domingo, 16 de dezembro de 2012

ENTREVISTA - Wanildão: ‘Meu trabalho tem tudo a ver com as famílias’

Rodada de entrevistas que o JC desenvolve na Redação com os 13 vereadores eleitos por Uruaçu em outubro último: dia 21 de novembro, Wanildão (PP) falou ao periódico, ocasião em que relembrou se dedicar muito ao trabalho assistencial: “A primeira bandeira minha é essa: ajudar as pessoas especiais. Na medida do possível, quero levantar outras bandeiras e exemplos não faltam.”
Versando sobre a relação do gabinete dele com o Executivo, adianta: “Tem gente que às vezes entra no Poder e quer fazer aquela política do quanto maior barulho, melhor. Eu sou contra essa atitude, vou torcer para a Solange fazer uma excelente administração.” E: “Toda matéria que for mandar para a Câmara se for para o bem da sociedade eu apoiarei com muito prazer.” Leia.

PERFIL
Wanildo Freitas Carvalho (Wanildão), candidato em tentativa inicial e eleito neste 2012, comenta ter criado coragem de se candidatar quase 40 anos após pensar a ideia pela primeira vez. Nascido em Ceres-GO (nasceu, pois horas depois estava em Uruaçu, onde sua família é tradicional), tem 53 anos e é casado com Marilúcia Martins dos Santos Freitas, com quem tem os filhos Cléber Freitas Martins e Coralina Freitas Martins (Cora). Motorista, é servidor da Câmara há 18 anos. Desenvolve trabalhos assistenciais e esportivos.


Wanildão (durante entrevista na Redação): “Perguntam onde consegui 448 votos. Uns falam que votaram, outros não e, só Deus para saber, mas a base de tudo é a família. Esse meu trabalho tem tudo a ver com as famílias de Uruaçu”

Dias atrás o senhor comentou perante a direção do periódico que levou quase 40 anos para materializar o ato de se lançar candidato a vereador. Comente.
Às vezes eu até exagerei um pouco, dizendo 40 anos, pois tenho 53 anos e para sair candidato 40 anos atrás era menino, tinha 13 anos. Foi uma força de expressão, mas uns 25 anos tem. Conforme comentei, tenho 25 anos de vida pública, como funcionário da Prefeitura e, depois fiz concurso na Câmara, onde já estou há 18 anos. Nesse tempo vi dois irmãos meus galgando os cargos de vereador e, ganhando [Vany Custódio foi vereador nas legislaturas 1989-1992 e 1997-2000. E, Walzate Freitas {Zata}, nas legislaturas 1993-1996 e 2001-2004]. Foram, inclusive, presidentes da Câmara. Antes, meu pai também tinha sido prefeito e vereador. Bem, a história política de todos eles vocês [editores Jota Marcelo e Márcia Cristina] conhecem. Nos casos de meus irmãos, foram 16 anos de vida pública servindo a população. Eu não sou diferente, estou sempre nesse meio, vida pública, gosto e, sempre fiz o bem. Aí decidimos... Vamos tentar... E, graças a Deus deu certo. Surpresa para algumas pessoas, que imaginaram que eu não teria êxito nenhum. Mas graças a Deus a população atendeu o meu chamado, ou seja, a minha candidatura e, me deu essa oportunidade. Eu vou tentar respeitar, com carinho e amor, ajudando. Vou tentar fazer o que eu der conta para ajudar as pessoas.
Nota da Redação: o pai Feliciano Custódio de Freitas foi vereador; e, prefeito (duas vezes) de Uruaçu. Feliciano administrou a cidade nos períodos de 8 de fevereiro de 1951 a 31 de janeiro de 1955. E, durante alguns meses do mandato 1961-1965, após o vice Benedito Alves da Silva ser cassado pelo Poder Legislativo, devido inabilidade para administrar. Este havia substituído o titular Marcionílio Francisco de Mendonça (que assumira dia 31 de janeiro de 1961, vindo a falecer no exercício do cargo). Feliciano, na condição de presidente da Câmara, assumiu como prefeito, responsabilidade que lhe coube até 31 de janeiro de 1966, data em que fora sucedido por Roberto Izidoro de Almeida, vitorioso nas Eleições/1965, quando venceu Otaciano de Carvalho e Silva por diferença de apenas cinco votos. Feliciano faleceu em 2 de março de 1985. Dados: arquivo da Câmara Municipal de Uruaçu e, livros dos historiadores locais doutor Cristovam Ávila e Ezecson Fernandes de Sá

