sábado, 5 de novembro de 2016

RODADA DE ENTREVISTAS – Professora Fátima: ‘Sou oposição de partido e não oposição ao povo’


Nota – Rodada de entrevistas com os vereadores que integrarão a Câmara Municipal de Uruaçu na legislatura 2017-2020: objetivamos entrevistar os 13 eleitos em nossa Redação. Valmir Pedro (PSDB), prefeito eleito de Uruaçu, foi entrevistado na Redação na tarde de 10 de outubro. Todos esses conteúdos ganham publicação no Blog do JORNAL CIDADE/Personalidades; no site do Jornal Cidade, link AGENDA POLÍTICA; e, em edições impressas do JC, quinzenas entre outubro e dezembro de 2016

RODADA DE ENTREVISTAS – Professora Fátima: ‘Sou oposição de partido e não oposição ao povo’

Pela coligação Juntos chegaremos lá, Professora Fátima (na Redação do JC) foi eleita vereadora com a sétima maior votação entre os 13 vitoriosos. “No Brasil, o número de mulheres ligadas à política é pouco e isso precisa ser mais meio a meio”, comenta – Foto: Márcia Cristina
Professora Fátima, na primeira candidatura, ao discursar em comício do ano 2016 – Foto: Campanha/Divulgação. Mais fotos: abaixo

Após atuar três anos e três meses como secretária municipal da Educação de Uruaçu, Maria de Fátima Alves de Oliveira (Professora Fátima) deixou a função visando concorrer ao cargo de vereadora pela cidade do Norte goiano – Foi sucedida por Elizabete Rosa Santos Oliveira. Servidora concursada da municipalidade (desde 1º de março de 1986) e estadual (onde começou em 1998) na área educacional, ela também se desincompatibilizou de tais funções, desde 2 de julho. Natural de Uruaçu, nasceu em 29 de outubro de 1966 e, é formada em Magistério (tradicional) pelo Centro de Formação de Professores de Inhumas; e, graduada em Pedagogia com ênfase em Administração pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) – Campus de Uruaçu. É pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior pela mesma UEG; e, em História pela Universidade Salgado de Oliveira (Universo).
Filiada ao PMDB, teve seu nome homologado na convenção de 30 de julho. Em entrevista ao JC, com estada na Redação na manhã de 11 de outubro, a parlamentar eleita (com 449 votos), declara: lançar seu nome a uma candidatura foi algo que não estava em seus planos, mas que aceitou o convite da sigla e o desafio de poder colaborar mais diretamente com os problemas do município. Afirmando ser “oposição de partido” e “não ao povo”, adianta, em relação ao novo prefeito: “Todos os projetos e ações que forem em benefício da população estarei apoiando e aprovando, bem como, independente de quem fosse eleito, estaria fiscalizando os atos do Executivo”. Leia.


Por que o interesse de querer ajudar Uruaçu também na Câmara Municipal?
Esse é um desafio muito grande e eu não imaginava adentrar a política, lidar com pré-candidatura, candidatura e campanha. A responsabilidade é grande, sei que a exigência também é. O Brasil passa por momento extremamente difícil, crise institucional, política e moral. Tudo isso acaba refletindo em Goiás e nossa cidade. Quero cooperar na mudança significativa desse cenário. Além disto, trago a experiência de 30 anos na área educacional e quero colocá-la à disposição da comunidade. Pedir votos para terceiros é fácil, pois fiz isso em campanhas anteriores e, sempre imaginei que dentro da campanha não seria fácil eu pedir votos para mim mesma, mas pedi e atuei dentro das normas eleitorais.

