Nota – Rodada de
entrevistas com os vereadores que integrarão a Câmara Municipal de Uruaçu na legislatura
2017-2020: objetivamos entrevistar os 13 eleitos em nossa Redação. Valmir Pedro
(PSDB), prefeito eleito de Uruaçu, foi entrevistado na Redação na tarde de 10
de outubro. Todos esses conteúdos ganham publicação no Blog do JORNAL CIDADE/Personalidades; no site do Jornal Cidade, link AGENDA
POLÍTICA; e, em edições impressas do JC,
quinzenas entre outubro e dezembro de 2016
RODADA DE ENTREVISTAS
– Professora Fátima: ‘Sou oposição de partido e não oposição ao povo’
Professora Fátima, na primeira candidatura, ao discursar em comício do ano 2016 – Foto: Campanha/Divulgação. Mais fotos: abaixo |
Após
atuar três anos e três meses como secretária municipal da Educação de Uruaçu,
Maria de Fátima Alves de Oliveira (Professora Fátima) deixou a função visando
concorrer ao cargo de vereadora pela cidade do Norte goiano – Foi sucedida por
Elizabete Rosa Santos Oliveira. Servidora concursada da municipalidade (desde
1º de março de 1986) e estadual (onde começou em 1998) na área educacional, ela
também se desincompatibilizou de tais funções, desde 2 de julho. Natural de
Uruaçu, nasceu em 29 de outubro de 1966 e, é formada em Magistério
(tradicional) pelo Centro de Formação de Professores de Inhumas; e, graduada em
Pedagogia com ênfase em Administração pela Universidade Estadual de Goiás (UEG)
– Campus de Uruaçu. É pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior pela mesma
UEG; e, em História pela Universidade Salgado de Oliveira (Universo).
Filiada
ao PMDB, teve seu nome homologado na convenção de 30 de julho. Em entrevista ao
JC, com estada na Redação na manhã
de 11 de outubro, a parlamentar eleita (com 449 votos), declara: lançar seu
nome a uma candidatura foi algo que não estava em seus planos, mas que aceitou
o convite da sigla e o desafio de poder colaborar mais diretamente com os
problemas do município. Afirmando ser “oposição de partido” e “não ao povo”,
adianta, em relação ao novo prefeito: “Todos os projetos e ações que forem em
benefício da população estarei apoiando e aprovando, bem como, independente de
quem fosse eleito, estaria fiscalizando os atos do Executivo”. Leia.
Por que o interesse de querer ajudar
Uruaçu também na Câmara Municipal?
Esse
é um desafio muito grande e eu não imaginava adentrar a política, lidar com
pré-candidatura, candidatura e campanha. A responsabilidade é grande, sei que a
exigência também é. O Brasil passa por momento extremamente difícil, crise
institucional, política e moral. Tudo isso acaba refletindo em Goiás e nossa
cidade. Quero cooperar na mudança significativa desse cenário. Além disto,
trago a experiência de 30 anos na área educacional e quero colocá-la à
disposição da comunidade. Pedir votos para terceiros é fácil, pois fiz isso em
campanhas anteriores e, sempre imaginei que dentro da campanha não seria fácil
eu pedir votos para mim mesma, mas pedi e atuei dentro das normas eleitorais.
Além das áreas educacional e
esportiva, que outros segmentos defenderá?
A
educação abre portas também para outras áreas da vida de toda pessoa. Além
disso, a população e os segmentos da sociedade esperam boa atuação de cada
vereador, razões essas que me levarão, na condição de vereadora, a ser uma
legítima representante do povo. Mais que lutar por uma educação que propicie
mudanças no sujeito, como pessoa e vereadora não será diferente, envolve outras
áreas – juventude, cultura, saúde, habitação, meio ambiente, turismo, infraestrutura,
mobilidade, transporte, zona rural, enfim, todo o conjunto necessário para a
municipalidade funcionar de maneira qualificada e satisfatória em favor da
população. Na educação, por exemplo, tenho projetos envolvendo a implantação e
o funcionamento de diferentes unidades de ensino de tempo integral, oferecendo
muitas atividades de ensino e, ajudando as famílias nos mais diferentes
aspectos, inclusive no campo financeiro, visto que, os pais iriam trabalhar
despreocupados na certeza de que o filho está em bom lugar, aprendendo. Mas
querer educação integral, expandindo o tempo diário da escola, não é só
apresentar indicação durante sessão da Câmara e pedir aos pares para analisarem
e aprovarem! Tem que haver diálogo e conhecimento de causa, as escolas teriam
que encaminhar um planejamento das atividades, para só depois discutirmos a
causa em várias etapas.