O que representa essa vitória?
Representa a humildade da minha pessoa. Eu acho que sou uma pessoa humilde. Como disse, as pessoas entenderam o meu recado. Não vou negar, fui eleito por causa das pessoas, pessoas que sabem do meu trabalho e isso tem até slogan, que criei e usei para a candidatura - Pela inclusão social -, que é uma coisa que eu sinto na pele, eu tenho uma filha especial [Coralina Freitas Martins, a Cora, 25 anos]. Acompanho de perto uma média de 60 a 70 por cento das pessoas especiais de Uruaçu. Tanto, que dou suporte moral, pois financeiro não posso falar porque não tenho dinheiro. Na maneira do possível eu ajudo muito. Ajudo da minha maneira, da maneira mais humilde possível. Ajudo inclusive a Escola Especial [Centro de Atendimento Educacional Especializado Herbert José de Souza {CAEE}, a popular Escola Betinho].

De onde vieram os seus 448 votos?
Eu tive voto em todas as camadas da sociedade. Primeiro, tive suporte muito grande do Uruaçu Máster Futebol Clube, do qual sou presidente há três anos. Lá que foi lançada a minha candidatura, quando eu disse que queria ser candidato e muitas pessoas disseram para eu tentar, pois consideravam que eu estava fazendo um bom trabalho. Tanto é, que um amigo que faz parte da diretoria, chamado Tóim Ponce, abraçou a minha candidatura dizendo que não pregaria propaganda no carro porque é contra esse tipo de coisa, pois um pede, outro pede para pregar. Eu brinquei: Não precisa pregar propaganda na sua Brasília [atrativo veículo azul existente na cidade, patrimônio de Tóim há décadas] não, você prega no seu coração e vai pedir voto para mim!. E assim foi feito, aí veio um amigo, outro amigo, com dizeres de vou te ajudar, vou te ajudar... Marcelo Campos, do Cartório; Fernandinho, do Cartório... Esse grupo muito grande! Amaury Dias Soares. Quando eu disse Máster, é porque foi um grupo forte e, sinto que eles são fortes. Vieram outros pedidos, igual os do pessoal ligado a pessoas especiais. Também tive um suporte do pessoal da Limpeza Pública, pois no mandato do doutor Edmundo [Filho, prefeito de Uruaçu - 1997-2000] eu fui chefe de lá e ficou a minha imagem de bom administrador entre eles. Na época que lancei a minha candidatura todos se juntaram e falaram que votaria em mim. Por isso, eu falei: Então, vamos pedir voto!. Acho que voto é um elo como uma corrente e vai crescendo, eu peço para A e A pede para B. Você pede para sua mãe e sua mãe pede para a amiga, porque ninguém dá conta sem ajuda. Fui de casa em casa, mostrei o meu raciocínio de ser eleito para ajudar melhor as pessoas. Eu já ajudo muito e pensei que com o poder na mão ficaria mais fácil. Eu penso, não sei se vai ser fácil. Minha campanha foi mais ou menos assim. Perguntam onde consegui 448 votos. Uns falam que votaram, outros não e, só Deus para saber, mas a base de tudo é a família. Esse meu trabalho tem tudo a ver com as famílias de Uruaçu.

Sua família tem tradição política e cerca de 40 dias antes de iniciar a campanha, o JC publicou: ‘Decidido em Uruaçu: a família se reuniu e Wanildo Freitas (PP), o Wanildão, é pré-candidato a vereador. Tem tudo para ser eleito.’. Fale sobre essa particularidade - família -, haja vista se tratar de uma família numerosa.
Falar da minha família é muito fácil, sou de uma família tradicional, bisneto de Coronel Gaspar, fundador da cidade, sou neto de Adelino Fernandes de Carvalho, sou filho de Feliciano Custódio de Freitas e Coralina Fernandes de Carvalho. Tenho orgulho de ser Fernandes, nunca neguei para ninguém, com muito orgulho. Tenho muito orgulho de ser filho de Feliciano Custódio de Freitas, um baluarte em termos de vida pública. Minha mãe é filha de Adelino Fernandes de Carvalho. Tenho minha esposa [Marilúcia Martins dos Santos Freitas], uma pessoa maravilhosa, 27 anos de casados e dois filhos, que é a Coralina, ela é especial e nunca neguei isso para ninguém, faço questão de andar com ela por onde eu estiver e, o Cleber Freitas Martins. O Cleber hoje trabalha no Conselho Tutelar de Uruaçu, onde faz excelente trabalho. Tenho meus muitos irmãos, tenho os sobrinhos, as cunhadas, os cunhados. Essa é a minha família. Agradeço muito a minha família.