Além das áreas educacional e esportiva, que outros segmentos defenderá?
A educação abre portas também para outras áreas da vida de toda pessoa. Além disso, a população e os segmentos da sociedade esperam boa atuação de cada vereador, razões essas que me levarão, na condição de vereadora, a ser uma legítima representante do povo. Mais que lutar por uma educação que propicie mudanças no sujeito, como pessoa e vereadora não será diferente, envolve outras áreas – juventude, cultura, saúde, habitação, meio ambiente, turismo, infraestrutura, mobilidade, transporte, zona rural, enfim, todo o conjunto necessário para a municipalidade funcionar de maneira qualificada e satisfatória em favor da população. Na educação, por exemplo, tenho projetos envolvendo a implantação e o funcionamento de diferentes unidades de ensino de tempo integral, oferecendo muitas atividades de ensino e, ajudando as famílias nos mais diferentes aspectos, inclusive no campo financeiro, visto que, os pais iriam trabalhar despreocupados na certeza de que o filho está em bom lugar, aprendendo. Mas querer educação integral, expandindo o tempo diário da escola, não é só apresentar indicação durante sessão da Câmara e pedir aos pares para analisarem e aprovarem! Tem que haver diálogo e conhecimento de causa, as escolas teriam que encaminhar um planejamento das atividades, para só depois discutirmos a causa em várias etapas.

Após se desincompatibilizar, dentro da pré-campanha e campanha Professora Fátima fez muitas visitas?
Cumpri e cumpro tudo dentro da legalidade, de forma muito tranquila. Não adianta ultrapassar os limites. Estive com lideranças, famílias, no comércio, em muitos lugares, como sempre fiz na vida. Dentro da campanha, eu soube esperar o momento certo, procurei andar, claro, pedindo votos e buscando a vitória. E isso tudo foi sem promessas. Tentarei ao máximo atender legalmente as necessidades coletivas que envolvem a comunidade e a municipalidade. Sempre tive a consciência de que se não tivesse sido eleita continuaria trabalhando nos meus serviços para ajudar o município.

Qual é a relevância da mulher na política?
É importante que existam mais mulheres na Câmara Municipal de Uruaçu e na política em geral. Essa presença feminina deve ser exercida com eficiência e a sensibilidade própria das mulheres. Foram eleitas três e a torcida é para que todas trabalhem muito [além de Professora Fátima, se elegeu Bia {PSDB} e reelegeu Maria das Neves {PSB}]. No Brasil, o número de mulheres ligadas à política ainda é pequeno, e isto necessita ser modificado. Precisamos equilibrar esta balança no cenário político. As políticas públicas, que são muitas, carecem de avanços para proteger o bem-estar do povo, e isto será atingido mais abrangentemente com a presença política da mulher.

Políticas públicas para as mulheres: o que pode ser esperado das senhoras na Casa de Leis?
Tenho certeza de que iremos realizar projetos que venham atender a demanda das mulheres menos favorecidas de Uruaçu. Ainda não planejamos nada, mas com certeza nos reuniremos e juntas decidiremos o melhor em termos de políticas públicas para a mulher. É sabido que muitas mulheres não têm emprego, mas sabem fazer ou querem aprender alguma coisa que faça aumentar a renda de sua família, e, nesse sentido, penso numa parceria com o Sebrae Goiás [Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Goiás] no intuito de implementar e melhorar o empreendedorismo em nossa cidade. Além disso, defenderei com ardor o direito da mulher a ter saúde, educação e segurança.

É de conhecimento público que a senhora se pauta pelo profissionalismo, pela responsabilidade, qualidade, honestidade. Essas características vão liderar suas atividades parlamentares?
Sem dúvida, pois é a minha formação. Estes valores recebi de minha formação familiar, sou assim desde criança e dessa forma atuo em tudo. Na Câmara não seria diferente.

Qual é a importância da honestidade no setor político-administrativo?
Total! Honestidade é em tudo na vida. A honestidade cabe em todos os lugares.

Seu esposo, Marcelo Carvalho, é motorista do gabinete da Prefeitura. Ético e discreto, ele é mais de observar, algo muito importante...
...Tratamos da parte profissional em ambiente de trabalho e ocasiões próprias, sem abrirmos mão da ética e da lisura. Inclusive já trabalhamos na mesma Secretaria e sempre soubemos, de forma tranquila, separar e respeitar o profissionalismo do lado familiar, amigo, social. Respeitamos as hierarquias. Somos dois profissionais sérios e não misturamos nada, tanto é que em casa não conversamos sobre os exercícios de nossas funções, pois é proibido falarmos de trabalho.