Após se desincompatibilizar, dentro da
pré-campanha e campanha Professora Fátima fez muitas visitas?
Cumpri
e cumpro tudo dentro da legalidade, de forma muito tranquila. Não adianta
ultrapassar os limites. Estive com lideranças, famílias, no comércio, em muitos
lugares, como sempre fiz na vida. Dentro da campanha, eu soube esperar o
momento certo, procurei andar, claro, pedindo votos e buscando a vitória. E
isso tudo foi sem promessas. Tentarei ao máximo atender legalmente as
necessidades coletivas que envolvem a comunidade e a municipalidade. Sempre
tive a consciência de que se não tivesse sido eleita continuaria trabalhando
nos meus serviços para ajudar o município.
Qual é a relevância da mulher na
política?
É
importante que existam mais mulheres na Câmara Municipal de Uruaçu e na
política em geral. Essa presença feminina deve ser exercida com eficiência e a
sensibilidade própria das mulheres. Foram eleitas três e a torcida é para que
todas trabalhem muito [além de Professora
Fátima, se elegeu Bia {PSDB} e reelegeu Maria das Neves {PSB}]. No Brasil,
o número de mulheres ligadas à política ainda é pequeno, e isto necessita ser
modificado. Precisamos equilibrar esta balança no cenário político. As
políticas públicas, que são muitas, carecem de avanços para proteger o
bem-estar do povo, e isto será atingido mais abrangentemente com a presença
política da mulher.
Políticas públicas para as mulheres: o
que pode ser esperado das senhoras na Casa de Leis?
Tenho
certeza de que iremos realizar projetos que venham atender a demanda das
mulheres menos favorecidas de Uruaçu. Ainda não planejamos nada, mas com
certeza nos reuniremos e juntas decidiremos o melhor em termos de políticas
públicas para a mulher. É sabido que muitas mulheres não têm emprego, mas sabem
fazer ou querem aprender alguma coisa que faça aumentar a renda de sua família,
e, nesse sentido, penso numa parceria com o Sebrae Goiás [Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Goiás] no intuito
de implementar e melhorar o empreendedorismo em nossa cidade. Além disso,
defenderei com ardor o direito da mulher a ter saúde, educação e segurança.
É de conhecimento público que a
senhora se pauta pelo profissionalismo, pela responsabilidade, qualidade,
honestidade. Essas características vão liderar suas atividades parlamentares?
Sem
dúvida, pois é a minha formação. Estes valores recebi de minha formação
familiar, sou assim desde criança e dessa forma atuo em tudo. Na Câmara não
seria diferente.
Qual é a importância da honestidade no
setor político-administrativo?
Total!
Honestidade é em tudo na vida. A honestidade cabe em todos os lugares.
Seu esposo, Marcelo Carvalho, é
motorista do gabinete da Prefeitura. Ético e discreto, ele é mais de observar,
algo muito importante...
...Tratamos
da parte profissional em ambiente de trabalho e ocasiões próprias, sem abrirmos
mão da ética e da lisura. Inclusive já trabalhamos na mesma Secretaria e sempre
soubemos, de forma tranquila, separar e respeitar o profissionalismo do lado
familiar, amigo, social. Respeitamos as hierarquias. Somos dois profissionais
sérios e não misturamos nada, tanto é que em casa não conversamos sobre os
exercícios de nossas funções, pois é proibido falarmos de trabalho.
Como avalia, em geral, o governo
Solange Bertulino (PMDB)?
Boa
prefeita para a educação e outras áreas. Ela nunca mediu esforços no sentido de
fazer o melhor para Uruaçu e sua população. É uma mulher séria, da mesma forma
que é como mãe de família, esposa, comerciante, no convívio social. Ela
respeita toda situação e cada pessoa com quem conversa.