Tem lembranças, envolvendo seu pai, atuando como vereador ou prefeito?
Modéstia à parte, eu não lembro. Quando ele foi prefeito na primeira vez, eu nem nascido era, nasci em 1959 [no Registro de Candidatura do Tribunal Superior Eleitoral {TSE} consta como data de nascimento 14 de agosto de 1958], mas sei histórias. Convivi com ele na fazenda, acompanhando processos da vida dele, que já tinha certa idade. Lembro, depois, dele, nos bastidores, dando opinião ao Roberto Izidoro [que administrou a cidade nos períodos de 31 de janeiro de 1966 a 31 de janeiro de 1970 e, 31 de janeiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977], Carlinhos [Carlos de Almeida Mascarenhas, que governou Uruaçu de 31 de janeiro de 1977 a 2 de fevereiro de 1983], que era prefeito quando ele faleceu. O que eu mais admiro na pessoa de meu pai como prefeito foi ele ter feito o prédio da Prefeitura numa época em que nem Brasília existia. É um orgulho muito grande saber que meu pai tenha feito um prédio de grande envergadura para a época. Vieram chegar prédios em Uruaçu bem depois. A Prefeitura funcionava embaixo e a Câmara Municipal em cima.

Eleito por ala política diferente do grupo da prefeita eleita Solange Bertulino (PMDB), como será sua atuação em relação ao Poder Executivo?
Acho que não vou brigar muito, porque o que é certo é certo e errado é errado. Eu não vou apoiar coisas erradas, primeiro por questão de princípios, pelo que eu vejo. Não quero, não estou aqui para criticar ninguém. Eu torço para ela fazer uma excelente Administração, pois tem gente que às vezes entra no Poder e quer fazer aquela política do quanto maior barulho, melhor. Eu sou contra essa atitude, vou torcer para a Solange fazer uma excelente administração. Se ela quiser ficar oito anos, se quiser voltar depois... Acho que quando é bom ninguém deve mexer. Eu penso assim: em time que está ganhando não se mexe... É frase antiga, não é minha. Eu penso assim, se ela tiver bem. E, toda matéria que for mandar para a Câmara Municipal se for para o bem da sociedade eu apoiarei com muito prazer, muito prazer mesmo. Vou aproveitar um pouco do meu conhecimento de Câmara, de ver algumas pessoas, vereadores mandando matérias, fazendo leis. Vou tentar ser o mais transparente possível e, como eu disse - na conversa que tivemos na viagem a Brasília -, foi uma conversa rápida. Falei que o certo é certo e errado é errado. Eu acho que não vou ter problema de errar, porque ela também é uma pessoa muito sensata, nascida em Uruaçu, ela não vai querer mandar nada errado para nós. Acho que não.

Sua preocupação com a Escola Betinho, há tempos, é grande...
...Eu falei que se fosse eleito lutaria muito para conseguirmos um ônibus novo para a Escola. É um absurdo os meninos especiais ficarem andando expostos em um ônibus velho sucateado e esses alunos não sabem o perigo que isso pode representar para eles, que não sabem diferenciar o perigo, medo de nada. Acham que ali tudo é normal. Já na primeira viagem, quando fui convidado pela Solange para uma viagem à Brasília [-DF, dia 13 de novembro, em busca de verbas federais], expus meu problema para ela, que é social, que existe na Escola Betinho, escola especial. O slogan que eu criei representa um sonho de ajudar as pessoas especiais. Tem gente que fala: Wanildo, pessoas especiais só são aquelas que não andam?. Não, têm pessoas normais que são especiais, às vezes têm problemas de saúde graves. Andando, vemos muito isso. Essa é minha primeira bandeira, sobre as pessoas especiais. As outras bandeiras? É ajudar resolver os problemas da cidade, passando pelos problemas e ir ajudando resolvê-los acessivelmente...

...Preocupação de muitos anos...
Interessante falar sobre as pessoas especiais de Uruaçu, lembrando o antes e o depois da minha filha Cora. Antes da Cora, não existia a Apae [Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais] aqui, que foi fundada por nós: eu, a minha esposa, doutora Olga [Socoloff - médica {falecida em fevereiro}], doutor Waldecir [Oliveira - médico pediatra], Marina Curado [servidora pública] e outras pessoas. Depois da Apae é que veio a Escola Betinho. Fui tentar fazer uma fusão entre a Escola Betinho e a Apae e, parece que não funcionou. Teve uma eleição recentemente na Apae [dia 1º de junho de 2012, elegeu-se presidente Maria de Lourdes Dias Fernandes, a Professora Lourdes], que tem nova diretoria, mas não sei porque eu não fui convidado para participar. Eu não vou questionar, mas sim vou ajudar, do mesmo jeito. Eu conheço bem, até comentei com a Solange na viagem e ela falou que dará todo apoio para a Escola; para a Apae, que está se reabilitando, tem algumas pendências, falo de estruturas.