Como avalia, em geral, o governo Solange Bertulino (PMDB)?
Boa prefeita para a educação e outras áreas. Ela nunca mediu esforços no sentido de fazer o melhor para Uruaçu e sua população. É uma mulher séria, da mesma forma que é como mãe de família, esposa, comerciante, no convívio social. Ela respeita toda situação e cada pessoa com quem conversa.

Ela não se reelegeu, da mesma forma que boa parte dos atuais prefeitos. Os desgastes atrapalham demais, vereadora eleita?
Devido a crise política e econômica que nosso país está vivendo, acredito que seja  esse um dos fatores primordiais que tenha contribuído para a não reeleição da prefeita Solange e também porque a população almejou o novo.

Eleita pela oposição, em relação ao prefeito eleito Valmir Pedro, como será sua atuação no Poder Legislativo?
A eleição terminou no dia 2 de outubro e mediante isso, tenho certeza de que todos agora temos um único objetivo: a melhoria do nosso município. Sou oposição de partido e não oposição ao povo. Todos os projetos e as ações que forem em benefício da população uruaçuense estarei apoiando e aprovando, bem como, independente de quem fosse eleito, estaria fiscalizando os atos do Executivo.

Qual será o futuro do PMDB uruaçuense?
Certamente estaremos unidos e fortalecidos, trabalhando em prol da comunidade e evidentemente nos preparando para as próximas eleições.

Em Uruaçu, a campanha apresentou bom nível? Foi como esperava? Muito disputada?
Eu vejo que a população está se conscientizando mais sobre a importância do voto, mas infelizmente ainda há muitas barganhas, o que é prejudicial à população. Esperava uma política onde o poder econômico não fosse tão preponderante, mas acredito que a tendência é melhorar esse nível de conscientização. Foi muito disputada, com a participação de muitos candidatos e todos merecedores de votos. Diante disso gostaria de reforçar o compromisso de fazer um mandato voltado às reivindicações da nossa população.

O Brasil tem jeito?
Tem sim! Ainda mais com um povo tão trabalhador, mas é claro: as autoridades do nosso país devem olhar mais pelo Brasil, agir mais no coletivo do povo, sem pensar em interesses próprios.

Fale sobre sua formação profissional.
Eu sou graduada em Pedagogia com ênfase em Administração pela UEG, primeira turma. Sou pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior pela UEG e também em História pela Universo. Antes da minha graduação, eu tinha formação no Magistério, o Magistério tradicional, que hoje não tem mais no ensino médio. Fiz em Inhumas [cidade da Grande Goiânia], no Centro de Formação de Professores de Inhumas, uma escola integral e federal, inclusive de nome [não mais existente, foi implantado no Brasil na década de 1960, juntamente com outros dois]. Eu tive o prazer de fazer o Magistério, o Centro de Formação que me deu a base de tudo, porque lá realmente foram abertos horizontes dentro da minha carreira. Fiz o 1º Ano colegial aqui e, no Centro de Formação eram dois anos em um, pois era integral. Ele exigia também que você fizesse um estágio de seis meses no ano seguinte e, a minha vida financeira nunca foi fácil, mesmo porque com dez anos eu perdi a minha mãe [Geny Garcia Oliveira]. Realmente foi muito difícil! Para conseguir ir para Inhumas, tive um grande apoio da ex-secretária [municipal] da Educação, Dona Marilha Camapum Barroso [foi vereadora por Uruaçu nas legislaturas 1989-1992, 1993-1996 e 1997-2000], a qual eu devo muito. Admiro e respeito demais essa pessoa que no quesito profissional me deu muito apoio.

