre tenho falado que temos que ter cuidado, o povo está com a esperança em nós, porque se nós dermos o que falar, acabou. Tudo isso que jornal falou - influência -, é isso mesmo, porque a maioria dos políticos é assim mesmo. Gasta muito além do permitido, depois querem tirar a diferença. O Poder Executivo da cidade, por exemplo. Não vê o nosso prefeito aí... Tinha gente que tinha firma de nota fiscal só para vender para ele. A maneira mais fácil que ele achou de sugar o dinheiro do Município. Se não tiver uma fiscalização, não descobre. O cara depena o Município e não fazem nada. Ele sai de boa, rindo na cara dos outros [denunciado diversas vezes sob acusação de práticas variadas de corrupção, o prefeito nega todas].

Existe corrupção de sobra no Brasil?
Isso é no Brasil todo, justamente! Vi esses dias, não sei se foi na missa ou no jornal, uma pessoa falando que o culpado da fome é a corrupção. Tenho quase plena certeza que nós temos funcionários na Prefeitura que estão passando fome e com o seu dinheiro por receber e não recebe. E, às vezes ele não tem tanto crédito e ele já fica assim, com medo de estar comprando fiado, às vezes o comerciante não quer nem vender fiado mais e, ele passando necessidade por causa da corrupção. Tanto dinheiro que tem, o dinheiro do funcionário em primeiro lugar e depois vem o resto. Um grupo de gente que ficou rico do dia para outro e era mais pobre do que eu em 2008, hoje está milionário [se referindo a Uruaçu, gente ligada a Administração 2009-2012]. E a Saúde Pública está aí à mercê de melhorias. A nossa cidade precisando de uma infraestrutura que preste, a limpeza da nossa cidade é uma calamidade pública, porque eu sempre falo, o que mais me preocupa: não sei como a nossa prefeita [eleita, Solange Bertulino {PMDB}] vai fazer para fazer de Uruaçu uma cidade limpa. Sinceramente! Não tem maquinário na Prefeitura... Chega, topa a Prefeitura em um rombo desse, no primeiro ano ela vai sofrer. Limpeza é saúde [o prefeito alega não ter roubado e que não deixará rombo].

Por que resolveu adentrar a política?
Eu detestava política e, na época [segunda metade da década de 1990] que comandava a Pastoral da Família [movimento da Igreja Católica] no bairro São Vicente deparei com situações sociais muito difíceis. Foi quando decidi entrar na política, um pouco tarde por causa da idade, porque se tivesse começado mais novo às vezes pudesse crescer mais. Me filiei em um partido, o PPS, em 2004, candidatei e tive 238 votos. Não fui mal votado. Depois, em 2008, obtive 464 votos. Entrei na política para ajudar os menos favorecidos. Não digo que é do meu bolso, mas corremos atrás. Temos que prestar atenção nisso, por causa dos serviços prestados pela Saúde Pública, dos remédios e dos recursos. Peguei a Constituição [Federal - CF] e achei lá: saúde, educação e moradia são direitos de todos e dever dos Estados e Municípios. E o povo que pega o Poder, o que eles fazem no Poder? Tiram o coração deles de dentro, parece que recebem uma lavagem cerebral para tratar mal os menos favorecidos. É muito humilhante, muita maldade para com o povo. Tem gente que não precisa, mas a maioria precisa dos serviços.
Nota da Redação: Artigo 6º da CF: ‘São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.’

Eleito por ala política diferente de Solange Bertulino, como pretende atuar em relação ao Executivo?
É o que muita gente tem me procurado. Sou de partido da oposição, mas eu, por enquanto, não quero ser oposicionista, porque quero ficar ao lado do povo, foi quem me elegeu, me deu voto. Sou muito amigo da Solange Bertulino, do vice-prefeito professor [Professor] Francisco [PSB] e, tenho certeza que vamos ser parceiros para Uruaçu, não para mim, para ela, mas para Uruaçu, para o povo. A população merece. Eu não vou estar lá contra isso, aquilo, desde que não venham fazer coisa errada, mas se for para o bem de Uruaçu conte comigo. Estou lá para isso. Não vou fazer oposição por fazer e não devo, não é do meu currículo. Moro aqui há 44 anos e não tenho nenhum inimigo, trabalhei 40 na minha profissão de pedreiro, mexi com muitos companheiros, inclusive na construção das casinhas do setor Sol Vermelho [situado na parte Leste da cidade]. Teve vez de eu comandar 70 homens e não arrumei inimizades com ninguém. Por que agora, por eu ser vereador, vou chegar lá com testa de ferro? Não vou fazer isso, mesmo se for preciso ficar como opositor alguma hora, farei isso respeitosamente, com consideração.

