Iawí no
Memorial Serra da Mesa, em Uruaçu. E, Iawí com Sinvaline Pinheiro, no interior do Memorial Serra da
Mesa – Fotos: Acervo de Sinvaline
Pinheiro
Iawí:
morte aos 56 anos – Foto: www.encontrodeculturas.com.br
Depois de
três anos lutando contra um câncer (linfoma), morreu em 6 de junho, o índio Iawí,
sobrevivente ao terrível massacre de 1969.
Pouca
gente no Brasil e no mundo sabe a importância dos Avá-Canoeiro. E claro, pouca
gente se importa com eles.
História
pura...
De
Sinvaline Pinheiro, coordenadora-geral do complexo, excelente espaço de
natureza científica e educativa existente às margens do lago Serra da Mesa (em
Uruaçu - dez minutos distante do Centro da cidade) e, administrado pela
Fundação de Desenvolvimento da Região da Serra da Mesa (Fusem):
Iwaí partiu... Um valente Avá-Canoeiro abatido pelo
descaso do homem branco ao seu jeito selvagem de ser. Ficou o sorriso amarelo
que não aderiu ao mundo do “civilizado” que caçou e matou sua gente.
[...].
Nota da
Seduce, órgão do Governo de Goiás:
A Secretaria de Educação, Cultura e Esporte
(Seduce) lamenta profundamente o falecimento, nesta terça-feira, 6/6, em
Goiânia, do aluno Iawí, da Extensão Avá-Canoeiro Ikatote, localizada na aldeia
da TI Avá-Canoeiro, no município de Minaçu. Iawi, de 56 anos, foi um grande
guerreiro que resistiu bravamente ao massacre histórico de 1969. Iwaí e três
mulheres sobreviventes deste massacre, Matcha, Naquatcha e Tuia viveram em
cavernas por mais ou menos 12 anos para fugir dos ataques dos homens brancos.
Iwaí teve dois filhos: Trumack e Niwatima, hoje adultos.
Em 2 maio de 2016, a Seduce, juntamente com seus
parceiros FUNAI e as universidades Federal de Goiás (UFG), Estadual de Goiás
(UEG) e a de Brasília (UNB), deu início a Educação Escolar Indígena na TI
Avá-Canoeiro com a abertura da Extensão Avá-Canoeiro Ikatote, nas modalidades
de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano.
Iawí jutamente com seu povo era aluno nesta unidade escolar e estava aprendendo
a ler e a escrever numa educação trilíngue, pois sua língua materna era Avá-Canoeiro.
Ele também já falava português e sua filha Niwatima se casou com Kapitomy’i
Tapirapé, lhe dando três netos que também se comunicam na língua Tapirapé.
Iwaí nos deixa, mas seu espírito estará presente e
provavelmente feliz em ver seu povo tendo oportunidade de estudar numa educação
que tem como princípios a interculturalidade e a trandisciplinaridade. O
respeito e a valorização as especificidades à cultura são elementos primordiais
a este trabalho que deve ser diferenciado e específico. Sua filha Niwatima é
professora de língua Avá-canoeira e os 13 alunos tem o direito garantido a uma
educação trilíngue com currículo, calendário e acompanhamento específicos.
Leia mais
sobre os Avá-Canoeiros:
http://www.funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/3683-nasce-mais-um-ava-canoeiro-em-minacu-go.
(Jota Marcelo. Com atualização)
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