Sua atuação inicial na área educacional ocorreu na zona rural e isso deixa você orgulhosa e emocionada.
Quando voltei de Inhumas, tinha que fazer o estágio e, logo em seguida arrumei um serviço na [então loja] Flávia Calçados, mas já era fevereiro e tinha que começar o estágio. Como que eu ia fazer? Não podia, até arrumei um estágio, mas teria que deixar o serviço, pois na época o estágio era de quatro horas por dia, seis meses. Nisso, estava eu ouvindo a rádio Educadora [não mais existente emissora uruaçuense] e soube que estavam precisando de uma professora no Povoado do Matão e, pensei: é a minha chance, vou fazer meu estágio e ainda serei remunerada!... Mas, zona rural, Matão?!? Onde que é? Procurei a Secretaria da Educação, Dona Marilha Camapum novamente e ela me disse: Olha, realmente estamos precisando. Se você ficar lá um ano já está bom, fazemos um compromisso, ok?. Isso foi durante a semana, nós fomos no domingo, arrumei minha mala, Dona Marília me colocou no carro. Pensa! Uma jovem de 18 anos rumo ao Matão. Chegando lá – nunca me esqueço da torre da Igreja –, já estava anoitecendo. E, principalmente por ser zona rural, quando se falava em professor todo mundo queria conhecer. Fui muito bem recebida pelas pessoas... Geriaçu, Povoado do Matão, muito bem recebida mesmo, onde eu tive o prazer de morar na casa da Dona Geralda, pessoa tradicional de lá e que foi a minha mãe, grande pessoa que me acolheu em sua casa. Morei lá durante um ano e não foi fácil durante essa trajetória, porque era uma realidade totalmente diferente. Tinha acabado de sair de uma cidade, Inhumas e, ir para a zona rural! Eu pensava: nossa, vou ficar só esta semana! Mas pensava também: eu fiz um compromisso com a Dona Marília, eu tenho que assumir! Passaram-se seis meses, refleti: agora eu não vou voltar não! E, pensava: eu fiz compromisso de um ano, tenho que cumprir e, cumpri meu compromisso. Trabalhávamos de forma multisseriado de 1º ao 5º Ano. Eu tenho o maior orgulho de dizer que iniciei minha carreira como professora na zona rural, com sala multisseriado. Não é fácil, foi um aprendizado profissional e pessoal também. Me orgulho mesmo de dizer que iniciei como professora da zona rural, porque a gente aprende muito. Quando você vê as dificuldades que as pessoas têm para estudar – e muitas vezes as pessoas não dão valor naquilo que têm... Apesar das dificuldades que você tem, às vezes você ainda é privilegiado diante de outros. Realmente para mim foi um aprendizado. Eu aprendi muito mais do que ensinei com todos aqueles alunos.

Já são quase três décadas...
...Comecei dessa forma. Depois passei a atuar na cidade: professora; coordenadora de professores; coordenadora de merenda; coordenadora de transporte; assessora de secretária; diretora de escola; secretária de escola; e, secretária municipal da Educação, cargo exercido com humildade e a missão de excelência, de qualidade na gestão educativa da população, habitualmente atendendo necessidades educacionais e assegurando educação qualificada. Cerca de 30 anos na rede municipal e 18 na rede estadual.
Leia mais na submatéria.



‘Educar alguém é um processo dialógico, um intercâmbio constante’

Na sequência da reportagem com a vereadora eleita Professora Fátima (PMDB), ela salienta: “Melhorar a educação é melhorar a qualidade de trabalho do servidor, melhorar a qualidade de ensino para o aluno, proporcionar um ambiente melhor” e que “não existe ensino sem aprendizagem. Educar alguém é um processo dialógico, um intercâmbio constante”. Confira.

Professora Fátima (à dir., ladeada pela prefeita de Uruaçu, Solange Bertulino e, por uma mãe de aluno) sobre o projeto Família na Escola: “Quanto mais a família fazer a diferença na escola, esse avanço será maior”. E: “O Família na Escola só foi possível também devido as parcerias, com o apoio de todas as outras Secretarias, de entidades, que não são municipais. Buscou-se parcerias e esses convites foram atendidos” – Foto: Márcia Cristina/Arquivo
Professora Fátima (com o neto Marcus Vinícius Cardoso Alves Filho), em foto de arquivo: “Eu tenho o maior orgulho de dizer que iniciei minha carreira como professora na zona rural, com muito seriado” – Foto: Álbum de família/Arquivo