Ela não se reelegeu, da mesma forma
que boa parte dos atuais prefeitos. Os desgastes atrapalham demais, vereadora
eleita?
Devido
a crise política e econômica que nosso país está vivendo, acredito que
seja esse um dos fatores primordiais que
tenha contribuído para a não reeleição da prefeita Solange e também porque a
população almejou o novo.
Eleita pela oposição, em relação ao
prefeito eleito Valmir Pedro, como será sua atuação no Poder Legislativo?
A
eleição terminou no dia 2 de outubro e mediante isso, tenho certeza de que
todos agora temos um único objetivo: a melhoria do nosso município. Sou
oposição de partido e não oposição ao povo. Todos os projetos e as ações que
forem em benefício da população uruaçuense estarei apoiando e aprovando, bem
como, independente de quem fosse eleito, estaria fiscalizando os atos do Executivo.
Qual será o futuro do PMDB uruaçuense?
Certamente
estaremos unidos e fortalecidos, trabalhando em prol da comunidade e
evidentemente nos preparando para as próximas eleições.
Em Uruaçu, a campanha apresentou bom
nível? Foi como esperava? Muito disputada?
Eu
vejo que a população está se conscientizando mais sobre a importância do voto,
mas infelizmente ainda há muitas barganhas, o que é prejudicial à população. Esperava
uma política onde o poder econômico não fosse tão preponderante, mas acredito
que a tendência é melhorar esse nível de conscientização. Foi muito disputada,
com a participação de muitos candidatos e todos merecedores de votos. Diante
disso gostaria de reforçar o compromisso de fazer um mandato voltado às
reivindicações da nossa população.
O Brasil tem jeito?
Tem
sim! Ainda mais com um povo tão trabalhador, mas é claro: as autoridades do
nosso país devem olhar mais pelo Brasil, agir mais no coletivo do povo, sem
pensar em interesses próprios.
Fale sobre sua formação profissional.
Eu
sou graduada em Pedagogia com ênfase em Administração pela UEG, primeira turma.
Sou pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior pela UEG e também em
História pela Universo. Antes da minha graduação, eu tinha formação no
Magistério, o Magistério tradicional, que hoje não tem mais no ensino médio.
Fiz em Inhumas [cidade da Grande Goiânia],
no Centro de Formação de Professores de Inhumas, uma escola integral e federal,
inclusive de nome [não mais existente,
foi implantado no Brasil na década de 1960, juntamente com outros dois]. Eu
tive o prazer de fazer o Magistério, o Centro de Formação que me deu a base de
tudo, porque lá realmente foram abertos horizontes dentro da minha carreira.
Fiz o 1º Ano colegial aqui e, no Centro de Formação eram dois anos em um, pois
era integral. Ele exigia também que você fizesse um estágio de seis meses no
ano seguinte e, a minha vida financeira nunca foi fácil, mesmo porque com dez
anos eu perdi a minha mãe [Geny Garcia
Oliveira]. Realmente foi muito difícil! Para conseguir ir para Inhumas,
tive um grande apoio da ex-secretária [municipal]
da Educação, Dona Marilha Camapum
Barroso [foi vereadora por Uruaçu nas
legislaturas 1989-1992, 1993-1996 e 1997-2000], a qual eu devo muito.
Admiro e respeito demais essa pessoa que no quesito profissional me deu muito
apoio.
Sua atuação inicial na área educacional
ocorreu na zona rural e isso deixa você orgulhosa e emocionada.
Quando
voltei de Inhumas, tinha que fazer o estágio e, logo em seguida arrumei um
serviço na [então loja] Flávia
Calçados, mas já era fevereiro e tinha que começar o estágio. Como que eu ia
fazer? Não podia, até arrumei um estágio, mas teria que deixar o serviço, pois
na época o estágio era de quatro horas por dia, seis meses. Nisso, estava eu
ouvindo a rádio Educadora [não mais
existente emissora uruaçuense] e soube que estavam precisando de uma
professora no Povoado do Matão e, pensei: é a minha chance, vou fazer meu
estágio e ainda serei remunerada!... Mas, zona rural, Matão?!? Onde que é?