Comente mais sobre o ônibus.
Já tinha um, foi substituído pelo atual, que ganhamos em 2009. Até levamos os meninos especiais ao Aeroporto [Municipal - em recepção ao então governador de Goiás, Alcides Rodrigues, que atendeu ao pedido]. O vereador Chiquinho [PDT], espontâneo demais, arrastou o governador pelo braço e o levou até os meninos. O governador falou: Vou arrumar!. E, foi feita uma permuta, pegaram o ônibus anterior e trouxeram esse outro - usado -, que hoje já está muito defasado, em péssimas condições. Não estou criticando, estou falando o que aconteceu, mas ainda funciona e é esse que é o bom ainda, até que fique provado o contrário. É esse que está resolvendo, mas tem manutenção muito cara por ser antigo demais, gasta mais combustível, gasta pneus, câmbio, a manutenção é cara. Quando falamos em ônibus: primeiro, a qualidade desse meio de transporte faz com que a família fique segura em casa. Tem aluno que quando não vai à Escola fica nervoso em casa, debate com a mãe, os pais ficam ligando: Wanildo, por que o ônibus não vem?. Estou falando isso porque sei de casos. A Cora quando não vai fica assim. Graças a Deus eu tenho privilégio de dar conta de levar e buscar, mas a maioria das famílias não. Famílias humildes não têm condições, não têm carro e, então, sofrem demais. Eu posso levar vocês [editores] para ver de perto a situação em várias casas dessas pessoas. A Escola precisa de uma piscina, para estimular as pessoas, questão de sistema nervoso. Tem muito o que ser feito na área especial.

O governo federal poderia ajudar mais nesse quesito e, em outros?
Claro! Temos conhecimento sobre isso e, vou tentar na esfera federal. Se não conseguir, vou para a esfera estadual, se eu não conseguir vou bater na minha porta, a da esfera municipal. Que nós temos que arrumar, nós temos. Temos e, não sei de onde vai vir, mas depois que assumirmos vamos fazer um levantamento desse dinheiro que é devolvido e como funciona isso. Se devolve hoje, no futuro deve devolver também e vou ver a possibilidade de devolver casado [espécie de verba carimbada], como se diz: empresa tal, a prefeita pagando com recurso do Poder Legislativo; o Poder Executivo pagando com o próprio dinheiro do Executivo. Não sei ainda quem vai ser o presidente da Câmara, mas verei isso.

Fale sobre o que o senhor pretende defender na Câmara, abordando outras bandeiras.
A primeira bandeira minha é essa: ajudar as pessoas especiais. Na medida do possível, quero levantar outras bandeiras e exemplos não faltam. Tenho uma ideia, é um projeto do [vereador] Robson Pimentel [PP], mas ele não deu conta de colocar em prática, tentou mais não teve êxito. Não por culpa dele! Eu tenho um amigo da Polícia Militar e, conversando sobre meninos e meninas na PM, ele me disse que a corporação tem interesse de reviver isso não só em Uruaçu, mas em todo o Estado. Ele disse que no que puder vai ajudar. É a Polícia Militar Mirim, que já existiu em Uruaçu, de onde saíram hoje grandes militares. É um projeto que vamos tentar refazer. Na área esportiva - por eu brincar de bola até hoje, mesmo sendo cinquentão, jogo no Uruaçu Máster -, também tenho os pés no chão e um raciocínio muito simples: primeiro você tem que cuidar da sua casa, depois das outras coisas [se referindo ao fato de que certas pessoas visam apenas ver um time de futebol local na Divisão principal do futebol goiano]. Uma delas seria a prefeita cuidar primeiro de uma deficiência: falta um lugar para tudo [do esporte] aqui, não tem uma quadra para skate, um espaço que centralizaria tudo, onde se praticaria outros esportes também. Tem uma área muito grande no estádio Serra Grande, podia fazer isso lá. Se arrumar um auxiliar bom na área esportiva, é possível juntar ideais, envolvendo escola- esporte, fazendo pedido de um projeto de R$3 milhões e, com esse dinheiro fazer essa estrutura. Mas, tem que pegar o dinheiro e fazer. A deputada federal Marina Sant’Anna [PT-GO] nos disse em Brasília ser presidente de representação dos ciclistas [ela preside na Câmara Federal a Frente Parlamentar em Defesa das Ciclovias] e falou para refazermos projeto existente para ver se ela consegue destinar verba para fazer uma ciclovia do trevo [encontro das avenidas JK {anel viário} e Tancredo Neves] ao lago Serra da Mesa [trata-se trecho da GO-237]. Tem um projeto em andamento, é pedido dos amigos do PC do B e outros desportistas. Então, é fazer os papéis direitinho e mandar. Não custa nada. Está errado? Corrige. É o segredo.