De que forma pode ser descrita sua passagem pela titularidade da Secretaria Municipal da Educação uruaçuense?
Pensando em 2013, dia 1º de janeiro, até o último dia em que estive secretária, quando assumimos o governo de Uruaçu, não só a Secretaria da Educação, mas todas as Secretarias se encontravam com dificuldades. Dificuldades financeiras, estruturais e até mesmo humanas. Lembro bem que fui fazer visitas nas escolas para ver como estavam, para dar início ao ano letivo, que começaria logo em seguida – 10 de janeiro –, principalmente nos CMEIs [Centros Municipais de Educação Infantil]. Era uma precariedade que não esqueço. No CMEI [Centro Municipal de Educação Infantil] Tia Zizi, como chamam, mas é o CMEI Odete Freitas Camapum, o berçário era desumano, todo coberto de TNT [tecido classificado como um não tecido], mofado, eu olhei aquilo e pensei: Meu Deus! Como nós vamos colocar as crianças aqui?!?. Tanto é, que as aulas não foram iniciadas na semana prevista no CMEI devido uma reforma feita pela Administração Solange [Bertulino, do PMDB], somente no berçário, para poder iniciar as aulas. Não só lá, quanto na Escola Feliciano [Custódio de Freitas], que era uma parte [do imóvel] nova, mas o telhado estava caindo e, também não foi possível começar as aulas. Tinham acabado de entregar essa obra. Com a Escola João de Jesus Antunes não foi diferente. Derrubaram o imóvel antigo, dizendo que iriam fazer uma escola nova... Que caiu! Final do ano [2012], caiu antes de a gente assumir. O que fazer? Também arrumar, telhado e tudo. Sem falar na Escola Lastênia [Escola Municipal Professora Lastênia Fernandes de Carvalho], também com parte nova que a gestão anterior fez, telhado caindo...

...Início difícil...
...Foi muito difícil, porque todas as unidades escolares, principalmente as que tinham acabado de ser reformadas, estavam caindo. Praticamente as aulas foram iniciadas quase um mês depois, foi reformulado o calendário para iniciar as aulas. O pagamento dos servidores da Secretaria da Educação – não só Educação, como de outras Secretarias –, estava atrasado. Muito difícil! Mas, como foi montada uma equipe para trabalhar na Secretaria – e essa equipe até hoje continua –, com muita dificuldade, mas muita vontade de vencer, as adversidades foram enfrentadas. Na primeira reunião com diretores, eles estavam acostumados com um ritmo e essa nova equipe chegou para mudar totalmente e foi afirmado que a nova equipe de trabalho atuaria para implantar melhorias na área educacional. E, estava difícil, pois não foi possível fazer um planejamento dentro do que foi pensado pela nova equipe, no primeiro momento. Foram feitos alguns trabalhos, como oficinas e, de lá em diante a nova equipe priorizou a valorização do profissional e a qualificação. Melhorar a pasta da Educação é melhorar a qualidade de trabalho do servidor, melhorar o ambiente físico e social para o aluno. Graças a Deus, em pouco tempo, isso foi conseguido. Na Secretaria da Educação, como em qualquer outro ambiente de trabalho, você tem que estar motivado para que seu trabalho possa estar rendendo.

Pelo que se sabe, passou o tempo e foi de balanço positivo...
...O balanço é positivo. Todos os projetos implantados pela atual Administração foram transmitidos para os servidores. O que foi feito era para melhoria do profissional e também do aluno. A meta é aquela educação de qualidade e, um dos projetos que chamou muito atenção foi a questão da família na escola. Esse trabalho, Família na Escola, começou em 2013, porque existia uma indisciplina muito grande, além da dificuldade de aprendizagem. Não eram alunos de só uma escola, mas de todas! Foi feito grande trabalho, que culminou, em março de 2016, com um momento de confraternização e socialização entre as famílias e as escolas, quando mais de 800 pais foram recebidos numa única reunião. Houve avanço e quanto mais a família fazer a diferença na escola, esse avanço será maior.