Procurei a Secretaria da Educação, Dona Marilha Camapum novamente e ela me
disse: Olha, realmente estamos
precisando. Se você ficar lá um ano já está bom, fazemos um compromisso, ok?.
Isso foi durante a semana, nós fomos no domingo, arrumei minha mala, Dona
Marília me colocou no carro. Pensa! Uma jovem de 18 anos rumo ao Matão. Chegando
lá – nunca me esqueço da torre da Igreja –, já estava anoitecendo. E,
principalmente por ser zona rural, quando se falava em professor todo mundo
queria conhecer. Fui muito bem recebida pelas pessoas... Geriaçu, Povoado do
Matão, muito bem recebida mesmo, onde eu tive o prazer de morar na casa da Dona Geralda, pessoa tradicional de lá e
que foi a minha mãe, grande pessoa
que me acolheu em sua casa. Morei lá durante um ano e não foi fácil durante
essa trajetória, porque era uma realidade totalmente diferente. Tinha acabado
de sair de uma cidade, Inhumas e, ir para a zona rural! Eu pensava: nossa, vou
ficar só esta semana! Mas pensava também: eu fiz um compromisso com a Dona
Marília, eu tenho que assumir! Passaram-se seis meses, refleti: agora eu não
vou voltar não! E, pensava: eu fiz compromisso de um ano, tenho que cumprir e,
cumpri meu compromisso. Trabalhávamos de forma multisseriado de 1º ao 5º Ano.
Eu tenho o maior orgulho de dizer que iniciei minha carreira como professora na
zona rural, com sala multisseriado. Não é fácil, foi um aprendizado
profissional e pessoal também. Me orgulho mesmo de dizer que iniciei como
professora da zona rural, porque a gente aprende muito. Quando você vê as
dificuldades que as pessoas têm para estudar – e muitas vezes as pessoas não
dão valor naquilo que têm... Apesar das dificuldades que você tem, às vezes
você ainda é privilegiado diante de outros. Realmente para mim foi um
aprendizado. Eu aprendi muito mais do que ensinei com todos aqueles alunos.
Já são quase três décadas...
...Comecei
dessa forma. Depois passei a atuar na cidade: professora; coordenadora de
professores; coordenadora de merenda; coordenadora de transporte; assessora de
secretária; diretora de escola; secretária de escola; e, secretária municipal
da Educação, cargo exercido com humildade e a missão de excelência, de
qualidade na gestão educativa da população, habitualmente atendendo
necessidades educacionais e assegurando educação qualificada. Cerca de 30 anos
na rede municipal e 18 na rede estadual.
Leia
mais na submatéria.
‘Educar alguém é um processo dialógico, um intercâmbio constante’
Na sequência da reportagem com a
vereadora eleita Professora Fátima (PMDB), ela salienta: “Melhorar a educação é
melhorar a qualidade de trabalho do servidor, melhorar a qualidade de ensino
para o aluno, proporcionar um ambiente melhor” e que “não existe ensino sem
aprendizagem. Educar alguém é um processo dialógico, um intercâmbio constante”.
Confira.
De que forma pode ser descrita sua
passagem pela titularidade da Secretaria Municipal da Educação uruaçuense?
Pensando
em 2013, dia 1º de janeiro, até o último dia em que estive secretária, quando
assumimos o governo de Uruaçu, não só a Secretaria da Educação, mas todas as
Secretarias se encontravam com dificuldades. Dificuldades financeiras,
estruturais e até mesmo humanas. Lembro bem que fui fazer visitas nas escolas
para ver como estavam, para dar início ao ano letivo, que começaria logo em
seguida – 10 de janeiro –, principalmente nos CMEIs [Centros Municipais de Educação Infantil]. Era uma precariedade que
não esqueço. No CMEI [Centro Municipal de
Educação Infantil] Tia Zizi, como chamam, mas é o CMEI Odete Freitas
Camapum, o berçário era desumano, todo coberto de TNT [tecido classificado como um não tecido], mofado, eu olhei aquilo e
pensei: Meu Deus! Como nós vamos colocar
as crianças aqui?!?. Tanto é, que as aulas não foram iniciadas na semana
prevista no CMEI devido uma reforma feita pela Administração Solange [Bertulino, do PMDB], somente no
berçário, para poder iniciar as aulas. Não só lá, quanto na Escola Feliciano [Custódio de Freitas], que era uma parte
[do imóvel] nova, mas o telhado
estava caindo e, também não foi possível começar as aulas. Tinham acabado de
entregar essa obra. Com a Escola João de Jesus Antunes não foi diferente.
