Representantes da entidade se reuniram
com presidente em exercício.
Schreiner afirmou que, produtor brasileiro gasta, em média US$ 80 para escoar produção – Foto: Antônio Cruz |
Durante reunião, Schreiner e dirigentes da CNA entregaram a Temer lista com dez sugestões de medidas para o agro – Foto: Marcos Corrêa/PR |
O
presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e
vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), José Mário
Schreiner, afirmou nesta quinta-feira (28), em encontro com o presidente
interino, Michel Temer, no Palácio do Planalto, que a agropecuária precisa de
maior segurança jurídica aos produtores e elaboração de novas políticas de
assistência técnica. Além de cobrar que o país invista mais na infraestrutura
para baratear os custos que os produtores rurais têm com o escoamento da
produção.
Schreiner
afirmou que, atualmente, o produtor brasileiro gasta, em média US$ 80 para
escoar a produção, enquanto um produtor dos Estados Unidos gasta US$ 16.
Segundo ele, este fato resulta na perda de competitividade dos produtos brasileiros.
“Dentro da porteira, o produtor rural do Brasil tem batido vários recordes, tem
sido eficiente, mas, ao sair da porteira, tem dificuldades com o custo do
escoamento da produção, porque faltam investimentos maiores em rodovias,
ferrovias e portos. Enfim, são detalhes que dificultam o desenvolvimento maior
da agricultura”, disse Schreiner.
Durante
a reunião, José Mário e os demais dirigentes da CNA entregaram a Temer uma
lista com dez sugestões de medidas para “garantir o crescimento e o
fortalecimento da agropecuária brasileira”. Entre as reivindicações
apresentadas estava a de se criar facilidades para o produtor brasileiro nos
processos ambientais.
“Isso
é extremamente importante, mas, veja bem: agora, com a entrada em vigor de uma
portaria (do Ministério do Meio Ambiente) que até então estava suspensa,
precisaremos de um licenciamento anual para plantar. Imagina isso: todo ano eu
planto milho, mas ano que vem eu terei de renovar novamente essa licença. Isso
burocratiza o processo. Para piorar, muitas vezes esse processo é delegado aos
estados, e eles não têm celeridade nem gente preparada para que isso ocorra de
forma muito rápida. E nós sabemos que tempo, clima e agricultura não esperam a
boa vontade ou a falta de agilidade dos processos burocráticos”, argumentou.
Segundo
ele, Michel Temer ficou “extremamente sensibilizado” com essa questão. “Vamos
ter uma audiência com o ministro do Meio Ambiente, mas o presidente já se
colocou de pronto e de forma solidária em relação a esse assunto”, acrescentou.
Kátia Abreu
Schreiner
comentou a saída da senadora Kátia Abreu da presidência da CNA. Segundo ele,
Kátia usou de “bom senso” ao dizer que não reassumiria o posto, uma vez que “a
base não a digere” e os produtores e sindicalistas do setor não veem mais
condições para que ela permaneça à frente da entidade.
A
peemedebista deixou a presidência da Confederação e o mandato de senadora para
assumir, a convite da então presidente Dilma Rousseff, o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Com o afastamento temporário da petista,
Abreu voltou para o Senado.
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