Comente mais sobre esse trabalho feito junto ao alunado que havia passado pela fase da alfabetização.
Além da infraestrutura, houve um trabalho pedagógico, com a Secretaria da Educação redobrando toda a atenção para aqueles alunos que já tinham passado pela fase da alfabetização, da Pré-escola ao 3º Ano. Foram montadas equipes extras para tentar recuperar esses alunos, mesmo porque 2013 era o ano da avaliação do Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica]. O primeiro ano foi assim, de muito trabalho e era preciso organizar a casa, não se esquecendo da aprendizagem, do processo ensino-aprendizagem, pois como disse Paulo Freire [renomado educador, pedagogo, filósofo brasileiro], “não existe ensino sem aprendizagem. Educar alguém é um processo dialógico, um intercâmbio constante”. 2013 foi trabalhoso, mas foi o ano também que veio na mentalidade de todos a transformação da educação, pois a partir dali todos os profissionais acreditaram no trabalho da pasta da Educação, que estava com nova equipe. Hoje se vê um profissional mais aberto a inovações, buscando as capacitações. A indisciplina foi melhorada, com o projeto Família na Escola. Aquela confraternização é motivo de satisfação, coroando o resultado do trabalho desenvolvido. Foi um trabalho feito em equipe, com o total apoio da Solange, porque a Secretaria da Educação não faria bom trabalho se não tivesse o apoio da prefeita, que deu total liberdade para trabalhar dentro da pasta, algo que motiva. Salientando, esse trabalho se deu pela motivação da prefeita, pelo carinho, pela confiança que ela depositou na nova equipe, para, entre outros aspectos, a realização desse trabalho. O Família na Escola só foi possível também devido as parcerias, com o apoio de todas as outras Secretarias, de entidades, que não são municipais. Buscou-se parcerias e esses convites foram atendidos. Trabalho em equipe, não só em Uruaçu, mas no nosso país. É a chave para se alcançar o sucesso.

Qual é a importância do trabalho da equipe num todo?
A área educacional num todo – a Secretaria, todos os funcionários da pasta, as unidades escolares, com 100% dos que nelas trabalham –, é uma grande equipe. Por isso, a área educacional está melhorando a cada dia, pois todos estão com o único objetivo, que é transformar e melhorar a sua qualidade. Dessa forma, os alunos de Uruaçu, que são o futuro, transformarão para melhor a nossa cidade, Goiás e o Brasil.

Houve uma valorização destacada quanto aos funcionários públicos da pasta. Comente.
Com certeza! Tanto é que na Administração 2013-2016 qual foi a primeira ação em questão de valorização? Implantar o piso salarial, que até então na história de Uruaçu não havia sido implantado. Na gestão anterior tinha se pagado o piso salarial em 2009 somente para o professor P1. E as outras – P2, P3? Existe a diferença por nível, tanto por cento. Eu mesma, como professora, nunca recebi o piso anteriormente. O que o governo Solange fez? Em janeiro, quando o MEC [Ministério a Educação] instituiu o valor do piso salarial, fez-se o estudo, o projeto foi mandado para a Câmara Municipal, alguns vereadores não entenderam e nem queriam votar –, devido, talvez desconhecessem o significado do piso –, mas depois, com muita discussão, aprovaram. E foi pago, após aprovação, se não engano, oito a 11% o aumento [7,97%, na sua base, original]. Como não havia sido pago o piso salarial anteriormente, esse valor foi o montante de porcentagem e, alguns chegaram a quase 50%. O piso salarial naquela época estava aquém e então, a atual Administração pegou o piso de 2009 e, transformou para 2013. Teve um aumento significativo para a classe, que só ouvia falar em piso, mas que nunca tinha recebido. Imediatamente esse novo piso foi pago e para a Secretaria, foi uma satisfação muito grande poder fazer isso, porque também estava no plano de governo de Solange, que já começou cumprindo as metas...

...Valorização não só do professor...
...Não só o professor, mas todos os servidores da Secretaria da Educação devem ser valorizados e respeitados. Na atual Administração sempre foi informado para todos os funcionários de que eles são educadores, pois estão trabalhando em prol da área educacional, estão ligados diretamente com os alunos, a merendeira, o zelador, o guarda, a secretária, o diretor, o professor que está na sala. E todos devem sim ser valorizados, bem remunerados. Infelizmente não é possível, por questões financeiras, fazer tudo aquilo que fora pretendido, mas a vontade da Secretaria da Educação, entre 2013 e 2016, era de que todos pudessem receber ainda mais, que os professores pudessem receber ainda mais que o piso salarial. Infelizmente não está sendo fácil pagar o piso. Eu sempre digo: Fiquem de olho no piso salarial, porque se uma gestão deixar de pagá-lo um ano ela não consegue mais coloca-lo em prática, pois realmente não é fácil!. Anualmente, o piso aumenta e o recurso não. Muito pelo contrário: diminui.