Derrubaram o imóvel antigo, dizendo que iriam fazer uma escola nova... Que
caiu! Final do ano [2012], caiu antes
de a gente assumir. O que fazer? Também arrumar, telhado e tudo. Sem falar na
Escola Lastênia [Escola Municipal
Professora Lastênia Fernandes de Carvalho], também com parte nova que a
gestão anterior fez, telhado caindo...
...Início difícil...
...Foi
muito difícil, porque todas as unidades escolares, principalmente as que tinham
acabado de ser reformadas, estavam caindo. Praticamente as aulas foram
iniciadas quase um mês depois, foi reformulado o calendário para iniciar as
aulas. O pagamento dos servidores da Secretaria da Educação – não só Educação,
como de outras Secretarias –, estava atrasado. Muito difícil! Mas, como foi
montada uma equipe para trabalhar na Secretaria – e essa equipe até hoje
continua –, com muita dificuldade, mas muita vontade de vencer, as adversidades
foram enfrentadas. Na primeira reunião com diretores, eles estavam acostumados
com um ritmo e essa nova equipe chegou para mudar totalmente e foi afirmado que
a nova equipe de trabalho atuaria para implantar melhorias na área educacional.
E, estava difícil, pois não foi possível fazer um planejamento dentro do que
foi pensado pela nova equipe, no primeiro momento. Foram feitos alguns
trabalhos, como oficinas e, de lá em diante a nova equipe priorizou a
valorização do profissional e a qualificação. Melhorar a pasta da Educação é
melhorar a qualidade de trabalho do servidor, melhorar o ambiente físico e
social para o aluno. Graças a Deus, em pouco tempo, isso foi conseguido. Na Secretaria
da Educação, como em qualquer outro ambiente de trabalho, você tem que estar
motivado para que seu trabalho possa estar rendendo.
Pelo que se sabe, passou o tempo e foi
de balanço positivo...
...O
balanço é positivo. Todos os projetos implantados pela atual Administração
foram transmitidos para os servidores. O que foi feito era para melhoria do
profissional e também do aluno. A meta é aquela educação de qualidade e, um dos
projetos que chamou muito atenção foi a questão da família na escola. Esse
trabalho, Família na Escola, começou em 2013, porque existia uma indisciplina
muito grande, além da dificuldade de aprendizagem. Não eram alunos de só uma
escola, mas de todas! Foi feito grande trabalho, que culminou, em março de
2016, com um momento de confraternização e socialização entre as famílias e as
escolas, quando mais de 800 pais foram recebidos numa única reunião. Houve
avanço e quanto mais a família fazer a diferença na escola, esse avanço será
maior.
Comente mais sobre esse trabalho feito
junto ao alunado que havia passado pela fase da alfabetização.