E a história do estacionamento permanente?
Outra coisa séria em Uruaçu é o estacionamento permanente. No setor Aeroporto tem um carro que tem de três a quatro anos, sem pneu, só a lata. Lá na Vila Lopes, tem um Tempra que tem quatro anos, sem porta, está lá, estacionamento permanente, tomando vaga para se estacionar normalmente. Isso, fora no grande espaço paralelo a BR-153, que é coisa seriíssima, precisa ter fiscalização. Tem um ônibus estacionado na beira do lago, está estacionado permanente, já vão fazer dois, três anos. Estacionamento permanente é proibido por lei, mas as pessoas ignoram. Ah, é velho, mas é meu! Não funciona assim, se você não tiver a área própria sua, na rua não pode, a rua é pública. Tapa-buraco, aqui falando de obras de estrutura: por já ter trabalhado nessa área conheço um pouquinho, vejo que não adianta tapar buracos como vemos, justamente nas principais avenidas. Tem que passar uma camada de 20 a 30 centímetros de massa asfáltica, que cobre certos problemas de até 20 anos, se fizer bem feito. O fluxo de veículos em Uruaçu aumentou muito, mas não é um fluxo pesado. Temos um anel viário que tem quer ser restaurado rapidamente, é um caos hoje. E, colocar uma fiscalização.

De 1º de janeiro de 2013 em diante, qual será a sua situação no Uruaçu Máster?
Temos outros amigos para ajudar e, acho que fiz excelente trabalho lá, desde 2010, quando eu pleiteei pela primeira vez. Do contrário, não teria sido reeleito. Fiquei de pé atrás, sobre a minha permanência de dois anos a mais, mas, não surpreendeu ninguém e se eu não tivesse feito o que fiz não estava onde estou. Têm pessoas mais velhas lá que eu respeito. Apesar de ter o presidente, uma hierarquia, coisas de veteranos. A instituição nossa, que envolve pessoas sérias, soma um grupo de mais ou menos 40, 45 pessoas, engloba várias pessoas da sociedade, de caráter, alto nível. Graças a Deus uma das grandes obras realizadas nesse período foi a iluminação, depois veio a reforma do espaço de lazer, que também ampliamos e, outras coisinhas que só a olho nu se vê. Todo mundo querendo chegar lá, tem o exemplo dos Encontreiros [outra entidade], que já galgaram muito. Claro, falta área para eles, uma sede própria, o que não é fácil. Tem o time dos Veteranos [mais uma entidade], que sempre está na frente, é um grupo muito forte. Uma ressalva na minha diretoria, sobre a minha pessoa: eu não sou ninguém sem a diretoria, nós somos um grupo e eu não fiz nada sozinho. Sou o presidente, mas não fiz nada sozinho.

...Mais iniciativas idealizadas, envolvendo seu futuro gabinete?
Saúde [Pública]: é um problema no mundo inteiro e no Brasil não seria diferente. Só que com a vontade política não se resolve tudo. Tem que parar de criticar A, B, C, achar culpado para filho, feito tudo mundo saber que é um problema seriíssimo. Todo mundo, quando está doente, sai correndo, você quer é tratar. Saúde Pública de qualidade não é fácil, depende de um grupo muito grande, não só do prefeito, vereador. Tem que chamar os médicos e conscientizar que o Município, a população precisam deles e, principalmente na área da pediatria. Se você não cuidar da criança, ela não será a pessoa jovem e adulta de amanhã. É uma ideia que temos que pregar. Não é minha área a Saúde Pública, mas foram eleitos três vereadores que defendem a área de forma mais abrangente [Reginaldo da Saúde {PSD}, Paulinho da Ambulância {PT} e Maria das Neves {PSB}]. Não vou entrar no mérito, o que eu puder fazer, é ajudando essa área e, é até difícil de falar sobre a questão. Não gosto de criticar ninguém, acho que cada um deu sua colaboração da maneira que deveria ter dado. Tem gente que fala que o governo Edmundo foi excelente na área, outros criticam. Falam que a Marisa [Araújo - gestões 2001-2004 e 2005-2008] deixou a desejar. Queira ou não, todo mundo deu a sua parcela como prefeito, vereador, secretário, assim por diante.