Ao lado do colega e também eleito Taroba (PSB), o senhor representa grande esperança na Câmara em termos de ajudas para o bairro São Vicente, que é o segundo maior da cidade, após o Centro. Na sua avaliação quais são os maiores problemas do São Vicente?
O maior problema que vejo no São Vicente é a falta de infraestrutura, o problema das drogas. Eu não convivo com isso porque sou um pai de família muito caseiro, não sou saidor, eu não saio à noite, só se for por uma precisão, não fico em boteco, mas vejo o povo reclamar demais da conta. Quem sai e mesmo a gente vê passar muito na porta da gente esse tipo de pessoa, os usuários. É um problema muito sério que nós temos que tomar medida para isso, procurar jeito de arrumar um projeto na Câmara, ver possibilidade de conseguir uma instituição para educar esse pessoal, incentivar eles saírem desse vício. É um desmantelo na estruturação da família e nós, que estamos lá dentro, temos muito que olhar para isso. Conversei com o Taroba a respeito e ele está com uma intenção muito boa. Tenho certeza que vou fazer parceria muito grande com ele. Somos colegas e a intenção dele é a mesma minha: governar para o povo do Município por inteiro e não para um pequeno grupo. Temos que oferecer mão de obra qualificada. Temos o Instituto Federal de Goiás [IFG], especializado também em mão de obra e nós vamos lutar para conseguir mais oportunidades de ensino, afinal a demanda é muito grande e temos muitos jovens que precisam, até ajudar tirar os jovens viciados das ruas e incentivá-los. Até mesmo conseguirmos uma Casa de Apoio para os jovens drogados e ingressar todos eles em uma mão de obra qualificada, para quando se recuperarem poder conseguir um emprego. Eu vejo o desmazelo da nossa Administração pública não só com o bairro São Vicente, sempre tenho andando por aí, quase 99 por cento da cidade está em um descaso, as ruas desleixadas. A infraestrutura está precária, a avenida Paraná, por exemplo, sempre passo ali com minha esposa e costumo dizer que não gosto de passar por lá, pois no meu ponto de vista é também um dos trechos de ruas mais perigosos que vejo em Uruaçu. O Executivo e nós no Legislativo teremos que tomar medidas. O Executivo, com a SMT [Superintendência Municipal de Trânsito], tentar resolver o problema [instituição de mão única seria uma alternativa, segundo o entrevistado]. A cada ano que passa a aglomeração de tráfego só vai aumentando e só vai dificultando. Temos que fazer um projeto para ali, para durar pelo menos uns 50 anos. Resolver o problema para um, dois anos não adianta. Mais exemplos: essa avenida, saída para o lago Serra da Mesa [avenida Tancredo Neves], é uma das mais feias de Uruaçu. A entradas-saídas dos trevos, na avenida Coronel Gaspar - ainda bem que tem o [monumento] Cristo... Cidade turística e, eu sei que tem verba para isso, tem que investir para trazer pessoas, para trazerem recursos. Quanto mais vende, mais tem arrecadação, mais impostos. Vindo gente de vários lugares, todos deixam seu dinheiro aqui, porque compra aqui. Quero falar sobre o Posto de Saúde do São Vicente...

...À vontade...
...Sobre o Postinho de Saúde, conversei com o Taroba. O atendimento está desasado, acabado, é uma situação precária muito grande e não tem médico que resolva o problema do doente, não tem médico de especialidade. Só temos clínico geral e a questão maior dos Postinhos é a transferência, o encaminhamento de um Postinho para o outro, que tem o médico especialista. Eles não querem liberar. Temos que resolver e vamos lutar para isso. Sobre essas reformas de Postinhos - eu fiquei sabendo na viagem a Brasília -, na hora de conversarmos com deputados federais, puxaram a ficha e, se não me engano, foi a Raquel Teixeira [deputada federal por Goiás nas legislaturas 2003-2006 e 2007-2010] que destinou verbas... Vieram agora dar a resposta para essas reformas dos Postos. Depois que eu cheguei, vi que eles estão fuçando isso aí, no final do mandato. Verbas foram recolhidas para trás por falta de ação do nosso prefeito [Lourencinho nega, apesar de realmente o Município ter perdido determinadas verbas]. São prejuízos que nossa cidade está tendo e vai ser difícil recuperarmos, mas vamos lutar por isso e já estamos correndo atrás.

Acredita que algum dia a regularização fundiária beneficiará aqueles moradores do São Vicente que há anos estão residindo em terrenos sem escrituras?
O Poder Judiciário está ajudando organizar isso. Envolvendo a Administração municipal, nesse ano político deu uma parada, disseram que era ano político, mas, desde que já começaram e existe lei para isso, creio que nós lutaremos pela causa, que não só envolve o bairro São Vicente. Tem essa situação também na Vila União, no Jardim Campo Formoso, Vale do Sol. Tem no setor Oeste, resultado de grande invasão. É uma demanda muito grande. Existe despesa e tem gente que não tem condição de cobrir, tem que ter alguém que pague por isso, para que também saia um processo mais rápido, porque o usucapião leva dois anos. Para que isso aconteça, temos que entrar com projetos e vamos procurar saber como funciona ao certo para fazermos requerimentos e entrar com pedidos no Ministério das Cidades. Lá tem verba para a causa, vamos negociar, ver se existem donos desses terrenos e dialogar, ver como se faz para adquirirmos essa documentação, pois hoje os moradores estão com o recurso do usucapião.