Além
da infraestrutura, houve um trabalho pedagógico, com a Secretaria da Educação
redobrando toda a atenção para aqueles alunos que já tinham passado pela fase
da alfabetização, da Pré-escola ao 3º Ano. Foram montadas equipes extras para
tentar recuperar esses alunos, mesmo porque 2013 era o ano da avaliação do Ideb
[Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica]. O primeiro ano foi assim, de muito trabalho e era preciso organizar a casa, não se esquecendo da
aprendizagem, do processo ensino-aprendizagem, pois como disse Paulo Freire [renomado educador, pedagogo, filósofo
brasileiro], “não existe ensino sem aprendizagem. Educar alguém é um
processo dialógico, um intercâmbio constante”. 2013 foi trabalhoso, mas foi o
ano também que veio na mentalidade de todos a transformação da educação, pois a
partir dali todos os profissionais acreditaram no trabalho da pasta da
Educação, que estava com nova equipe. Hoje se vê um profissional mais aberto a
inovações, buscando as capacitações. A indisciplina foi melhorada, com o
projeto Família na Escola. Aquela confraternização é motivo de satisfação, coroando
o resultado do trabalho desenvolvido. Foi um trabalho feito em equipe, com o
total apoio da Solange, porque a Secretaria da Educação não faria bom trabalho
se não tivesse o apoio da prefeita, que deu total liberdade para trabalhar
dentro da pasta, algo que motiva. Salientando, esse trabalho se deu pela
motivação da prefeita, pelo carinho, pela confiança que ela depositou na nova
equipe, para, entre outros aspectos, a realização desse trabalho. O Família na
Escola só foi possível também devido as parcerias, com o apoio de todas as
outras Secretarias, de entidades, que não são municipais. Buscou-se parcerias e
esses convites foram atendidos. Trabalho em equipe, não só em Uruaçu, mas no
nosso país. É a chave para se alcançar o sucesso.
Qual é a importância do trabalho da
equipe num todo?
A área
educacional num todo – a Secretaria, todos os funcionários da pasta, as
unidades escolares, com 100% dos que nelas trabalham –, é uma grande equipe.
Por isso, a área educacional está melhorando a cada dia, pois todos estão com o
único objetivo, que é transformar e melhorar a sua qualidade. Dessa forma, os
alunos de Uruaçu, que são o futuro, transformarão para melhor a nossa cidade,
Goiás e o Brasil.
Houve uma valorização destacada quanto
aos funcionários públicos da pasta. Comente.
Com
certeza! Tanto é que na Administração 2013-2016 qual foi a primeira ação em
questão de valorização? Implantar o piso salarial, que até então na história de
Uruaçu não havia sido implantado. Na gestão anterior tinha se pagado o piso
salarial em 2009 somente para o professor P1. E as outras – P2, P3? Existe a
diferença por nível, tanto por cento. Eu mesma, como professora, nunca recebi o
piso anteriormente. O que o governo Solange fez? Em janeiro, quando o MEC [Ministério a Educação] instituiu o
valor do piso salarial, fez-se o estudo, o projeto foi mandado para a Câmara
Municipal, alguns vereadores não entenderam e nem queriam votar –, devido,
talvez desconhecessem o significado do piso –, mas depois, com muita discussão,
aprovaram. E foi pago, após aprovação, se não engano, oito a 11% o aumento [7,97%, na sua base, original]. Como não
havia sido pago o piso salarial anteriormente, esse valor foi o montante de
porcentagem e, alguns chegaram a quase 50%. O piso salarial naquela época
estava aquém e então, a atual Administração pegou o piso de 2009 e, transformou
para 2013. Teve um aumento significativo para a classe, que só ouvia falar em
piso, mas que nunca tinha recebido. Imediatamente esse novo piso foi pago e
para a Secretaria, foi uma satisfação muito grande poder fazer isso, porque
também estava no plano de governo de Solange, que já começou cumprindo as
metas...
...Valorização não só do professor...
...Não
só o professor, mas todos os servidores da Secretaria da Educação devem ser
valorizados e respeitados. Na atual Administração sempre foi informado para
todos os funcionários de que eles são educadores, pois estão trabalhando em
prol da área educacional, estão ligados diretamente com os alunos, a
merendeira, o zelador, o guarda, a secretária, o diretor, o professor que está
na sala. E todos devem sim ser valorizados, bem remunerados. Infelizmente não é
possível, por questões financeiras, fazer tudo aquilo que fora pretendido, mas
a vontade da Secretaria da Educação, entre 2013 e 2016, era de que todos
pudessem receber ainda mais, que os professores pudessem receber ainda mais que
o piso salarial. Infelizmente não está sendo fácil pagar o piso. Eu sempre
digo: Fiquem de olho no piso salarial,
porque se uma gestão deixar de pagá-lo um ano ela não consegue mais coloca-lo
em prática, pois realmente não é fácil!. Anualmente, o piso aumenta e o
recurso não. Muito pelo contrário: diminui.