Já que citou a área do urbanismo, da limpeza pública, enfoque isso.
A limpeza pública é um caso muito sério. Não tem limpeza, não tem saúde. Uma coisa puxa a outra, povo sujo-povo doente e, isso está mais que comprovado. O que tem que ser feito, no meu raciocínio: fazer um aterro sanitário muito rápido. Hoje se destina mais terreno para fazer aterro sanitário para jogar lixo do que para construir casas. Quantas casas populares têm em Uruaçu, elas ocupam que total de área? Tem que ver tudo isso. O primeiro lixo normal de Uruaçu, lugar onde se jogava lixo, foi em frente à Garagem Municipal. Aterraram, hoje lá está cheio de casas e pontos comerciais. Pouca gente sabe disso. O segundo lugar é onde hoje é o Jardim Santa Helena. Lá também era lixão e virou lugar de moradia. O terceiro foi onde o doutor Edmundo fez o aterro que não funcionou e, de imediato virou lixão. É fazer urgente um aterro sanitário na área de meio ambiente. Quem for o secretário nessa área tem que fazer projeto, ir para Brasília, é coisa seriíssima e o governo federal está disposto ajudar, tem verba para isso, é só correr atrás que vai conseguir. Só que tem que respeitar. Depois do aterro sanitário, tem que respeitar ele, pois não é só chegar e jogar tudo quanta é coisa lá. Quero dar um apoio aos meninos que recolhem o lixo reciclado. Tem o serviço feito pelo Mauro [Geraldo], que me ajudou na campanha, o Reginaldo e, todos os que estão mexendo com a reciclagem. Quando assumir, eu quero fazer uma reunião com eles para ver o ponto de vista deles, ver se damos conta de fazer uma parceria. E, tem uma coisa séria que sempre falo: se você não educar o seu menino jogar lixo no lixo ele não vai jogar, se ele vê você jogar na rua ele vai jogar. Isso é um convite preventivo...

...Para a coleta seletiva...
...Tem que fazer uma coleta seletiva. Já falei tanto. Mistura o lixo orgânico com o lixo reciclável, mas é fácil demais: se você tiver uma latinha de cebola, cerveja, plástico e, misturar com resto de comida, o que vai acontecer? O catador vai chegar, rasgar, pegar o que gera dinheiro e o resto vai cair na sua porta. Se nós começarmos a separar o lixo seco do molhado, tudo muda. Ah, mas é um processo para 30 anos!. Se você não começar, esse dia não vai chegar. Os Estados Unidos, a Europa não tem nada disso, que é coisa que deve começar nas escolas, nos clubes.

De fato, o meio ambiente merece atenção.
E os nossos córregos, nossas nascentes? A natureza, o meio ambiente, as construções irregulares, tudo isso merece atenção. Precisamos resolver a questão da falta de água [abastecimento é falho em Uruaçu], lutar para que ano que vem não aconteça isso. Essa história de que vai demorar - reunindo o meio ambiente -, não é bem assim. Se meu pai não tivesse feito [construído] uma [sede da] Prefeitura 60 anos atrás, não tinha uma [o prédio da] Prefeitura e, hoje nós não temos uma Prefeitura [o entrevistado fez outras várias considerações a respeito de projetos e de praticidade, reunindo investimentos em meio ambiente]...

Interessante...
...Mas foi devido causa nobre, a doação do imóvel da Prefeitura [outra edificação] para o IFG, que é do melhor porte. Nós temos uma área que também foi doada ao IFG, comprada da família Noleto, está lá até hoje e é do IFG. Aliás, temos que ter muito cuidado com doações de terrenos [alerta feito devido algumas doações e permutas vistas recentemente]. Comento sempre o seguinte, inclusive na minha campanha: meu pai fez a construção em 1952, entre a avenida Tocantins e avenida Araguaia [onde atualmente funciona o Museu Municipal Dom Prada Carrera]. Há 60 anos! A sede mudou e, uma coisa que nós, eleitos agora, temos que rever, algo que eu tenho vontade, que a próxima Administração devia olhar com muito carinho: eu tenho muita vontade de ver a volta do nome do meu pai, no caso, a um futuro prédio da Prefeitura de Uruaçu. O prefeito Luiz Pauferro [mandato 1989-1992] deu o nome ao Centro Administrativo homenageando meu pai, veio a doação para o IFG, vieram algumas mudanças e hoje nós estamos sem Prefeitura [o órgão funciona em imóvel alugado] e, o nome do meu pai ficou um pouco esquecido [o Jornal Cidade veiculou reportagem sobre o assunto em 2011]. Eu quero reviver essa homenagem, resgatar. Sei que não é fácil fazer uma Prefeitura, mas também não é impossível.