Enfim, no mundo, os professores deviam ter valorização maior...
...Muito, muito mais, inclusive receber um salário maior. Eles são a grande referência de ensino para as pessoas.

Fale sobre outros investimentos materiais.
A Administração 2013-2016 pagou o piso salarial nos quatro anos e existe um compromisso, sabe-se o que realmente deve ser feito, mas para que isso aconteça é preciso economizar muito. Disso também os servidores sabem e, a própria escola ajuda muito na questão da economia, de aproveitar bem o material. Neste mandato existe economia, mas todos os materiais são de qualidade. O mesmo gasto tido com material bom você tem com material ruim. Desde janeiro de 2013, sabe-se, é exigido um material de qualidade para os educadores e os alunos. Em geral, conforme comentei no início, os investimentos educacionais, já no primeiro mês de 2013, foram acentuados, pois isso se tornou necessário. Ali foi o início de uma série de obras físicas. Foram reformados CMEIs. Obras foram inauguradas e entregues, outras estão em andamento. Saiu recentemente a verba federal para construção de um CMEI que atenderá os Residenciais [Residenciais Jorgina, Dom José e Marisa dos Santos, inaugurados em 1º de julho]. A iluminação do estádio Serra Grande foi implantada. Foram construídos os vestiários do estádio Cajuzão. A construção, reforma e manutenção de praças públicas, aumentando as opções para práticas esportivas, é uma realidade. Uruaçu ganhou mais um ginásio de esportes e, é um trabalho que a população tem direto e merece.

O que representa para Uruaçu o aumento nos resultados do Ideb?
Este Índice está presente em todos os aspectos, porque a educação possui impacto em todas as áreas de nossas vidas, vem atender o que o acesso a uma educação de qualidade faz no Brasil. Essa educação de qualidade garante, entre outras coisas, o acesso a outros direitos, diminui a violência e, é um direito fundamental que ajuda não só no desenvolvimento do país, mas também de cada indivíduo. Essa melhoria no Ideb vem justamente para isso: ajudar em todos os aspectos. Se melhorarmos a educação, ela combate a pobreza. Como? Quanto mais as pessoas estudam, mais oportunidades terão no mercado de trabalho. Faz a economia crescer. Por quê? Uma boa educação melhora a economia do país, promove a saúde; até mesmo um relatório da Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] monitoramento global da educação para todos, mostrou que uma criança cuja a mãe sabe ler tem 50% mais chance de sobreviver depois dos cinco anos de idade. Isso o Ideb vem mostrando para a gente também. A desigualdade social é um dos fatores do aumento da violência, isto pode ser superado com educação de qualidade e qualificação profissional. O crescimento do IDEB em Uruaçu só corrobora a certeza de que estamos no caminho certo...

...E tem a questão da intolerância...
Além disso, a educação ajuda a superar a intolerância, pois o que hoje dificulta muito esse relacionamento é o quê? A intolerância e, quanto mais você tem uma boa educação você se torna uma pessoa mais tolerante, mais fácil de estar no meio da sociedade. Ela garante também o acesso a outros direitos. Está escrito na Declaração Universal dos Direitos Humanos [DUDH] que é por meio desse ensino e da educação que se promove o respeito aos direitos humanos e a liberdade fundamental, promovendo a compreensão, a tolerância e amizade entre nações e grupos religiosos. O Ideb está ligado ao meio ambiente, o ser humano bem educado compreende a necessidade de proteger o meio ambiente e defendê–lo em prol das futuras gerações...