Enfim, no mundo, os professores deviam
ter valorização maior...
...Muito,
muito mais, inclusive receber um salário maior. Eles são a grande referência de
ensino para as pessoas.
Fale sobre outros investimentos
materiais.
A
Administração 2013-2016 pagou o piso salarial nos quatro anos e existe um
compromisso, sabe-se o que realmente deve ser feito, mas para que isso aconteça
é preciso economizar muito. Disso também os servidores sabem e, a própria
escola ajuda muito na questão da economia, de aproveitar bem o material. Neste
mandato existe economia, mas todos os materiais são de qualidade. O mesmo gasto
tido com material bom você tem com material ruim. Desde janeiro de 2013,
sabe-se, é exigido um material de qualidade para os educadores e os alunos. Em
geral, conforme comentei no início, os investimentos educacionais, já no
primeiro mês de 2013, foram acentuados, pois isso se tornou necessário. Ali foi
o início de uma série de obras físicas. Foram reformados CMEIs. Obras foram
inauguradas e entregues, outras estão em andamento. Saiu recentemente a verba
federal para construção de um CMEI que atenderá os Residenciais [Residenciais Jorgina, Dom José e Marisa dos
Santos, inaugurados em 1º de julho]. A iluminação do estádio Serra Grande
foi implantada. Foram construídos os vestiários do estádio Cajuzão. A
construção, reforma e manutenção de praças públicas, aumentando as opções para
práticas esportivas, é uma realidade. Uruaçu ganhou mais um ginásio de esportes
e, é um trabalho que a população tem direto e merece.
O que representa para Uruaçu o aumento
nos resultados do Ideb?
Este
Índice está presente em todos os aspectos, porque a educação possui impacto em
todas as áreas de nossas vidas, vem atender o que o acesso a uma educação de
qualidade faz no Brasil. Essa educação de qualidade garante, entre outras
coisas, o acesso a outros direitos, diminui a violência e, é um direito
fundamental que ajuda não só no desenvolvimento do país, mas também de cada
indivíduo. Essa melhoria no Ideb vem justamente para isso: ajudar em todos os
aspectos. Se melhorarmos a educação, ela combate a pobreza. Como? Quanto mais
as pessoas estudam, mais oportunidades terão no mercado de trabalho. Faz a
economia crescer. Por quê? Uma boa educação melhora a economia do país, promove
a saúde; até mesmo um relatório da Unesco [Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] monitoramento
global da educação para todos, mostrou que uma criança cuja a mãe sabe ler tem
50% mais chance de sobreviver depois dos cinco anos de idade. Isso o Ideb vem
mostrando para a gente também. A desigualdade social é um dos fatores do
aumento da violência, isto pode ser superado com educação de qualidade e
qualificação profissional. O crescimento do IDEB em Uruaçu só corrobora a
certeza de que estamos no caminho certo...
...E tem a questão da intolerância...
Além
disso, a educação ajuda a superar a intolerância, pois o que hoje dificulta
muito esse relacionamento é o quê? A intolerância e, quanto mais você tem uma
boa educação você se torna uma pessoa mais tolerante, mais fácil de estar no
meio da sociedade. Ela garante também o acesso a outros direitos. Está escrito
na Declaração Universal dos Direitos Humanos [DUDH] que é por meio desse ensino e da educação que se promove o
respeito aos direitos humanos e a liberdade fundamental, promovendo a
compreensão, a tolerância e amizade entre nações e grupos religiosos. O Ideb
está ligado ao meio ambiente, o ser humano bem educado compreende a necessidade
de proteger o meio ambiente e defendê–lo em prol das futuras gerações...
...Educação e meio ambiente. Tudo a
ver!...
...Ajuda
a proteger o meio ambiente por quê? Porque quando forma um cidadão mais
consciente dos impactos das nossas atividades sobre a natureza, a educação
ajuda a preservar o meio ambiente orientando as pessoas para as decisões
sustentáveis que satisfazem as necessidades presentes, sem prejudicar uma
geração futura. Se a gente não se preocupar realmente com essa proteção, ainda
vamos conseguir viver nesse país, nesse mundo, mas, e nossas gerações futuras?