E a sua situação como motorista concursado da Câmara?
Eu sou concursado há 18 anos. Eu fiz uma consulta no TCM [Tribunal de Contas dos Municípios] e eles disseram que posso continuar exercendo a minha função de motorista. Eles vão me dar um relatório final, de modo que vou anexar em minha pasta na Câmara Municipal. Eu vou para lá todos os dias, o que eu faço é isso! As sessões são nas segundas-feiras e, o resto é trabalhar em meu gabinete, é atender o povo que vai lá para conversar comigo. Não sou diferente de ninguém, vou estar lá à disposição. Estou esperando oficialmente essa resposta, que já é positiva. As pessoas, às vezes, preocupam com a questão salarial, mas o pessoal esquece que o meu salário sempre foi esse, o de motorista. Até o presidente do TCM - quando eu fui consultar -, viu como coisa inédita, motorista da Câmara virar vereador. Eu falei que tem motorista que virou empresário e tantos outros profissionais e, e fui explicar porque fui candidato, porque cheguei nesse patamar. O povo tem que saber que o salário de vereador dura quatro anos e, o meu salário de motorista é permanente, é onde eu vou pagar os meus impostos, o INSS, adquirir a minha aposentadoria e deixar a minha esposa estabilizada. Não é porque eu virei vereador que o mundo vai acabar. Uma das coisas que vai dar uma melhorada na Câmara: o carro oficial vai ficar mais lá [explicando que isso nunca foi uma rotina na sede da Casa de Leis].

Por que o PP não elegeu mais vereadores em Uruaçu? Qual é o futuro do PP local? E do PP goiano?
Não é bem sobre o PP, e, sobre o sistema da Câmara. A gente ia pedir voto e, o povo perguntava: Você é vereador?. Eu respondia: Não!. E eu ouvia: A primeira vez. Eu até posso te ajudar, aquelas pessoas que estão lá eu não quero não!. A população estava vendo por esse lado, a população quis mudança [se referindo ao desgaste enfrentado pela Casa de Leis desde fevereiro de 2012, quando foi recusada, no plenário, proposta de criação de Comissão Especial de Investigação {CEI} para investigar denúncias contra o prefeito Lourencinho {PP}]. Mas, o PP de Uruaçu, infelizmente, vai ter que passar por uma transformação. Um grande homem, que foi vereador, o presidente é o Varandão [Eustáquio Lourenço da Silva, vereador na legislatura 2005-2008]. Ele está enfermo, acho que ele mesmo vai saber, é sábio para saber que está na hora de ter essa mudança. Acho que o presidente estadual [deputado federal Roberto Balestra] deve conversar com a gente, mas sempre falo que eu não gosto de votar no partido, eu gosto de votar na pessoa. A gente usa o partido porque é lei, é praxe, temos que ter um partido, se não ficaria igual macaco, pulando de galho em galho. Agora, você galgar uma ideia, chegar a um patamar igual eu cheguei, em uma campanha com muitas dificuldades, críticas, muita gente achando que eu ia servir só para aumentar os votos [de outros pepistas]... Não foi assim que o povo entendeu. Para 2014 [campanha de âmbito estadual e federal] está cedo, é preciso aprender mais sobre política interna, porque lá na rua você sabe como funciona, o PP não é diferente. Uma coisa que não sei se é certo ou errado: a gente, depois que é eleito, não é dono do mandato, que não é nosso, é do partido. Não posso ir para outro partido, tem a ética e as normas a serem cumpridas. Respeito o PP, eu estou lá, foi lá que fui eleito, não sou diferente, existem as normas para cumprir, vou cumprir.

