terça-feira, 30 de maio de 2017

Goiás recebe o novo Cine Teatro São Joaquim

A requalificação chega para marcar um processo de transformações pelas quais a cidade vem passando nas últimas décadas – Fotos: Divulgação/Seduce 


Quando da realização da terceira edição do Fica 

Casa e berço de inúmeras manifestações artísticas na cidade de Goiás, passando do teatro à dança, da música ao cinema, o Cine Teatro São Joaquim reabre suas portas para voltar a receber a maior riqueza de seus moradores: a cultura. Depois de passar por grande obra de requalificação, realizada com investimentos de R$10,09 milhões do PAC Cidades Históricas, o principal equipamento cultural da antiga capital de Goiás será reaberto dia 2 de junho.
A inauguração acontecerá junto ao lançamento da 19ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica 2017) e, terá ainda uma apresentação do artista goiano Marcus Biancardini. Na solenidade, estarão presentes a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, o diretor do PAC Cidades Históricas, Robson de Almeida, a superintendente do Iphan Goiás, Salma Saddi, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), a secretária estadual de Educação, Cultura e Esporte, Raquel Teixeira, a prefeita de Goiás, Selma Bastos (PT), entre outras autoridades, reforçando a parceria entre os governos federal, estadual e municipal para a execução da ação.

Requalificação e renovação
Apesar de consolidado como espaço de referência em Goiás, o edifício do Cine Teatro São Joaquim estava em estado precário e possuía uma arquitetura que destoava do conjunto da cidade, além de equipamentos e instalações que não atendiam à demanda dos eventos culturais que eram sediados ali. Executada pela Prefeitura de Goiás com recursos do governo federal, a obra de requalificação foi iniciada em julho de 2015 e teve, entre seus desafios, a busca por uma solução arquitetônica que melhor contextualizasse o edifício em relação a seu entorno. Além disso, a ação atendeu às condições de acessibilidade universal e reequipou o Cine Teatro com novos sistemas de cênica, luminotécnica, acústica, projeção, refrigeração, prevenção de incêndio, subestação de energia e gerador, além de ampliação do backstage, área técnica, camarins e administração. Outro destaque da intervenção é a incorporação de um painel artístico ao foyer, com autoria do artista plástico e intelectual goiano Elder Rocha Lima, retratando a Serra Dourada.
A proposta de requalificação foi apresentada para a comunidade local em evento público ainda quando da assinatura da ordem de serviço e todo seu desenvolvimento contou com a participação de outros segmentos culturais, gestores e parceiros do Iphan, tais como o Instituto Federal Goiano (IFG), a comissão do Fica e produtores culturais locais. A expectativa é de que Cine Teatro São Joaquim se consolide agora como o principal equipamento cultural do interior do Estado de Goiás, dinamizando a vida cultural da cidade e atraindo desenvolvimento econômico e social.
A requalificação chega para marcar um processo de transformações pelas quais a cidade vem passando nas últimas décadas, incluindo o melhor desempenho nas ações do PAC Cidades Históricas em todo o País. Para além das ruas de pedras e do casario, que ainda hoje são a marca do conjunto que é protegido pelo Iphan e reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a cidade resiste e se renova por meio de uma valiosa produção cultural e artística.

O coração de Vila Boa
Em 1857, às margens do rio Vermelho, foi inaugurado um teatro na cidade de Goiás, por iniciativa dos comerciantes locais. Após uma grande enchente, a estrutura deixou de existir e a cidade recebeu, já na década de 1920, um novo aparelho cultural, o Cine Anhanguera. Apesar dos esforços do poder público em manter o espaço, suas instalações eram deficientes e foram demolidas para a construção de novo imóvel, de feição funcional, mas sem considerar o seu entorno, que é marcado pelas características da arquitetura vernacular dos séculos XVIII e XIX.  Na década de 1990, ele então voltou a receber o primeiro nome, como Cine Teatro São Joaquim, e, mesmo depois de passar por várias reformas e perder as relações estéticas com o projeto inicial, consolidou-se como palco de importantes apresentações culturais para a cidade.
Ainda hoje, as canções, as cores e as letras de Goiás percorrem os becos e se encontram logo depois da ponte da Casa de Cora Coralina, em frente à Cruz do Anhanguera, meio do caminho entre o Museu de Arte Sacra e a Igreja do Rosário. Coração da cidade, o Cine Teatro São Joaquim é o quinto espaço a receber investimentos do PAC Cidades Históricas na antiga Vila Boa, em um total de seis ações. Além dele, já foram concluídas a restauração da Escola de Artes Veiga Valle, a recuperação da Ponte da Cambaúba, a restauração do Mercado Municipal e a instalação do Arquivo Diocesano de Dom Tomás Balduíno.
O PAC Cidades Históricas está presente em 44 cidades de 20 Estados brasileiros, totalizando R$1,6 bilhão em investimentos em quatrocentas e vinte e quatro ações. É uma linha exclusiva do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criada em 2013 para atender os sítios históricos urbanos protegidos pelo Iphan, proporcionando a revitalização das cidades históricas, a restauração dos monumentos e a promoção do patrimônio cultural.

(Informações: Comunicação Setorial da Seduce)

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