BR-153 (no município de Uruaçu): num todo, importante corredor rodoviário entre as regiões Norte, Centro-Oeste e Sul do Brasil – Foto: Márcia Cristina |
Deputado federal por Goiás, Jovair Arantes (PTB)
é defensor da duplicação da BR-153, especialmente do trecho Anápolis-GO – divisa
Goiás/Tocantins, que soma cerca de 400 quilômetros. O parlamentar enaltece que,
de todas as formas, a duplicação contemplaria usuários e não usuários da via
pública que integra direta e indiretamente o cotidiano de boa parte das 40
cidades goianas representadas habitualmente por ele no Congresso, entre as
quais Goiânia, Itumbiara, Jaraguá, Ceres, Uruaçu, Santa Tereza de Goiás,
Porangatu, Pirenópolis, Crixás, Niquelândia, Campinaçu, Bonópolis e São Miguel
do Araguaia.
Conhecida ainda como Belém-Brasília, Transbrasiliana,
e Bernardo Sayão, a BR-153 é a quarta maior rodovia brasileira, tendo trechos nos
estados do Pará, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul. O Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT; órgão do Ministério dos Transportes responsável pelas
estradas do Brasil) esclarece que são 4.355 quilômetros de extensão. Em cada
região, estado, trecho, cidade, diferentes costumes e muitas são as histórias.
Fazendo um balanço das atividades no final de
2015, entre as conquistas, Jovair Arantes enumerou a continuidade das obras de
duplicação das rodovias BR-060 e BR-153, comentando se tratar de ligações vitais
“que, outrora, ceifaram vidas de milhares de brasileiros que passaram por elas.
Conseguimos a duplicação quase integral do trecho de Goiânia até Jataí [BR-060], e a duplicação integral de
Brasília até a divisa com Minas Gerais, em Itumbiara [BR-153]”, lembrara.
Manifestando que as emendas ao Orçamento da
União são fruto do trabalho conjunto da bancada de cada estado, Jovair Arantes
salienta que todos devem somar forças em prol da duplicação da BR-153 e, que os
recursos realmente sejam viabilizados para o intento. Ou seja: o governo
federal ou a iniciativa privada precisam solucionar o problema, que é de todos,
inclusive de milhares de famílias que já perderam ente queridos em acidentes na
rodovia. No trecho goiano Anápolis-trevo de Mara Rosa nem se fala!
Em maio de 2014, a Concessionária de Rodovias
Galvão BR-153 venceu o leilão para concessão por 30 anos (a partir de 3 de
novembro 2014) de 624,8 quilômetros do trecho Anápolis – Aliança do Tocantins-TO.
Na responsabilidade do contrato, assinado em 12 de setembro de 2014 está:
administrar, recuperar, duplicar e operar. Em março de 2015, menos de um ano,
as obras foram paralisadas, face a concessionária não receber um empréstimo de
R$700 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, conforme
termo de compromisso apresentado aos interessados em participar da licitação. O
BNDES informou não ter firmando esse compromisso. A previsão de liberação do
recurso era dezembro/2014. Posteriormente, a Galvão apresentou à Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) plano de retomada da concessão para
assegurar a continuidade do contrato.
Audiência
pública
A necessidade da retomada das obras de
duplicação da BR-153 foi consenso entre os participantes de uma audiência
pública realizada pela Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento
Regional e da Amazônia (Cindra), presidida por Marcos Abrão (PPS-GO) –
propositor –, em Brasília, dia 13 de julho. O evento aglutinou senadores por
Goiás – Lúcia Vânia (PSB) e Wilder Morais (PP) –, e, além de Jovair Arantes e Marcos
Abrão, os deputados federais Flávia Morais (PDT-GO), João Campos (PRB-GO), Josi
Nunes (PMDB-TO), Lázaro Botelho (PP-TO), Magda Mofatto (PR-GO), Pedro Chaves
(PMDB-GO), Roberto Balestra (PP-GO) e Vicentinho Júnior (PR-TO); o deputado estadual
Júlio da Retífica (PSDB-GO); o prefeito de Rialma, Janduhy da Saborelle; e,
várias personalidades.
De Marcos Abrão, quanto à realização da
audiência: é uma maneira de manter a transparência do processo, por meio do
debate público e que “a paralisação das obras de duplicação é uma situação que
vem se arrastando há meses. A BR-153, desde a década de 50, deveria ser a
prioridade, bem como deveriam ser prioridade as vidas que estão sendo perdidas
diariamente”. Na audiência, a Galvão relembrou: serão instaladas três praças de
pedágio nos municípios de Alvorada do Norte-TO; e, Campinorte e Jaraguá (ambas,
Goiás), e bases de apoio, em Figueirópolis-TO; e, Porangatu, Uruaçu e Jaraguá,
em Goiás. Foi garantido também que nos seis primeiros meses, os condutores
estarão isentos do pagamento de taxa de pedágio.
Secretário de Fomento para Ações de
Transportes do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Dino Antunes
Dias Batista opinou que a concessão é a melhor opção para a rodovia e que a
concessão tem a ver com a racionalidade operacional, porque “é muito mais
eficiente ter uma empresa cuidando diariamente, do que entregar para o DNIT,
por exemplo”. E alertou que, para a retomada da concessão, se torna necessário
um acordo, em função da “alteração contratual significativa”, a ser respaldada
pelo Tribunal de Contas da União e pelos Ministérios Públicos de Goiás e
Tocantins. Razão para participantes criticarem a ausência de representantes do
TCU e dos MPs; eles foram convidados.
Para Jovair Arantes, se mostrando triste com
os não comparecimentos, o fator ausências “é tratar a população brasileira com
falta de atenção. Isso me preocupa, porque nós estamos representando os goianos
e tocantinenses, e vidas são ceifadas todos os dias no eixo da BR-153. Não
estamos fazendo demandas pessoais ou individuais”.
Ideal
Existe o ideal que tudo seja como passou a
ser entre Goiânia e Anápolis (média de 50 quilômetros), algo conquistado após mais
de 30 anos. Anápolis, que tem ligação duplicada também até Brasília (130
quilômetros), obra terminada não faz tanto tempo, três décadas após seu início.
O ditado de que a história da rodovia federal,
construída pela então Comissão de Estradas de Rodagem (CER 2 [unidade do
Exército brasileiro]), se confunde com a história da formação de Brasília, nos
anos 1950, é marcante, na lembrança de que o visionário presidente da
República, Juscelino Kubitschek, não abriu mão de implantar o desenvolvimento
no Centro-Oeste brasileiro. Passados 42 anos da conclusão dela, a BR-153 não
foi refeita e não recebeu adequações por completo. A estrada, que começou a ser
aberta em 1958, rasgando florestas a partir do Distrito Federal, passando por
Goiás, Tocantins (antes terras goianas), Maranhão e Pará, clama por melhorias.
As pessoas pedem ainda mais, mesmo que o assunto já tenha ganhado destaque nos
mandatos de tantos outros presidentes.
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