Aos poucos, no estilo discreto, sereno e pragmático do chefe, aliados goianos do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, começam a se filiar ao PP do governador Alcides Rodrigues e do secretário de Infra-Estrutura do Estado, Sérgio Caiado. Um dos filiados é proprietário de jornal e da cota pessoal de amigos de Meirelles. Outros meirellistas começam a procurar o PP para se filiarem.
Não fosse a crise financeira, que degenerou para uma crise econômica, Meirelles teria se filiado ao PP em outubro. Há quem acredite que o presidente do BC vá se filiar em novembro deste ano, porque não quer deixar a filiação para a última hora. A filiação, se acontecer mesmo, será feita em Goiânia, no Diretório Regional da Rua 26, no Setor Marista, mas Meirelles chegará ao partido pelos braços do PP anapolino, de Atair Pio, e com o apoio de um líder de outro partido, o deputado federal Rubens Otoni (PT). O deputado Sandro Mabel, do PR, também integra a aliança. Detalhe: Meirelles pode se filiar agora, pois não há nenhum empecilho legal.
A decisão de se filiar ao PP, se não significa que Meirelles será, necessariamente, candidato a governador de Goiás, sugere que, sim, está disposto a disputar e está pondo no seu nome à disposição do partido.
Em várias conversas com aliados, o ex-deputado Sérgio Caiado afirma que Meirelles será o nome do PP, porque, além de mostrar que o partido tem alternativa política, até por ser poder, o presidente do BC, em 2010, representará o novo - enquanto Marconi poderá ser colhido pelo discurso da “panelinha do tempo novo”. O ex-deputado federal Barbosa Neto (PSB) concorda com Sérgio Caiado: “Meirelles representa o novo e o consistente. Ao mesmo tempo, poderá capitanear uma frente com partidos sólidos, como PP, PR, DEM, PT, PC do B, PTN e PSB”.
Barbosa Neto diz que os apoiadores de Meirelles retardaram o debate por conta da crise financeira internacional. “No momento, Meirelles fala mais de economia do que de política, mas, no momento apropriado, vai discutir política e sucessão.” O ex-deputado avalia que, sem Meirelles, Iris vai crescer ainda mais.
O Jornal Opção entrevistou três petistas do primeiro time. Todos disseram que Meirelles é um nome que, “além de forte, poderá ter o apoio do presidente Lula”. “O PT de Rubens Otoni prefere fechar com Meirelles, já o de Neyde Aparecida e Osmar Magalhães prefere ficar com o prefeito Iris Rezende”, revela um petista que participou da Articulação.
Os pepistas dizem que a “rachadura” na base é mais forte do que imaginam os tucanos. Um líder do PP pergunta: “O que adianta juntar mas não unir? Veja o exemplo de Goiânia. Os tucanos não se empenharam na campanha de Sandes Júnior”.O Jornal Opção perguntou a pepistas: “Há alguma possibilidade de apoiar Marconi?” Eles hesitaram, mas responderam mais ou menos o seguinte: “Há, desde que, do outro lado, o candidato seja o prefeito Iris Rezende”. Trata-se de um apoio “por exclusão” (Transcrito, em 26/10/08, sem adaptações, do Jornal Opção [Goiânia-GO], coluna Bastidores, editada por Euler Belém, de 26/10 a 1º/11/08).
domingo, 26 de outubro de 2008
Henrique Meirelles vai se filiar ao PP
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