...Educação e meio ambiente. Tudo a ver!...
...Ajuda a proteger o meio ambiente por quê? Porque quando forma um cidadão mais consciente dos impactos das nossas atividades sobre a natureza, a educação ajuda a preservar o meio ambiente orientando as pessoas para as decisões sustentáveis que satisfazem as necessidades presentes, sem prejudicar uma geração futura. Se a gente não se preocupar realmente com essa proteção, ainda vamos conseguir viver nesse país, nesse mundo, mas, e nossas gerações futuras? A educação aumenta a felicidade porque as pessoas que estudam mais também se dizem mais felizes do que aquelas que não estudam ou não podem estudar. Ela fortalece a democracia, a cidadania, além de formar os cidadãos mais críticos, conscientes dos seus direitos. Ela também colabora para uma cidade cumprir seus direitos cívicos, tanto é que em Uruaçu tem desde 2013 o projeto Semana Cívica, resgatando a cidadania, pois a gente melhora também a educação com o resgate da cidadania, da cultura. A educação é muita ampla, porque quando você fala em educação – se for analisar –, realmente você não faz nada sem a educação e também ela ajuda a compreender um mundo melhor, que a educação tem resultados abrangentes, contribui para o crescimento econômico do país e a superação da desigualdade. Mas, o seu impacto é decisivo na vida de cada um de nós e, por isso, falando na melhoria do Ideb, ela está presente em todos os aspectos, como diz Paulo Freire: “A educação mostra a necessidade da responsabilidade do conhecimento e da generosidade do educando, para que tenha competência, autoridade, liberdade.” Creio que são três palavras chaves e, todo mundo quer ter. Você quer competência, você quer autonomia, mas, você quer liberdade. Não só de expressão, mas também de suas decisões e sem educação é impossível você ter isso.

A Secretaria se estende também ao esporte...
...Educação e esporte, um casamento perfeito. Valorizar e apoiar o esporte é importante. A Secretaria da Educação desenvolve boas iniciativas nessa área também, através de muitas modalidades. É agradável saber que crianças, adolescentes e jovens estão inseridos em programas esportivos da Prefeitura de Uruaçu.

É de conhecimento público que ações extras educacionais também são praticadas pelo governo Solange.
As ações do plano de governo desenvolvidas – no caso da atual Administração, envolvendo Ações; Estratégias; Metas/Objetivos; e, Objetivos alcançados –, resultam em conquistas para a população. Mais que registrar plano de governo, todos deviam cumprir pelo menos a porcentagem mínima das suas promessas expostas. A atual Administração tem feito isso, inclusive com outras práticas a mais, as chamadas Ações extras.

Mesa diretora 2017: não precisa detalhar sobre conjecturas, algo natural neste período, mas, surgindo oportunidade, a senhora disputará a presidência da Câmara?
Claro que sim. Todo vereador que almeja seguir a lei, deve, quando da oportunidade, concorrer a presidente da Câmara.

Através deste periódico, agradeça pela sua vitória.
Quero agradecer primeiro a Deus, aos meus familiares, aos meus amigos, aos meus companheiros de partido, aos simpatizantes e eleitores que me receberam, me acolheram e me deram seu voto de confiança. E, espero fazer um bom trabalho no Legislativo, contribuindo para o bem da sociedade.

Mais alguma observação?
Na vida ninguém faz nada sozinho. Nesta nova etapa de minha vida, quero dizer que devo favores diversos para a minha família, ao meu esposo, aos meus filhos, que me deram e estão dando força e coragem para enfrentar uma batalha de gigantes. E que batalha! A minha família é o esteio de tudo. Sei que não é fácil a gente enfrentar coisas desagradáveis, mas isso nos fortalece para que possamos lutar. Gostaria de saudar os 12 companheiros que estarão juntos conosco a partir de 1º de janeiro de 2017 e pedir a Deus para que juntos possamos fazer sempre o melhor pelo nosso município e também parabenizar o prefeito eleito, Valmir Pedro e, o vice-prefeito doutor Juarez [Lourindo, do PSB] e, desejar-lhes sucesso nessa nova empreitada de suas vidas. Quero dizer-lhes também que farei valer cada voto, cada abraço, cada palavra de incentivo e cada aperto de mão durante minha campanha. Reafirmo o meu compromisso em legislar para todos e dizer que permanecerei sendo essa mulher batalhadora, que irá defender e lutar pelos interesses de nossa cidade.

(Jota Marcelo e Márcia Cristina – JC Online)

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