A requalificação chega para marcar um processo de transformações pelas quais a cidade vem passando nas últimas décadas – Fotos: Divulgação/Seduce
Quando da realização da terceira edição do Fica
Casa e berço de inúmeras manifestações
artísticas na cidade de Goiás, passando do teatro à dança, da música ao cinema,
o Cine Teatro São Joaquim reabre suas portas para voltar a receber a maior
riqueza de seus moradores: a cultura. Depois de passar por grande obra de
requalificação, realizada com investimentos de R$10,09 milhões do PAC Cidades
Históricas, o principal equipamento cultural da antiga capital de Goiás será
reaberto dia 2 de junho.
A inauguração acontecerá junto ao lançamento
da 19ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica 2017)
e, terá ainda uma apresentação do artista goiano Marcus Biancardini. Na
solenidade, estarão presentes a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, o diretor do PAC Cidades Históricas,
Robson de Almeida, a superintendente do Iphan Goiás, Salma Saddi, o governador de
Goiás, Marconi Perillo (PSDB), a secretária estadual de Educação, Cultura e
Esporte, Raquel Teixeira, a prefeita de Goiás, Selma Bastos (PT), entre outras
autoridades, reforçando a parceria entre os governos federal, estadual e
municipal para a execução da ação.
Requalificação e renovação
Apesar de consolidado como espaço de
referência em Goiás, o edifício do Cine Teatro São Joaquim estava em estado
precário e possuía uma arquitetura que destoava do conjunto da cidade, além de
equipamentos e instalações que não atendiam à demanda dos eventos culturais que
eram sediados ali. Executada pela Prefeitura de Goiás com recursos do governo federal,
a obra de requalificação foi iniciada em julho de 2015 e teve, entre seus
desafios, a busca por uma solução arquitetônica que melhor contextualizasse o
edifício em relação a seu entorno. Além disso, a ação atendeu às condições de
acessibilidade universal e reequipou o Cine Teatro com novos sistemas de
cênica, luminotécnica, acústica, projeção, refrigeração, prevenção de incêndio,
subestação de energia e gerador, além de ampliação do backstage, área técnica,
camarins e administração. Outro destaque da intervenção é a incorporação de um
painel artístico ao foyer, com
autoria do artista plástico e intelectual goiano Elder Rocha Lima, retratando a
Serra Dourada.
A proposta de requalificação foi apresentada
para a comunidade local em evento público ainda quando da assinatura da ordem
de serviço e todo seu desenvolvimento contou com a participação de outros
segmentos culturais, gestores e parceiros do Iphan, tais como o Instituto
Federal Goiano (IFG), a comissão do Fica e produtores culturais locais. A expectativa é de que Cine Teatro São
Joaquim se consolide agora como o principal equipamento cultural do interior do
Estado de Goiás, dinamizando a vida cultural da cidade e atraindo
desenvolvimento econômico e social.
A requalificação chega para marcar um processo
de transformações pelas quais a cidade vem passando nas últimas décadas,
incluindo o melhor desempenho nas ações do PAC Cidades Históricas em todo o País.
Para além das ruas de pedras e do casario, que ainda hoje são a marca do
conjunto que é protegido pelo Iphan e reconhecido como Patrimônio Cultural
Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco), a cidade resiste e se renova por meio de uma valiosa produção
cultural e artística.
O coração de Vila Boa
Em 1857, às margens do rio Vermelho, foi
inaugurado um teatro na cidade de Goiás, por iniciativa dos comerciantes locais.
Após uma grande enchente, a estrutura deixou de existir e a cidade recebeu, já
na década de 1920, um novo aparelho cultural, o Cine Anhanguera. Apesar dos
esforços do poder público em manter o espaço, suas instalações eram deficientes
e foram demolidas para a construção de novo imóvel, de feição funcional, mas
sem considerar o seu entorno, que é marcado pelas características da
arquitetura vernacular dos séculos XVIII e XIX.
Na década de 1990, ele então voltou a receber o primeiro nome, como Cine
Teatro São Joaquim, e, mesmo depois de passar por várias reformas e perder as
relações estéticas com o projeto inicial, consolidou-se como palco de
importantes apresentações culturais para a cidade.
Ainda hoje, as canções, as cores e as letras
de Goiás percorrem os becos e se encontram logo depois da ponte da Casa de Cora
Coralina, em frente à Cruz do Anhanguera, meio do caminho entre o Museu de Arte
Sacra e a Igreja do Rosário. Coração da cidade, o Cine Teatro São Joaquim é o
quinto espaço a receber investimentos do PAC Cidades Históricas na antiga Vila
Boa, em um total de seis ações. Além dele, já foram concluídas a restauração da
Escola de Artes Veiga Valle, a recuperação da Ponte da Cambaúba, a restauração
do Mercado Municipal e a instalação do Arquivo Diocesano de Dom Tomás Balduíno.
O PAC Cidades Históricas está presente em 44
cidades de 20 Estados brasileiros, totalizando R$1,6 bilhão em investimentos em
quatrocentas e vinte e quatro ações. É uma linha exclusiva do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), criada em 2013 para atender os sítios
históricos urbanos protegidos pelo Iphan, proporcionando a revitalização das
cidades históricas, a restauração dos monumentos e a promoção do patrimônio
cultural.
(Informações: Comunicação
Setorial da Seduce)
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