Acredita que através de projetos bem elaborados, a prefeita conseguirá casas populares para os carentes?
Sim e estamos precisando. Fomos a Brasília [-DF, em 13 de novembro] com a prefeita, correndo atrás de recursos já para ver se ano que vem começamos a resolver esses problemas de infraestrutura, muito ruins aqui em Uruaçu. Entre eles, está o da falta de moradias.

O senhor, que ajudou construir praça, parque...
...Vi nascer a praça do Sol Vermelho. Construímos as casas em redor e deixamos a área para a construção da praça, hoje abandonada, o que aconteceu quando eu estava fazendo o Parque das Araras. Fui eu quem fiz, fui mestre de obra lá. A Marisa [Araújo - prefeita de Uruaçu nos mandatos 2001-2004 e 2005-2008] conseguiu verba para construir tudo arrumadinho. Hoje o Parque está lá desleixado. Porque o Executivo não coloca guarda para vigiar, zelar? Deixa os predadores demolirem e não é só lá, pois vejo todas as praças precisando de revitalização. O Parque dos Buritis está precisando de zelo, não estão cuidando. Ali perto de casa tem outra abandonada [Olegário da Silva Rocha Vidal], além da Castro Alves [Roberto Izidoro de Almeida], para ficar neste lado de cá [região Leste]. O prefeito tinha que cuidar, alguém teria que cobrar mais da Secretaria Municipal de Obras [e Urbanismo], pois ela é responsável por isso. Na viagem que fizemos com a prefeita, já foi levado também projeto pedindo a revitalização de praças e dos arques. A atual Administração está deixando a desejar, a nossa cidade, cartão-postal, cidade turística.

Idelmar Pedreiro está atuando na construção civil ou aposentou?
40 anos na construção civil. Não estou atuando por estar em tratamento do coração e fiz uma ponte de safena. E, já pela minha idade, eu sou diabético, não posso pegar peso e sol quente. Me aposentei e por bem eu deixei, achei melhor parar de trabalhar, desde de novembro de 2010. Eu parei de trabalhar. Fiz cirurgia dia 14 junho de 2011. Comecei meu tratamento dia 28 de novembro de 2010.

Casado há mais de quatro décadas com Divina Martins da Costa (Dona Divina), fale sobre valores familiares, respeito à família.
O valor é muito grande. Veja bem: quando nós casamos a situação nossa era uma pobreza, até hoje somos pobres. Tínhamos valores, procedência, mas eu era pobre ela era mais pobre. Ela trabalhava no Hospital Santana [sediado em Uruaçu] e quando casamos ela saiu do emprego. Nós fomos apressados para procriar, logo veio a primeira filha, com dez meses fomos premiados com a primeira filha e, depois, com um espaço maior, veio a segunda e fomos lutar com aquela pobreza danada. Se a gente pensasse que iríamos chegar onde estamos poderíamos ter fotografado a moradia da época para hoje o povo ver. Mas quem me conheceu nessa época sabe como era a vida da gente, o casebre. Depois a situação ficou pior ainda, pois eu desmanchei para construir e ficamos sem casa. Levei temporada para construir e, ela nunca deixou de me dar apoio. A minha família, do lado da minha esposa, sempre nós convivíamos juntos, morávamos sempre perto, sempre nos demos bem e sempre valorizamos uns aos outros. Hoje estamos nessa situação, não temos nada, mas melhorou demais. Temos duas filhas, cinco netos e estamos juntos, valorizo demais da conta, principalmente a minha esposa. Minha mãe morava na fazenda e teve que vir embora por causa de problema de saúde e, ficou acamada na minha casa. Só na minha casa ela morou cinco anos e nos últimos dois anos ficou acamada. Minha esposa é quem foi a filha dela, porque minha mãe não teve filha, só filhos homens. Então, ela foi nora e filha, também para ajudar a zelar da minha mãe. É um favor que eu devo para minha esposa que não sei como eu pago.

Mais alguma observação? Registre agradecimentos.
Primeiramente, agradecer a Deus, que me enviou para esse caminho, por estar aqui dialogando e fazendo essa bela entrevista para que o povo saiba que a gente tem objetivos de ajudar Uruaçu. E, um agradecimento infinito, de coração por aquelas pessoas que me deram a confiança desses votos. Agradecer a Deus e rezar por essas pessoas, famílias que de uma maneira ou de outra votaram, pediram votos, pediram a Deus por mim. Mesmo que não votando em Seu Idelmar, pediram a Deus por mim. Qualquer coisa que fizeram por mim na minha Eleição eu fico muito grato por isso. Muito obrigado, povo de Uruaçu!

 
Idelmar Pedreiro (em santinho): “Entrei na política para ajudar os menos favorecidos. Não digo que é do meu bolso, mas corremos atrás”

Uruaçu 14/12/12 (com ajustes técnicos) - (Jota Marcelo e Márcia Cristina - Jornal Cidade [postagem original]). Nota: esta entrevista está postada no site do Jornal Cidade - www.jotacidade.com/Regionais -, e no Blog do JORNAL CIDADE/Personalidades - http://blogdojornalcidade.blogspot.com.br/. Outras informações: coluna Agenda Política, do referido site. Postagem: Marcello Dantas

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