A educação aumenta a felicidade porque as pessoas que estudam mais também se dizem
mais felizes do que aquelas que não estudam ou não podem estudar. Ela fortalece
a democracia, a cidadania, além de formar os cidadãos mais críticos,
conscientes dos seus direitos. Ela também colabora para uma cidade cumprir seus
direitos cívicos, tanto é que em Uruaçu tem desde 2013 o projeto Semana Cívica, resgatando a cidadania,
pois a gente melhora também a educação com o resgate da cidadania, da cultura.
A educação é muita ampla, porque quando você fala em educação – se for analisar
–, realmente você não faz nada sem a educação e também ela ajuda a compreender
um mundo melhor, que a educação tem resultados abrangentes, contribui para o
crescimento econômico do país e a superação da desigualdade. Mas, o seu impacto
é decisivo na vida de cada um de nós e, por isso, falando na melhoria do Ideb,
ela está presente em todos os aspectos, como diz Paulo Freire: “A educação
mostra a necessidade da responsabilidade do conhecimento e da generosidade do
educando, para que tenha competência, autoridade, liberdade.” Creio que são
três palavras chaves e, todo mundo quer ter. Você quer competência, você quer
autonomia, mas, você quer liberdade. Não só de expressão, mas também de suas
decisões e sem educação é impossível você ter isso.
A Secretaria se estende também ao
esporte...
...Educação
e esporte, um casamento perfeito. Valorizar e apoiar o esporte é importante. A
Secretaria da Educação desenvolve boas iniciativas nessa área também, através
de muitas modalidades. É agradável saber que crianças, adolescentes e jovens
estão inseridos em programas esportivos da Prefeitura de Uruaçu.
É de conhecimento público que ações
extras educacionais também são praticadas pelo governo Solange.
As
ações do plano de governo desenvolvidas – no caso da atual Administração,
envolvendo Ações; Estratégias; Metas/Objetivos; e, Objetivos
alcançados –, resultam em conquistas para a população. Mais que registrar
plano de governo, todos deviam cumprir pelo menos a porcentagem mínima das suas
promessas expostas. A atual Administração tem feito isso, inclusive com outras
práticas a mais, as chamadas Ações extras.
Mesa diretora 2017: não precisa detalhar
sobre conjecturas, algo natural neste período, mas, surgindo oportunidade, a
senhora disputará a presidência da Câmara?
Claro
que sim. Todo vereador que almeja seguir a lei, deve, quando da oportunidade,
concorrer a presidente da Câmara.
Através deste periódico, agradeça pela
sua vitória.
Quero
agradecer primeiro a Deus, aos meus familiares, aos meus amigos, aos meus
companheiros de partido, aos simpatizantes e eleitores que me receberam, me
acolheram e me deram seu voto de confiança. E, espero fazer um bom trabalho no Legislativo,
contribuindo para o bem da sociedade.
Mais alguma observação?
Na
vida ninguém faz nada sozinho. Nesta nova etapa de minha vida, quero dizer que
devo favores diversos para a minha família, ao meu esposo, aos meus filhos, que
me deram e estão dando força e coragem para enfrentar uma batalha de gigantes. E que batalha!
A minha família é o esteio de tudo. Sei que não é fácil a gente enfrentar
coisas desagradáveis, mas isso nos fortalece para que possamos lutar. Gostaria de
saudar os 12 companheiros que estarão juntos conosco a partir de 1º de janeiro
de 2017 e pedir a Deus para que juntos possamos fazer sempre o melhor pelo
nosso município e também parabenizar o prefeito eleito, Valmir Pedro e, o vice-prefeito
doutor Juarez [Lourindo, do PSB] e,
desejar-lhes sucesso nessa nova empreitada de suas vidas. Quero dizer-lhes
também que farei valer cada voto, cada abraço, cada palavra de incentivo e cada
aperto de mão durante minha campanha. Reafirmo o meu compromisso em legislar
para todos e dizer que permanecerei sendo essa mulher batalhadora, que irá
defender e lutar pelos interesses de nossa cidade.
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