Presidência da mesa diretora 2013. O que tem a dizer?
Mesa diretora... Já vimos ter dois, três, quatro querendo. Acho justo, pois você chega a vereador e você galgar o teto máximo da Câmara, comandar a Casa de Leis é muito bom. Falar que eu não sou pretensioso de querer, não digo, uma vez que sou sim. Não vou ficar sem disputar de jeito nenhum [somando sobre a legislatura toda]. Meu pai foi, meus irmãos foram eu tenho pretensão. Agora, não sou dono da verdade, eu vou devagarzinho, não sei se é para o primeiro, segundo, terceiro ou o quarto ano, mas vou indo, com sabedoria, sem rancor com ninguém e, vou deixar as coisas acontecerem. Se o cavalo passar arreado eu vou montar e se não passar agradeço a Deus de ter me dado o cargo de vereador e vou continuar minha caminhada, não vou brigar hora nenhuma. O certo é certo e o errado é errado, se achar que fulano é melhor por isso e isso, compreendo. Têm pessoas por trás que não colocaram suas caras a tapa, não têm nada a ver e querem ficar cutucando. Eu já falei: Não manda terceiros me procurar não! Vem você mesmo. Eu falo uma coisa e às vezes falam outra. Então, que venha você direto até minha pessoa, já disse. Não tem segredo, eu não quero tumultuar o andar da carruagem para ser presidente, exigir.

O senhor já viu muita esquisitice político-administrativa durante os seus 18 anos de Câmara, 25 de atuação na vida pública?
Já. Já vi muita cosia [chegou a detalhar aos entrevistadores].

Como enxerga a questão da responsabilidade dos Poderes.
Manda quem tem poder e obedece quem tem juízo.

Tem agradecido os votos?
Estou saindo nas ruas, agradecendo os votos e o povo dizendo que esta Câmara [legislatura 2013-2016] agora é diferente. Comentei com colegas eleitos que o pessoal está colocando tanta fé em nós que estou com medo. É assim que a população está vendo a gente: como se fosse resolver o problema da noite para o dia e não é assim. Temos que sentar, conversar, para nós não errarmos e não ir além das expectativas. Vamos ver o que é melhor e têm pessoas que pedem um quilo de carne, um emprego e eu falo não é assim que funciona. Você, para trabalhar no Município, tem que passar em um concurso público e quem escolhe as pessoas de confiança é a prefeita. O vereador não tem poder para isso... Ah, então tá! Obrigado!. Gera muita expectativa na área da moradia, é muito sério, não é fácil, pois se você desse conta de fazer 10 mil casas você enchia [focando demanda] em questão de segundos. Não precisa ser longe não, você não precisa chegar e dar a casa não! Pode fazer a casa e falar: Agora você vai me pagar R$100 por mês...; todo mundo pagaria, todos. As pessoas não têm estrutura e área para fazer. Igual o programa Minha Casa Minha Vida: se o governo desse conta de fazer isso - na esfera federal, estadual ou municipal -, todo mundo pagaria sem medo de ser feliz. Você não precisa preocupar, o povo brasileiro é trabalhador e não é diferente em Uruaçu.

Suas considerações finais e agradecimentos.
Meu agradecimento primeiro é para minha esposa Marilúcia e os meus dois filhos, a Cora e o Cleber. Como eu disse, a família é a base de tudo. Quero agradecer de coração toda minha família, que me ajudou, de mamando a caducando, os meninos, jovens, meus sobrinhos, primos, cunhadas, cunhados, todos... Não vou citar nomes porque são muitos! Toda minha família em si. Meu agradecimento é geral. Família unida permanece unida. Gosto muito da minha família! Não poderia ficar sem agradecer de coração todas as pessoas que confiaram em mim com seu voto, meus 448 votos que tive. Mas não posso deixar de falar para todos que eu não sou vereador de 448 votos, eu sou vereador de Uruaçu e meu partido hoje é Uruaçu, peço a compreensão, paciência de todos e, eu vou tentar ser o mais simples possível para ajudar resolver a questão ética que Uruaçu necessita, além de tudo o que carece ser resolvido. Agradeço aos desportistas, amigos eleitores da zona rural, perante as famílias com ligação com a Escola Betinho, com a Apae, aos servidores da Garagem Municipal, aos que me ajudaram de uma forma ou outra, aos anônimos que votaram em mim.


Wanildão (em santinho): Acompanho de perto uma média de 60 a 70 por cento das pessoas especiais de Uruaçu. Tanto, que dou suporte moral, pois financeiro não posso falar porque não tenho dinheiro. Na maneira do possível eu ajudo muito”

Uruaçu 12/12/12 (com ajustes técnicos) - (Jota Marcelo e Márcia Cristina - Jornal Cidade [postagem original]). Nota: esta entrevista está postada no site do Jornal Cidade - www.jotacidade.com/Regionais -, e no Blog do JORNAL CIDADE/Personalidades - http://blogdojornalcidade.blogspot.com.br/. Outras informações: coluna Agenda Política, do referido site. Postagem: Marcello Dantas

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